tag:blogger.com,1999:blog-69056790310251075992024-03-12T19:01:33.044-07:00EPIGRAFIAS - Blog do Maurício Arruda MendonçaMaurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.comBlogger223125tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-85620350350251394922014-11-11T07:49:00.004-08:002014-11-11T12:27:14.270-08:00CRITICA "O DIA EM QUE SAM" - REVISTA CULT<br />
<h1 style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">
O que ainda mantém o homem vivo?</span></h1>
<div class="chamadaSingle" style="font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
"O dia em que Sam morreu" empenha o vigor que a palavra pode exalar no teatro para tratar da obsolescência do homem</div>
<div class="tagSingle" style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 5px;">
<br /><b><br /></b></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41166" style="color: #707070; display: block !important; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<img alt="" class="size-full wp-image-41166" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/odeqsm2-site.jpg" height="199" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="odeqsm2-site" width="320" /><br />
<div class="wp-caption-text" style="color: black; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Foto: João Gabriel Monteiro</span></div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: right;">
<div style="text-align: center;">
<em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">por Welignton Andrade</em></div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: right;">
<i>“Quem não pretende um Éden terreal?</i><br />
<i>Mas e as circunstâncias, afinal?</i><br />
<i>Elas se negam a corresponder”.</i></div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: right;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bertolt Brecht, <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">A ópera de três vinténs</em>.</span></div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
Escrito por Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, o texto de <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em>– o mais recente espetáculo da Armazém Companhia de Teatro, em cartaz no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação – trata, de acordo com as palavras do próprio grupo, “da sensação geral de que algo não vai bem”, transformando uma questão fugidia e espinhosa como essa em um jorro de sinceridade dramatúrgica das mais envolventes na atual temporada teatral paulistana. O que de início chama a atenção é a grande capacidade que a peça tem de olhar para um conjunto de assuntos que vem assolando nossa famigerada consciência crítica, de um modo absolutamente direto, franco, sem falsos dilemas. O texto – denso, articulado, penetrante – recusa qualquer tentativa de soar engenhosamente isento, asséptico, frio em suas reflexões bem-pensantes. Antes, ele opta por mexer e remexer no senso comum que nos paralisa para, a partir desse estado de indignação um tanto quanto letárgico do qual dificilmente conseguimos nos livrar, ir nos comunicando aos poucos a ideia de ser possível desenvolvermos um sentimento de vibrante reação a tudo o que está aí. Mas não aquele tipo de reação moralista que invariavelmente deságua na “indignação farisaica” de que nos fala o professor Antonio Candido. Certamente que não. A criação dramatúrgica de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes nos convida a reagir contra o esgotamento da cota de humanidade que se pensava infindável no homem pela via de uma perplexidade embrutecida, sofrida, dolorosa, sim, mas tingida sutilmente pelas cores do lirismo e da esperança.</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
Em tempos desencantados como os nossos, em que uma mentalidade mediana – vaidosa por ser assaz pragmática e combater tão “inteligentemente” as velhas ideologias – insinua-se em todas as esferas do convívio social, tendendo a sublimar a vida real por meio de uma franca tendência à abstração e ao absoluto, <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> apresenta a grande capacidade de confrontar o espectador com uma série de indagações com as quais ele se depara normalmente, levando-o a examiná-las de acordo com uma inteligência e uma sensibilidade francamente autônomas, cultivadas por seu próprio espírito crítico – nobre tarefa à qual o bom e velho teatro ainda é capaz de se lançar. Isto é, texto e encenação nos fazem acreditar que o fenômeno teatral constitua ainda um poderoso processo que leve o espectador, atravessado pela experiência da cena, a se tornar membro de uma sociedade de homens que sintam e pensem mais e melhor.</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
O foco da peça são algumas das transfigurações pelas quais tem passado o corpo humano na “sociedade industrial-gerenciada” em que nos transformamos, “de natureza essencialmente burocrática e motivada por um materialismo apenas levemente mitigado por preocupações verdadeiramente espirituais ou religiosas”, de acordo com o diagnóstico de Erich Fromm em<em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">The sane society</em>. Assim, o texto põe em cena seis personagens muito bem construídos às voltas com dilemas existenciais e éticos surgidos a partir da relação dissociada que eles estabelecem, em maior ou menor grau, com seus corações e com suas mentes. Ou com o coração e a mente dos outros. Para dois deles, órgãos vitais estão parando de funcionar: o coração da juíza aguerrida e o cérebro do velho palhaço. Já o coração e a mente do jovem instrumentador cirúrgico se excitam demais, a ponto de quererem levá-lo a cometer um ato extremo, “cheio de som e fúria”. Para a garota de programa que é filha de um <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">clown</em> demente – o corpo servindo a ambos como instrumento, para ele, lúdico; para ela, lúbrico –, os homens estão aos pedaços. Por fim, há os dois médicos que, embora muito seguros e articulados, não costumam encarar a vida o tempo todo de cara limpa. Um, deslizante entre dois afetos. O outro, sempre crispado diante do novo e lúcido cinismo que acomete a plenos pulmões aqueles que transitam com invejável desenvoltura por estruturas de mando e de poder.</div>
</div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41167" style="color: #707070; display: block !important; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<img alt="" class="size-full wp-image-41167" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/odeqsm1-site.jpg" height="199" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="odeqsm1-site" width="320" /><br />
<div class="wp-caption-text" style="color: black; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Foto: João Gabriel Monteiro</span></div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
A direção de Paulo de Moraes consegue com notável inventividade converter as ideias que fervilham no campo dramatúrgico em símbolos de uma teatralidade das mais rascantes, acentuada de modo todo especial pela trilha sonora executada ao vivo. Tudo leva a crer que a palavra falada hoje, proferida em ambiente acusticamente harmonioso, esteja fadada ao fracasso por demandar de nós um tipo de concentração do espírito que não nos diz respeito mais. Assim, as falas dos atores precisam constantemente ser emitidas em ambiente sonoro distorcido e amplificado, a fim de se relacionarem com o modo usual da cognição contemporânea. Errática diante daquilo que consegue comunicar e contaminada por um estado permanente de espanto, a palavra aqui precisa se deixar acompanhar pela pulsão do rock. Não é inadequado afirmar, então, que <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> se configura em um recital ruidoso, alvoroçado, desarmônico.(Convém destacar na condução dessa atmosfera tão especial o ótimo trabalho dos músicos, liderados pelo maestro Ricco Vianna).</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
Os atores da Armazém Companhia de Teatro desempenham seus papéis com uma tensão criativa que plasma muito bem seus corpos (a preparação corporal é de Frederico Paredes e Rafael Barcellos) e suas vozes (Jane Celeste Guberfain é a responsável pela preparação vocal). Jopa Moraes constrói o instrumentador Samuel de modo muito convincente ao transformar a retórica um tanto quanto cerebral do personagem em expressão de pura enervação. Patrícia Selonk confere a Samantha uma intensidade dramática notável. Trata-se de uma atriz a quem Dioniso parece jamais abandonar em cena. Como juíza, saem de sua boca asseverações éticas incontestáveis; como uma mulher alquebrada pelo coração em processo de falência, sobram-lhe dúvidas, potencializadas pela máscara patética. Marcos Martins imprime ao ex-palhaço Samir uma aura de comicidade construída por meio de um pungente lirismo.O intérprete domina com rigor a execução física do personagem, sabendo explorar muito bem suas nuances burlescas, poéticas, ridículas. Otto Jr. transforma o Dr. Benjamin em uma figura fascinante – detestável pela arrogância que o afasta de nós, atraente pelo pragmatismo que nos aproxima dele. Lisa Eiras empresta uma carga de sensualidade muito bem calibrada a Sofia, explorando diversos matizes em sua interpretação que afastam o risco de a personagem se cristalizar em um tipo. Por fim, Ricardo Martins se desincumbe muito bem do Dr. Arthur, conferindo-lhe uma empatia muito natural, seja por ele soar bastante razoável, seja por demonstrar ter um bom coração – que, inclusive, o faz interceder tão naturalmente a favor de engenheiros presos e juízas doentes.</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
A cenografia, concebida pelo próprio diretor, em parceria com Carla Berri, é simples e funcional, transformando constantemente o palco em um espaço de dispersão – o que potencializa os constantes focos de tensão. A iluminação de Maneco Quinderé pontua muito bem a atmosfera confessional a que se lançam os atores com acento expressionista, contrastada, por sua vez, pelos figurinos naturalistas concebidos por Rita Murtinho. Os bonecos confeccionados por Ulisses Tavares e Paulo Emílio Luz, que reproduzem corpos humanos fora de combate, têm um poder de sugestão sobre a cena dos mais impressionantes. Idem para as máscaras macabras dos palhaços que acompanham o enterro de Samir, responsáveis por uma plasticidade aflitiva e inquietante. Sem sombra de dúvida, essa é a cena mais bela do espetáculo. Se o conceito de beleza puder corresponder também à expressividade plástica do fantasmagórico e do grotesco, como, por exemplo, em Goya.</div>
</div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41169" style="color: #707070; display: block !important; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<img alt="" class="size-full wp-image-41169" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/ODiaemqueSamMorreu2a-site.jpg" height="199" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="ODiaemqueSamMorreu2a-site" width="320" /><br />
<div class="wp-caption-text" style="color: black; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Foto: João Gabriel Monteiro</span></div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
A estrutura cíclica de <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> – a peça aponta para um novo começo a cada vez que um dos “Sam” morre – está ligada mais propriamente ao universo do mito, de onde emerge por duas vezes em cena a figura de Abraão, o patriarca das três grandes religiões monoteístas, incumbido de estabelecer a aliança entre o mundo terreno e a esfera divina. Entretanto, essa camada mítica no plano da dramaturgia (com quem o super-homem pós-moderno há de firmar uma nova aliança? que novas normas morais e políticas estão sendo instituídas por esse homem tão potente a partir de sua fé indestrutível no racionalismo científico?)parece se desdobrar em uma outra camada, de corte épico, proposta pela encenação, que transforma a repetição narrativa em objeto de reflexão histórica (por que o sono da abundância científica e tecnológica à qual nos entregamos diariamente tem produzido tantos pesadelos éticos e morais?).</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
“Que sacrifícios fazer e em nome de que alianças?” pergunta o espetáculo, propondo uma série de imagens muito contundentes que evocam o mundo dos ritos sacrificiais, cindidos aqui entre o sagrado e o profano. De um lado, por exemplo, há os três corpos estilizados que descem do urdimento e são acolhidos por atores em pose de Pietá. De outro, os antigos rituais de imolação dão lugar aos novos procedimentos cirúrgicos, nos quais tanto faz implantar uma válvula de vaca ou de porco no paciente “sacrificado”. Ou em que um órgão extirpado de um paciente morto pode prosaicamente se transformar em presente de aniversário de um ente querido.</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
Enquanto um novo corpo surge a partir do uso de novos fármacos, a velha consciência vai se tornando obsoleta em virtude de tantos anestésicos que a rodeiam. Mas o espetáculo termina apontando para uma imagem mais positiva do que essa, ao converter a distopia do indivíduo despedaçado na utopia da integridade humana, contrária à indiferença. É bem verdade que a cena em que Samantha e Sofia discorrem sobre isso ocorre em um cemitério. Mas não se pode esquecer de que prestar tributo aos mortos é cultivar a memória dos que já foram, a fim de preservar o passado e poder transmiti-lo – como promessa e aliança – aos que ainda estão por chegar.</div>
</div>
<div style="color: black; font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</strong><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Onde:</strong></strong> Teatro Anchieta, Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque<br />
<strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quando:</strong> até 23/11. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 18h.<br />
<strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quanto:</strong> De R$ 12 a R$ 40.<br />
<strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Info:</strong> (11) 3234-3000.</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-11224788826780673192014-08-16T15:48:00.000-07:002014-08-16T15:59:14.219-07:00ARMAZÉM RECEBE NOVO PRÊMIO EM EDIMBURGO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<b><br /></b>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl3uS7Z7TX9esDdbOqARwBRL_lHXgMyaHyAhe43XX_v_66cj5a59IJqJmeymHZszRKEl5Q-DsVKBhG09PFhPRYvce3yWCjmP5wtCquvRCF7on3UMKpPl0lvp53rXYqL5jKahJ13-Dd95U/s1600/foto+operac%CC%A7a%CC%83o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl3uS7Z7TX9esDdbOqARwBRL_lHXgMyaHyAhe43XX_v_66cj5a59IJqJmeymHZszRKEl5Q-DsVKBhG09PFhPRYvce3yWCjmP5wtCquvRCF7on3UMKpPl0lvp53rXYqL5jKahJ13-Dd95U/s1600/foto+operac%CC%A7a%CC%83o.jpg" height="265" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena de "O dia em que Sam Morreu"<br />
<br /></td></tr>
</tbody></table>
<b>ARMAZÉM RECEBE PRÊMIO DO FESTIVAL DE TEATRO DE EDIMBURGO 2014</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">O DIA EM QUE SAM MORREU [The Day Sam Died] ganhou nesta sexta, 15/08 o <b>FRINGE FIRST AWARD,</b> um dos principais prêmios do Festival de Edimburgo oferecido há 41 anos pelo jornal The Scotsman. Em 2013, o Armazém tinha ganhado o mesmo prêmio por "A Marca da Água" [Water Stain].</span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"> </span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
*</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><b>Crítica no jornal <i>The Scotsman </i>(o maior da Escócia), sobre o DIA EM QUE SAM MORREU:</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><b>FRINGE FIRST AWARD WINNER - THE DAY SAM DIED</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;">
<span class="text_exposed_show" style="color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">por <b>Joyce McMillan</b> </span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 14px; line-height: 20px;">
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
"Se o futuro da
saúde - como serviço público ou negócio privado - é uma das
questões-chave de todas as democracias modernas, então o mais
recente e brilhante espetáculo da Armazém Companhia de Teatro é a
peça que pega o drama hospitalar pela nuca e o transforma num teatro
furioso, lindo e surreal que trata da luta global entre o extremo
capitalismo neoliberal e visões mais democráticas e comunitárias
da sociedade.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
No centro da peça -
co-escrita por Maurício Arruda Mendonça e pelo diretor Paulo de
Moraes - está a figura do cirurgião-chefe, um brucutu altamente
qualificado e viciado em drogas, que trata seus pacientes com
desprezo e acha natural que o melhor serviço de saúde seja
controlado pelos ricos.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Sua vida dá uma guinada
complexa, porém, no dia em que ele encontra três pessoas diferentes
chamadas Sam, numa série de situações repetidas. Uma delas é o
enfermeiro auxiliar de cirurgia, que tem um acesso de fúria e saca
uma arma no saguão do hospital, enquanto fala sobre como um hospital
devia ser justo e compassivo. Outra é a juíza de direito chamada
Samantha, que precisa de uma cirurgia pra salvar sua vida, mas
questiona a moralidade de furar a fila de tratamento. E a outra
pessoa é Samir, um ex-palhaço que agora sofre de demência, depois
de uma vida inteira divertindo as crianças.</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
Durante 80 minutos
intensos e belos, pontuados por um entrondoso rock ao vivo, a
produção de Paulo de Moraes nos guia através do mundo onírico
dessas três situações, numa torrente de luz inconstante e de fúria
e quietude em alternância. E no centro do espetáculo há uma série
de atuações excelentes de alguns dos melhores atores do Brasil,
incluindo Patrícia Selonk como Samantha e Otto Jr. como o
cirurgião-chefe."</div>
</span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="text_exposed_show" style="color: #333333; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-87400935527549196882014-08-09T11:45:00.006-07:002014-08-09T11:52:28.096-07:00O DIA EM QUE SAM - ARMAZÉM EM EDIMBURGO 2014<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir-yHotqrL_oT2_NLUKzYz_b_qE5sbgMpTu1f7mI__782HdDfXi5_oiyybLkfmuetip0UQWyfS-ffAcrLJc4vO52YSWqAiDWnz92Otzk9eavqtHoLCr83-ofOTLXAsj4DTV5pYqdXDMio/s1600/CARTAZ+SAM+EDIMBURGO+2014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir-yHotqrL_oT2_NLUKzYz_b_qE5sbgMpTu1f7mI__782HdDfXi5_oiyybLkfmuetip0UQWyfS-ffAcrLJc4vO52YSWqAiDWnz92Otzk9eavqtHoLCr83-ofOTLXAsj4DTV5pYqdXDMio/s1600/CARTAZ+SAM+EDIMBURGO+2014.jpg" height="400" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cartaz da peça "O dia em que Sam Morreu" </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><b>PRIMEIRA CRITICA de "O DIA EM QUE SAM MORREU" em Edimburgo 2014.</b></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><b><br /></b></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i class="_4-k1 img sp_1-5JdbvTV3M sx_928528" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yF/r/y7JUKSiUB66.png); background-position: -289px -953px; background-repeat: no-repeat no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i class="_4-k1 img sp_1-5JdbvTV3M sx_928528" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yF/r/y7JUKSiUB66.png); background-position: -289px -953px; background-repeat: no-repeat no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i class="_4-k1 img sp_1-5JdbvTV3M sx_928528" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yF/r/y7JUKSiUB66.png); background-position: -289px -953px; background-repeat: no-repeat no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i class="_4-k1 img sp_1-5JdbvTV3M sx_928528" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yF/r/y7JUKSiUB66.png); background-position: -289px -953px; background-repeat: no-repeat no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><i class="_4-k1 img sp_1-5JdbvTV3M sx_928528" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yF/r/y7JUKSiUB66.png); background-position: -289px -953px; background-repeat: no-repeat no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"></i></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">- <b>Three Weeks - Sexta-feira, 8 de agosto de 2014</b></span><br />
<div>
<br /></div>
<b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">por George Robbs</span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;">"O Dia Em Que Sam Morreu" é sombria, solitária, como um pesadelo - mas também extremamente emocionante. Parte da Temporada do Teatro Brasileiro, é a história de seis</span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"> </span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;">indivíduos solipsistas, divididos por sua classe social e sua comunidade. O hospital onde eles se encontram é mantido sob controle por um homem armado enfurecido, e apesar de suas vidas jamais convergirem totalmente, elas se tocam. É um estudo magistral sobre o relativismo pós-moderno e a desunião que ele promove. Visualmente vívido, com um som surpreendentemente belo e filosoficamente bem trabalhado, "O Dia Em Que Sam Morreu" faz a pergunta: num mundo onde um código de ética é tão válido e justificável quanto qualquer outro, como saber a qual deles aderir?</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 20px;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-size: x-small;">Fonte: http://www.threeweeks.co.uk/article/ed2014-theatre-review-the-day-sam-died-armazem-theatre-company/</span></span>Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-77508222881996800842014-08-09T11:37:00.001-07:002014-08-09T11:40:03.126-07:00O DIA EM QUE SAM - DA IMPORTÂNCIA DE SER RUEIRO<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Uq4rtXIdYa7FOTw892XL4rPIJnQ_GHlWxpCKZHFrNyWrziUO_5NRoQzPpNAPu-05GUkq4mMKGXm4SuKfoYNWGpyRfAr5sM-xtIZ7U8YRykpAltHdXXnkKlhprvelNUbLWL7fYGCGuAk/s1600/FOTO+SAM+-+DIVULGAC%CC%A7AO.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5Uq4rtXIdYa7FOTw892XL4rPIJnQ_GHlWxpCKZHFrNyWrziUO_5NRoQzPpNAPu-05GUkq4mMKGXm4SuKfoYNWGpyRfAr5sM-xtIZ7U8YRykpAltHdXXnkKlhprvelNUbLWL7fYGCGuAk/s1600/FOTO+SAM+-+DIVULGAC%CC%A7AO.png" height="213" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena da peça "O Dia em que Sam Morreu"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
G1 - Globo Teatro<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
03/06/2014
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i>Artigo: ‘O Dia em que Sam Morreu’
ou da importância de ser ‘rueiro’</i></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<i>O autor Maurício Arruda Mendonça
destaca a força das ruas na dramaturgia</i></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Rua do
Lavradio, além da esquina da Rua do Senado. Meio da tarde. Brisa
forte aliviando o calor. Uma mulher pequena e arretada, cútis cor de
cobre, cinquenta e poucos anos, no celular, dizendo, em voz alta: “
– Deixa eu falar, f.d.p.! Eu sou uma mulher vivida! Me escuta! Amor
é liberdade!” Eu meditava sobre as palavras daquela mulher,
palavras sem refinamento, mas que encerravam verdades em sua poesia
rude. Pensava na beleza de cenas assim tomando uma gelada num boteco
da André Cavalcanti – aliás, rua machadiana, antiga Silva Manuel.
De fato, praticando a arte de andar a pé podemos ter experiências
extraordinárias, e também ordinárias. Com um copo a mais, diria,
até mesmo, sobrenaturais, como ocorreu naquela vez em que eu saía
da lúgubre Igreja do Santíssimo Sacramento, na Avenida Passos. E
eis que uma senhora de seus setenta e tantos anos, portuguesa, me
intercepta no último degrau. Ela perguntava onde ficava a Rua
Visconde do Rio Branco. Eu disse que estava indo naquela direção,
que ela me acompanhasse. Próximos à Rua Luís de Camões, a senhora
disse que estava recordando a região porque frequentava os sebos de
livros no tempo em que suas filhas estudavam: “Comprava livros mais
baratos. Precisava economizar muito na época.” Quando cruzamos a
praça, perto da estátua da Justiça, perguntou-me quem era o homem
montado no “cavalão”. Eu disse a ela que era Dom Pedro I, e
acrescentei: “Esse é monumento equestre mais antigo do Brasil.”
Ao que ela retrucou, com seu sotaque lusitano: “Não podia saber.
Não é do meu tempo.” Eu ri. Nós rimos. Rápido estávamos na
Visconde do Rio Branco. Ela me disse um número qualquer. Eu apontei
a direção. Ela me agradeceu. Por fim, disse: “Que o anjo te
acompanhe.”. Deixei-a prestes a atravessar a rua. Andei alguns
passos e olhei para trás. Ela não estava mais lá. O tempo não era
suficiente para ela ter atravessado. Olhei na outra calçada: nada. A
senhora havia desaparecido. Eram três horas da tarde de sol
abrasador.
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sentados
na calçada do Jato Bar, eu e o parceiro e mestre Paulo de Moraes.
Paulo refletia sobre a questão do poder, o que ele significava hoje
em dia. Falava a respeito de Macbeth, da visão de Shakespeare sobre
o poder. Foi quando as manifestações de junho do ano passado
aconteceram. Num piscar de olhos estávamos vivenciando os fatos e as
notícias, discutindo ideias com o ator Jopa Moraes, tantas
pensamentos suscitados pelos impulsos do nova peça a ser escrita,
somados aos acontecimentos das ruas. As reflexões para o espetáculo
<i>O Dia em que Sam Morreu</i><span style="font-style: normal;">
começaram a fervilhar. Quem são esses que estão nos lugares do
poder? Poderiam ser um médico, que decide sobre vidas; uma juíza
que decide sobre a liberdade; um artista que nos enebria com sua
comicidade? Qual o alcance e resultado desses poderes submetidos aos
dilemas extremos, ao limite entre a vida e a morte, à ação mais
inescrupulosa? Queríamos falar de tudo isso com uma poesia crua, sem
lirismo, mais adequada ao desmascaramento das realidades de bom-tom
convenientemente construídas. O personagem diz aquilo que é.
Defende pontos de vista. Usa toda a força de que dispõe. Mas sem
justificar suas ações freudianamente ou representar realisticamente
os “desvãos da alma humana.” Buscávamos um texto que propusesse
uma discussão franca e honesta com o público sobre o que acontece
hoje. De que forma poderíamos expressar um assunto tão complexo
como o poder na contemporaneidade? Isso poderia ser chamado de peça
política? Sim, mas o teatro é uma arte essencialmente política.
Mas acertado seria pensar em </span><i>O Dia em que Sam Morreu</i><span style="font-style: normal;">
como uma peça de ideias. Paulo achava que uma sucessão de reinícios
poderia ser a síntese entre o conteúdo e a forma do nosso drama.
Era o que a Armazém tinha urgência de compartilhar. Mas isso tudo
foi depois.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Antes
eu me encontrava no boteco da André Cavalcanti – rua cujo asfalto
mal consegue esconder os trilhos do bonde do passado – eu seguia
recordando o escritor João Antônio, cogitando sobre a importância
de ser rueiro, bater perna pela cidade, ouvir, ver, conhecer as
pessoas nos relances de seus dramas. E chegava a uma conclusão:
qualquer acontecimento nas ruas do Rio de Janeiro adquire
imediatamente uma importância histórica. Efeito das ideias, dos
sonhos, da indignação, da fome de justiça, certamente. Mas efeito
também das pedras dos calçamentos, dos largos, das praças, dos
monumentos, dos lugares atávicos da população, das disposições
únicas no corpo da cidade. Com dois copos a mais, eu já até
cunhava uma frase de efeito: “Não se grita ou se revolta sem
paisagem, sem arquitetura!”.</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mesmo
assim, só agora é que fui perceber que <span style="font-style: normal;">em
</span><i>O Dia em que Sam Morreu</i><span style="font-style: normal;">
está presente na personagem da juíza Samantha, a indignação
daquela mulher falando de liberdade e amor que cruzei na Rua do
Lavradio. Só agora percebo que em </span><i>Sam</i><span style="font-style: normal;">
a personagem da garota de programa Sofia poderia ser o anjo da
alegria de que me falara aquela senhora portuguesa que se evaporou na
calçada da Praça Tiradentes. Onde estarão essas pessoas? Gostaria
que elas passasem pela Lapa pra ver nosso espetáculo.</span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Maurício
Arruda Mendonça</div>
<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
é
dramaturgo da Armazém Companhia de Teatro</div>
<div align="RIGHT" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: left;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoteatro/artigos/noticia/2014/06/artigo-o-dia-em-que-sam-morreu-ou-da-importancia-de-ser-rueiro.html</span></div>
<br />Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-85833685077119287452014-07-22T17:34:00.000-07:002014-07-22T20:58:14.639-07:00ARMAZEM CIA. TEATRO NO FESTIVAL DE AVIGNON<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKpe-74YwpZ0UebZ6XfiXtS_EURUENAu2la6J-pvUSaY20ShuW2f8Biqh72heZRtILbOSwYRYu0H-_3lv7lLKVu5m6-DLQCtXLhNipuFzi6vXAQJlakO1zVuQIDJm045zejWmUHe3dijU/s1600/ARMAZEM+EM+AVIGNON+JULHO+2014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKpe-74YwpZ0UebZ6XfiXtS_EURUENAu2la6J-pvUSaY20ShuW2f8Biqh72heZRtILbOSwYRYu0H-_3lv7lLKVu5m6-DLQCtXLhNipuFzi6vXAQJlakO1zVuQIDJm045zejWmUHe3dijU/s1600/ARMAZEM+EM+AVIGNON+JULHO+2014.jpg" height="392" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Atores da Armazém fazendo cortejo numa rua de Avignon, França.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">A peça do Armazém Companhia de Teatro, "O DIA EM QUE SAM MORREU", escrita por Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, com direção de Paulo de Moraes, recebeu no dia 21 de julho, </span></b><b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">o prêmio "Coup de Coeur", em Avignon, França. Foram escolhidos 3 espetáculos que mais bateram forte no coração do Clube de la Presse de Avignon, e o espetáculo do Armazém, que representa o Brasil, está entre eles. Viva o teatro brasileiro! Abaixo resenha sobre "Sam".</span></b><br />
<b><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></b>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>AVI CITY NEWS – Avignon – 20 de julho de 2014</b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 14px; line-height: 20px;"><b><br /></b></span></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b>O DIA EM QUE SAM
MORREU</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<i><b>Um teatro brasileiro
de vanguarda, perturbador, mas um reflexo fiel de nosso mundo
imperfeito.</b></i></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>RESUMO</b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><br />
</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<b>“O dia em que Sam
morreu” coloca em jogo escolhas éticas traçando o destino de seis
personagens que cruzam pelos corredores de um hospital invadido por
um jovem armado. São personagens que, por suas funções, exercem
poder sobre nós: médicos, juiz e artistas.</b></div>
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<b><br />
</b></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>AVALIAÇÃO</b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><br />
</b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>A
companhia Armazém, proveniente do Rio de Janeiro, nos oferece um
representação do teatro contemporâneo brasileiro, com uma
encenação fulgurante, cuidadosa e inovadora, de um texto que
denuncia em ruptura total, tanto a situação, quanto as grandes
ideias da humanidade. Com encadeamento de cenas que se sucedem e se
repetem diferentemente a cada vez, com atores extremamente
caracterizados e perfeitos em suas neuroses, em sua baixeza, Paulo de
Moraes, o encenador, lança luz sobre o mal-estar de um país
mergulhado em uma crise social e econômica. A violência, a
corrupção e a manipulação descritas e representadas com uma
agressividade e uma veracidade espantosas e congelantes, são os
sintomas reveladores de uma sociedade instável e desorientada, à
beira do abismo, que se desintegra e bascula no absurdo, muito longe
da ética. O rock, tocado por excelentes intérpretes que acompanham
esporadicamente o espetáculo, acentuam a ideia de violência, a
ideia de revolta, porém dão lugar a uma certa visão poética desse
povo de origem latina que adora viver a vida com intensidade. Uma
imersão vaguardista sedutora!</b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b><br /></b></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br />
Fonte:</div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="color: navy;"><u><a href="http://www.citylocalnews.com/avignon/2014/07/20/le-jour-ou-sam-est-mort"><span style="font-weight: normal;">http://www.citylocalnews.com/avignon/2014/07/20/le-jour-ou-sam-est-mort</span></a></u></span></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
* * * * * *</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-48978019636071243132014-05-02T09:20:00.002-07:002014-11-11T07:46:50.938-08:00O DIA EM QUE SAM MORREU - RESENHAS CRÍTICAS<br />
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiityDr-fU_ze1I5qnryx51nQOzadJwtgSOvvZSLK15Rhia1IlzhaoOJSTE5pSbdWQBL-pkwRiBFq5F-Bh5qoBaom1_r0SQUcuHBIEBNjEaBCC5qfWA97fTbq__USIP5bbMgyZqQlfrWTc/s1600/JOPA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiityDr-fU_ze1I5qnryx51nQOzadJwtgSOvvZSLK15Rhia1IlzhaoOJSTE5pSbdWQBL-pkwRiBFq5F-Bh5qoBaom1_r0SQUcuHBIEBNjEaBCC5qfWA97fTbq__USIP5bbMgyZqQlfrWTc/s1600/JOPA.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O ator Jopa Moraes no papel de Samuel.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="font-weight: bold;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>REVISTA CULT </b></span></span></span></div>
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Georgia, Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></b></span><br />
<h1 style="color: black; font-size: 23px; font-weight: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: center;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>O que ainda mantém o homem vivo?</b></span></h1>
<div class="chamadaSingle" style="font-size: 12px; font-style: italic; font-weight: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: justify;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>"O dia em que Sam morreu" empenha o vigor que a palavra pode exalar no teatro para tratar da obsolescência do homem</b></span></div>
<div class="tagSingle" style="font-size: 12px; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 5px; text-align: center;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>POR WELINGTON ANDRADE</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: left;">
</div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41166" style="color: #707070; display: block !important; font-weight: normal; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><span class="Apple-style-span" style="border-color: initial !important; border-style: initial !important; font-size: 12px;"></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/odeqsm2-site.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" class="size-full wp-image-41166" height="294" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/odeqsm2-site.jpg" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="odeqsm2-site" width="472" /></a></div>
<div class="wp-caption-text" style="color: black; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: left;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Foto: João Gabriel Monteiro</span></div>
</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: right;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><i>“Quem não pretende um Éden terreal?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Mas e as circunstâncias, afinal?<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Elas se negam a corresponder”.</i></b></span></div>
<div style="color: black; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px; text-align: right;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Bertolt Brecht, <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">A ópera de três vinténs</em>.</span></b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>Escrito por Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, o texto de <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em>– o mais recente espetáculo da Armazém Companhia de Teatro, em cartaz no Teatro Anchieta, do Sesc Consolação – trata, de acordo com as palavras do próprio grupo, “da sensação geral de que algo não vai bem”, transformando uma questão fugidia e espinhosa como essa em um jorro de sinceridade dramatúrgica das mais envolventes na atual temporada teatral paulistana. O que de início chama a atenção é a grande capacidade que a peça tem de olhar para um conjunto de assuntos que vem assolando nossa famigerada consciência crítica, de um modo absolutamente direto, franco, sem falsos dilemas. O texto – denso, articulado, penetrante – recusa qualquer tentativa de soar engenhosamente isento, asséptico, frio em suas reflexões bem-pensantes. Antes, ele opta por mexer e remexer no senso comum que nos paralisa para, a partir desse estado de indignação um tanto quanto letárgico do qual dificilmente conseguimos nos livrar, ir nos comunicando aos poucos a ideia de ser possível desenvolvermos um sentimento de vibrante reação a tudo o que está aí. Mas não aquele tipo de reação moralista que invariavelmente deságua na “indignação farisaica” de que nos fala o professor Antonio Candido. Certamente que não. A criação dramatúrgica de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes nos convida a reagir contra o esgotamento da cota de humanidade que se pensava infindável no homem pela via de uma perplexidade embrutecida, sofrida, dolorosa, sim, mas tingida sutilmente pelas cores do lirismo e da esperança.</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>Em tempos desencantados como os nossos, em que uma mentalidade mediana – vaidosa por ser assaz pragmática e combater tão “inteligentemente” as velhas ideologias – insinua-se em todas as esferas do convívio social, tendendo a sublimar a vida real por meio de uma franca tendência à abstração e ao absoluto, <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> apresenta a grande capacidade de confrontar o espectador com uma série de indagações com as quais ele se depara normalmente, levando-o a examiná-las de acordo com uma inteligência e uma sensibilidade francamente autônomas, cultivadas por seu próprio espírito crítico – nobre tarefa à qual o bom e velho teatro ainda é capaz de se lançar. Isto é, texto e encenação nos fazem acreditar que o fenômeno teatral constitua ainda um poderoso processo que leve o espectador, atravessado pela experiência da cena, a se tornar membro de uma sociedade de homens que sintam e pensem mais e melhor.</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>O foco da peça são algumas das transfigurações pelas quais tem passado o corpo humano na “sociedade industrial-gerenciada” em que nos transformamos, “de natureza essencialmente burocrática e motivada por um materialismo apenas levemente mitigado por preocupações verdadeiramente espirituais ou religiosas”, de acordo com o diagnóstico de Erich Fromm em<em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">The sane society</em>. Assim, o texto põe em cena seis personagens muito bem construídos às voltas com dilemas existenciais e éticos surgidos a partir da relação dissociada que eles estabelecem, em maior ou menor grau, com seus corações e com suas mentes. Ou com o coração e a mente dos outros. Para dois deles, órgãos vitais estão parando de funcionar: o coração da juíza aguerrida e o cérebro do velho palhaço. Já o coração e a mente do jovem instrumentador cirúrgico se excitam demais, a ponto de quererem levá-lo a cometer um ato extremo, “cheio de som e fúria”. Para a garota de programa que é filha de um <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">clown</em> demente – o corpo servindo a ambos como instrumento, para ele, lúdico; para ela, lúbrico –, os homens estão aos pedaços. Por fim, há os dois médicos que, embora muito seguros e articulados, não costumam encarar a vida o tempo todo de cara limpa. Um, deslizante entre dois afetos. O outro, sempre crispado diante do novo e lúcido cinismo que acomete a plenos pulmões aqueles que transitam com invejável desenvoltura por estruturas de mando e de poder.</b></span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41167" style="color: #707070; display: block !important; font-size: 12px; font-weight: normal; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><img alt="" class="size-full wp-image-41167" height="294" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/odeqsm1-site.jpg" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="odeqsm1-site" width="472" /><div class="wp-caption-text" style="color: black; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
Foto: João Gabriel Monteiro</div>
</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>A direção de Paulo de Moraes consegue com notável inventividade converter as ideias que fervilham no campo dramatúrgico em símbolos de uma teatralidade das mais rascantes, acentuada de modo todo especial pela trilha sonora executada ao vivo. Tudo leva a crer que a palavra falada hoje, proferida em ambiente acusticamente harmonioso, esteja fadada ao fracasso por demandar de nós um tipo de concentração do espírito que não nos diz respeito mais. Assim, as falas dos atores precisam constantemente ser emitidas em ambiente sonoro distorcido e amplificado, a fim de se relacionarem com o modo usual da cognição contemporânea. Errática diante daquilo que consegue comunicar e contaminada por um estado permanente de espanto, a palavra aqui precisa se deixar acompanhar pela pulsão do rock. Não é inadequado afirmar, então, que <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> se configura em um recital ruidoso, alvoroçado, desarmônico.(Convém destacar na condução dessa atmosfera tão especial o ótimo trabalho dos músicos, liderados pelo maestro Ricco Vianna).</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>Os atores da Armazém Companhia de Teatro desempenham seus papéis com uma tensão criativa que plasma muito bem seus corpos (a preparação corporal é de Frederico Paredes e Rafael Barcellos) e suas vozes (Jane Celeste Guberfain é a responsável pela preparação vocal). Jopa Moraes constrói o instrumentador Samuel de modo muito convincente ao transformar a retórica um tanto quanto cerebral do personagem em expressão de pura enervação. Patrícia Selonk confere a Samantha uma intensidade dramática notável. Trata-se de uma atriz a quem Dioniso parece jamais abandonar em cena. Como juíza, saem de sua boca asseverações éticas incontestáveis; como uma mulher alquebrada pelo coração em processo de falência, sobram-lhe dúvidas, potencializadas pela máscara patética. Marcos Martins imprime ao ex-palhaço Samir uma aura de comicidade construída por meio de um pungente lirismo.O intérprete domina com rigor a execução física do personagem, sabendo explorar muito bem suas nuances burlescas, poéticas, ridículas. Otto Jr. transforma o Dr. Benjamin em uma figura fascinante – detestável pela arrogância que o afasta de nós, atraente pelo pragmatismo que nos aproxima dele. Lisa Eiras empresta uma carga de sensualidade muito bem calibrada a Sofia, explorando diversos matizes em sua interpretação que afastam o risco de a personagem se cristalizar em um tipo. Por fim, Ricardo Martins se desincumbe muito bem do Dr. Arthur, conferindo-lhe uma empatia muito natural, seja por ele soar bastante razoável, seja por demonstrar ter um bom coração – que, inclusive, o faz interceder tão naturalmente a favor de engenheiros presos e juízas doentes.</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>A cenografia, concebida pelo próprio diretor, em parceria com Carla Berri, é simples e funcional, transformando constantemente o palco em um espaço de dispersão – o que potencializa os constantes focos de tensão. A iluminação de Maneco Quinderé pontua muito bem a atmosfera confessional a que se lançam os atores com acento expressionista, contrastada, por sua vez, pelos figurinos naturalistas concebidos por Rita Murtinho. Os bonecos confeccionados por Ulisses Tavares e Paulo Emílio Luz, que reproduzem corpos humanos fora de combate, têm um poder de sugestão sobre a cena dos mais impressionantes. Idem para as máscaras macabras dos palhaços que acompanham o enterro de Samir, responsáveis por uma plasticidade aflitiva e inquietante. Sem sombra de dúvida, essa é a cena mais bela do espetáculo. Se o conceito de beleza puder corresponder também à expressividade plástica do fantasmagórico e do grotesco, como, por exemplo, em Goya.</b></span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_41169" style="color: #707070; display: block !important; font-size: 12px; font-weight: normal; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 4px; text-align: center; width: 482px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><img alt="" class="size-full wp-image-41169" height="294" src="http://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2014/11/ODiaemqueSamMorreu2a-site.jpg" style="border-bottom-style: none; border-bottom-width: 0px; border-color: initial !important; border-color: initial; border-left-style: none; border-left-width: 0px; border-right-style: none; border-right-width: 0px; border-style: initial !important; border-top-style: none; border-top-width: 0px; margin-bottom: 10px; margin-left: 0px; margin-right: 10px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" title="ODiaemqueSamMorreu2a-site" width="472" /><div class="wp-caption-text" style="color: black; font-size: 15px; line-height: 17px; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
Foto: João Gabriel Monteiro</div>
</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>A estrutura cíclica de <em style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</em> – a peça aponta para um novo começo a cada vez que um dos “Sam” morre – está ligada mais propriamente ao universo do mito, de onde emerge por duas vezes em cena a figura de Abraão, o patriarca das três grandes religiões monoteístas, incumbido de estabelecer a aliança entre o mundo terreno e a esfera divina. Entretanto, essa camada mítica no plano da dramaturgia (com quem o super-homem pós-moderno há de firmar uma nova aliança? que novas normas morais e políticas estão sendo instituídas por esse homem tão potente a partir de sua fé indestrutível no racionalismo científico?)parece se desdobrar em uma outra camada, de corte épico, proposta pela encenação, que transforma a repetição narrativa em objeto de reflexão histórica (por que o sono da abundância científica e tecnológica à qual nos entregamos diariamente tem produzido tantos pesadelos éticos e morais?).</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>“Que sacrifícios fazer e em nome de que alianças?” pergunta o espetáculo, propondo uma série de imagens muito contundentes que evocam o mundo dos ritos sacrificiais, cindidos aqui entre o sagrado e o profano. De um lado, por exemplo, há os três corpos estilizados que descem do urdimento e são acolhidos por atores em pose de Pietá. De outro, os antigos rituais de imolação dão lugar aos novos procedimentos cirúrgicos, nos quais tanto faz implantar uma válvula de vaca ou de porco no paciente “sacrificado”. Ou em que um órgão extirpado de um paciente morto pode prosaicamente se transformar em presente de aniversário de um ente querido.</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b>Enquanto um novo corpo surge a partir do uso de novos fármacos, a velha consciência vai se tornando obsoleta em virtude de tantos anestésicos que a rodeiam. Mas o espetáculo termina apontando para uma imagem mais positiva do que essa, ao converter a distopia do indivíduo despedaçado na utopia da integridade humana, contrária à indiferença. É bem verdade que a cena em que Samantha e Sofia discorrem sobre isso ocorre em um cemitério. Mas não se pode esquecer de que prestar tributo aos mortos é cultivar a memória dos que já foram, a fim de preservar o passado e poder transmiti-lo – como promessa e aliança – aos que ainda estão por chegar.</b></span></div>
<div style="color: black; font-size: 15px; font-weight: normal; line-height: 17px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 10px; padding-left: 10px; padding-right: 10px; padding-top: 10px;">
<span style="font-family: LucidaGrande;"><b><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O dia em que Sam morreu</strong><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Onde:</strong></strong> Teatro Anchieta, Sesc Consolação. Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quando:</strong> até 23/11. Sexta e sábado, 21h. Domingo, 18h.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Quanto:</strong> De R$ 12 a R$ 40.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Info:</strong> (11) 3234-3000.</b></span></div>
<br />
<div style="font-weight: bold;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande; font-size: large;"><b>*</b></span></span></div>
<div style="font-weight: bold;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: 800;">ARMAZÉM NO FESTIVAL DE EDIMBURGO 2014 </span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b>
</b></div>
<div style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>ARMAZÉM
RECEBE PRÊMIO DO FESTIVAL DE TEATRO DE EDIMBURGO 2014</b></span></span></span></b></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-weight: normal;">O
DIA EM QUE SAM MORREU [The Day Sam Died] ganhou nesta sexta, 15/08 o
</span></span></span></span><span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>FRINGE
FIRST AWARD,</b></span></span></span><span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-weight: normal;">
um dos principais prêmios do Festival de Edimburgo oferecido há 41
anos pelo jornal The Scotsman. Em 2013, o Armazém tinha ganhado o
mesmo prêmio por "A Marca da Água" [Water Stain]. </span></span></span></span><span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">Crítica
no jornal The Scotsman sobre o DIA EM QUE SAM
MORREU:</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>FRINGE
FIRST AWARD WINNER - THE DAY SAM DIED</b></span></span></span></div>
<div style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-weight: normal;">por
</span></span></span></span><span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>Joyce
McMillan</b></span></span></span><span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-weight: normal;"> </span></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"> <span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">"Se
o futuro da saúde - como serviço público ou negócio privado - é
uma das questões-chave de todas as democracias modernas, então o
mais recente e brilhante espetáculo da Armazém Companhia de Teatro
é a peça que pega o drama hospitalar pela nuca e o transforma num
teatro furioso, lindo e surreal que trata da luta global entre o
extremo capitalismo neoliberal e visões mais democráticas e
comunitárias da sociedade.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">No
centro da peça - co-escrita por Maurício Arruda Mendonça e pelo
diretor Paulo de Moraes - está a figura do cirurgião-chefe, um
brucutu altamente qualificado e viciado em drogas, que trata seus
pacientes com desprezo e acha natural que o melhor serviço de saúde
seja controlado pelos ricos.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">Sua
vida dá uma guinada complexa, porém, no dia em que ele encontra
três pessoas diferentes chamadas Sam, numa série de situações
repetidas. Uma delas é o enfermeiro auxiliar de cirurgia, que tem um
acesso de fúria e saca uma arma no saguão do hospital, enquanto
fala sobre como um hospital devia ser justo e compassivo. Outra é a
juíza de direito chamada Samantha, que precisa de uma cirurgia pra
salvar sua vida, mas questiona a moralidade de furar a fila de
tratamento. E a outra pessoa é Samir, um ex-palhaço que agora sofre
de demência, depois de uma vida inteira divertindo as crianças.</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">Durante
80 minutos intensos e belos, pontuados por um entrondoso rock ao
vivo, a produção de Paulo de Moraes nos guia através do mundo
onírico dessas três situações, numa torrente de luz inconstante e
de fúria e quietude em alternância. E no centro do espetáculo há
uma série de atuações excelentes de alguns dos melhores atores do
Brasil, incluindo Patrícia Selonk como Samantha e Otto Jr. como o
cirurgião-chefe."</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="color: #262626; font-family: LucidaGrande; font-size: large; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>*</b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b>CRITICA de "O DIA EM QUE SAM MORREU" em Edimburgo
2014.</b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;"><b><br /></b></span></span></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">Three
Weeks - Sexta-feira, 8 de agosto de 2014</span></span></span></div>
<div style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: medium;">por
George Robbs</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: small;">"O
Dia Em Que Sam Morreu" é sombria, solitária, como um pesadelo
- mas também extremamente emocionante. Parte da Temporada do Teatro
Brasileiro, é a história de seis indivíduos solipsistas,
divididos por sua classe social e sua comunidade. O hospital onde
eles se encontram é mantido sob controle por um homem armado
enfurecido, e apesar de suas vidas jamais convergirem totalmente,
elas se tocam. É um estudo magistral sobre o relativismo pós-moderno
e a desunião que ele promove. Visualmente vívido, com um som
surpreendentemente belo e filosoficamente bem trabalhado, "O Dia
Em Que Sam Morreu" faz a pergunta: num mundo onde um código de
ética é tão válido e justificável quanto qualquer outro, como
saber a qual deles aderir?</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: LucidaGrande;"><span style="font-size: x-small;">Fonte: http://www.threeweeks.co.uk/article/ed2014-theatre-review-the-day-sam-died-armazem-theatre-company/</span></span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
* * *</div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">ARMAZÉM NO FESTIVAL DE AVIGNON 2014</span></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #262626;"><span style="font-family: Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: medium;">A
peça do Armazém Companhia de Teatro, "O DIA EM QUE SAM
MORREU", escrita por Maurício Arruda Mendonça e Paulo de
Moraes, com direção de Paulo de Moraes, recebeu no dia 21 de
julho, <b>o prêmio "Coup de Coeur"</b>, em Avignon, França.
Foram escolhidos 3 espetáculos que mais bateram forte no coração
do <b>Clube de la Presse de Avignon</b>, e o espetáculo do Armazém, que
representa o Brasil, está entre eles. Viva o teatro brasileiro!
Abaixo resenha sobre "Sam".</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;">AVI
CITY NEWS – Avignon – 20 de julho de 2014</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>O
DIA EM QUE SAM MORREU</b></span></span></span></div>
<div style="font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><i>Um
teatro brasileiro de vanguarda, perturbador, mas um reflexo fiel de
nosso mundo imperfeito.</i></span></span></span></div>
<div style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>RESUMO</b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;">“<span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>O
dia em que Sam morreu” coloca em jogo escolhas éticas traçando o
destino de seis personagens que cruzam pelos corredores de um
hospital invadido por um jovem armado. São personagens que, por suas
funções, exercem poder sobre nós: médicos, juiz e artistas.</b></span></span></span></div>
<div style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>AVALIAÇÃO</b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><b>A
companhia Armazém, proveniente do Rio de Janeiro, nos oferece um
representação do teatro contemporâneo brasileiro, com uma
encenação fulgurante, cuidadosa e inovadora, de um texto que
denuncia em ruptura total, tanto a situação, quanto as grandes
ideias da humanidade. Com encadeamento de cenas que se sucedem e se
repetem diferentemente a cada vez, com atores extremamente
caracterizados e perfeitos em suas neuroses, em sua baixeza, Paulo de
Moraes, o encenador, lança luz sobre o mal-estar de um país
mergulhado em uma crise social e econômica. A violência, a
corrupção e a manipulação descritas e representadas com uma
agressividade e uma veracidade espantosas e congelantes, são os
sintomas reveladores de uma sociedade instável e desorientada, à
beira do abismo, que se desintegra e bascula no absurdo, muito longe
da ética. O rock, tocado por excelentes intérpretes que acompanham
esporadicamente o espetáculo, acentuam a ideia de violência, a
ideia de revolta, porém dão lugar a uma certa visão poética desse
povo de origem latina que adora viver a vida com intensidade. Uma
imersão vaguardista sedutora!</b></span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-style: normal; font-weight: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: black;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;">Fonte:</span></span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<a href="http://www.citylocalnews.com/avignon/2014/07/20/le-jour-ou-sam-est-mort"><span style="color: #214671;"><span style="font-family: TrebuchetMS, sans-serif;"><span style="font-size: small;"><span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;">http://www.citylocalnews.com/avignon/2014/07/20/le-jour-ou-sam-est-mort</span></span></span></span></span></a></div>
<br />
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>* * *</b><br />
<b><br /></b></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">
</div>
<div style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b>CRÍTICA DE TEATRO: O DIA QUE SAM MORREU</b></div>
</div>
<div style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Por GISELLE COSTA</div>
</div>
<div style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
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<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
BLOG BLAH CULTURAL</div>
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<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
01/05/2014</div>
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<div style="line-height: 16px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Nem sempre as questões que se apresentam perante nós cabem numa simples escolha. O espetáculo O Dia que Sam Morreu se propõe discutir ética, moralidade, honestidade, caráter. Temas que não podem ficar circunscritos a um sistema binário. Sutil como a pata de um elefante, a ética pisa em nós a cada trade off, nossas escolhas conflitivas. Força-nos a ter uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
A peça joga nas mãos de cada personagem dilemas pessoais que interagem diretamente com a vida do próximo, contrapondo o desejo de cada um ao bem estar dos demais. Trabalha o jeitinho brasileiro de resolver as situações mais difíceis que por meio natural não seriam resolvidas. E mais, traz ao palco o tema dos protestos que começaram em junho de 2013 e desencadearam poucas mudanças políticas efetivas. A Cia Armazém de Teatro, um dos mais antigos e prestigiados grupos do País, colocou o dedo na ferida sócio-política do nosso país, esgarçando a ética e a moralidade.</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
A trama central do espetáculo se passa dentro de um hospital cuja escolha de cada personagem irá definir o destino dos demais ao se cruzarem pelos corredores. Ninguém consegue se esquivar. Vemos até onde o código moral estabelecido exerce influência sobre a subjetividade de cada um ali em cena. E conseguimos medir a efetividade dos valores normativos de nossa sociedade através dos atos de cada personagem.</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
A discussão entre o inescrupuloso cirurgião Benjamin, vivido pelo ator Otto Jr., e o jovem idealista Samuel, interpretado por Jopa Moraes, é como uma fratura exposta. Somos apresentados cruamente às partes antagônicas, vistas claramente, sem nuances, numa clássica dicotomia exuberante entre o bem e o mal. Ambos os atores vivenciam cada palavra do texto de forma arraigada no que seu personagem acredita. Soa forte, como golpes diretos, com a guarda baixa, deixando a cara na reta sem medo.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
É como se utilizassem aquilo que acreditam como um escudo invisível. Assim nada os fere, podendo seguir adiante com suas crenças do que é correto pra si (mesmo que não seja para o restante ou inviável do ponto de vista prático). Samuel serve pra trazer à tona todo o ideal de um mundo perfeito onde tudo funciona e a justiça atinge a todos da mesma maneira. Será que (quase) todo mundo já foi como ele quando jovem e depois arrefeceu, atrelando a vida ao sistema sem questionar mais ou brigar por fatos mais justos? Um final de luta praticamente compulsório. Afinal quem dará emprego formal a um rebelde?</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Depois nos é permitido acessar outra camada. Aqui, deparamo-nos com o posicionamento mais claustrofóbico. A juíza Samantha (Patrícia Selonk) sofre praticamente uma emboscada moral de seu intrincado marido Arthur (Ricardo Martins). Emparedada, vê-se num dilema dilacerante. Vemos o sofrimento emergindo para a carne, sendo amaciado pelo álcool, o que não torna mais fácil sua escolha perante sua necessidade versus o anseio dos demais integrantes da sociedade. Selonk transpira pela sua personagem, entrega-se de forma intensa e bela, atuando com firmeza. As trocas entre ela e Martins são eficazes, permitem delinear bem os pontos falhos do personagem Arthur e a expor os limites da magistrada.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Na enjambrada forma de fazermos escolhas, vivenciamos a não menos difícil vida de Sofia (Lisa Eiras), que faz sexo por dinheiro e cuida de seu pai Samir, um palhaço com alzheimer. Sofia, não tem uma tarefa menos difícil. Entretanto, talvez, por circunstância da vida, seja mais prática. E assim, essa questão da ética reverbere menos nela. Isso nos coloca a questão do esquecimento. Será que não se lembrar dos fatos ocorridos nos faria mais felizes?</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O cenário, de Paulo de Moraes e Carla Berri, se desdobra e se mostra muito funcional, acompanhando e se encaixando no ritmo do espetáculo. Maneco Quinderé com sua iluminação enfatiza cada evento e contribui para a evolução da dramaturgia. Não se pode deixar de falar na música instrumental, basicamente levada numa só guitarra, que é executada ao vivo, sob a responsabilidade de Ricco Viana. Não só nos ajuda a entrar no clima, como explicita os sentimentos dos personagens em cena.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Ao final, temos a sobrevivência de cada um de nós posta na corda bamba da vida. Não importa se você é abastado ou desprovido de grana; pode-se chafurdar na mediocridade independente do quanto se leve no bolso ou do quantitativo de diplomas pendurados na parede. Parece cada vez mais difícil sonhar com algo que chegue perto do justo e igualitário. Só nos resta o vazio perante a impotência ao sistema. Não se lembrar de nada, como frequentemente nos referimos ao nosso país sendo uma pátria sem memória, muitas vezes pode ser solução para conseguir continuar a viver numa ilusão de felicidade. A outra única opção é morrer tentando. Qual é a sua escolha?</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Fonte: http://www.blahcultural.com/critica-de-teatro-o-dia-que-sam-morreu/</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
* * *</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b>UM ESPETÁCULO SOBRE A ÉTICA</b></div>
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<div style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
por RODRIGO MONTEIRO</div>
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<div style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
BLOG CRÍTICA TEATRAL</div>
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<div style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
01/05/2014</div>
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<div style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
“O dia em que Sam morreu” tem o mérito de falar sobre ética sem ser um espetáculo moralista. Ao trazer à baila o assunto, sem se posicionar efetivamente, a nova produção do Armazém Companhia de Teatro sugere que a discussão deva acontecer na plateia, entre o público, cumprindo assim uma função que é paralela e melhor que o teatro ideológico já fora de moda. Contada de forma não linear, a narrativa escrita por Maurício Arruda Mendonça e por Paulo de Moraes se passa quase que inteiramente em um hospital. Da equipe médica frente a um paciente na mesa de cirurgia às relações pessoais desses personagens, tudo é oportunidade para vê-los na sanha pelo poder. Em cartaz no Espaço Armazém, da Fundição Progresso na Lapa, eis aí uma peça que mostra um olhar pessimista sobre a sociedade, mas não menos valoroso.</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O cirurgião Benjamin (Otto Jr.) quer uma colocação de chefia no hospital. O Dr. Arthur (Ricardo Martins) quer antecipar a chamada para transplante de coração para a sua esposa, a juíza Samantha (Patrícia Selonk), que, por sua vez, quer o novo coração para continuar vivendo. Sophia (Lisa Eiras) quer o tratamento para o seu pai, Samir (Marcos Martins), que sofre de Alzheimer, e que, um dia, quis viver a sua vida com o circo. Samuel ( Jopa Moraes, em sua estreia como ator) quer mudar o mundo e livrá-lo da corrupção e da desonestidade. Ou seja, sejam lá quais forem os motivos que levam esses personagens a fazerem algo de errado em prol dos próprios interesses, e sejam lá os momentos em que esses interesses ficam claros para o público, em “O dia em que Sam morreu”, todos estão corrompidos. O pai abandona a filha, o doutor é conivente com os erros do chefe, a mulher faz favores sexuais, a outra faz “vista-grossa” para um privilégio, e, assim, do cirurgião que conscientemente erra a operação de seu próprio chefe ao garoto que, num estado de loucura, invade o hospital com uma arma, todos movimentam a reflexão sobre a ética.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
As interpretações são vibrantes em conjunto e em individualmente, porque são cheias de marcas que aproximam a ficção do real além da narrativa. Em outras palavras, os personagens se utilizam bem da forma física dos atores de jeito que o resultado não é só um efeito de teatralidade, mas um mérito de casting também. Para citar um exemplo, a cena em que Samual invade o hospital com uma arma, além de renovar a discussão sobre ética que a peça propõe, causa enternecimento diante da ingenuidade do personagem, ainda muito jovem. Essa sensação só tem permissão para acontecer porque o intérprete é realmente alguém com pouca idade, ou seja, não é preciso um esforço do público para aceitar a proposição da peça, mas a narrativa se conta ao natural. O mesmo acontece com Marcos Martins que é um ator mais experiente. Assim, o realismo é um gênero hoje mais difícil de ser viabilizado porque, diferente do século XIX, ele concorre agora com vários outros gêneros trazidos pelo século XX. O neorrealismo de “O dia em que Sam morreu” só é possível pela forma potente com que os signos, incluindo aqueles ligados à interpretação, estão articulados.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Um dos grandes méritos estéticos da peça são o cenário de Carla Berri e de Paulo de Moraes e a trilha sonora interpretada ao vivo por Ricco Viana. De um lado, temos uma situação vazada que oxigena a narrativa sem desrespeitar a hierarquia do essencial em termos de ilustração, de outro temos uma sonorizaçãoo que valoriza a história, mas também parece convocar o espectador à reflexão.</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 24px;">“Sam”, do título, pode ser Samantha, Samir e Samuel e também pode ser os três. O gesto, desde aí, indica à chamada ao pensamento, à tomada de um ponto de vista, a uma posição no que diz respeito à ética, palavra tão essencial nesse mundo de hoje. Parabéns!</span></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Fonte: http://teatrorj.blogspot.com.br/</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; line-height: normal; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: center;">
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-style: normal;"><b>DRAMA DA ARMAZÉM CIA DE TEATRO</b></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="font-style: normal;"><b>PROPÕE UMA CONTUNDENTE REFLEXÃO SOBRE A MORAL</b></span></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
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<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
por RAFAEL TEIXEIRA</div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
VEJA RIO</div>
</div>
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<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
30 de Abril de 2014.</div>
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<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Em tempos de indignação pública com desvios éticos, o drama da Armazém Companhia de Teatro se revela da maior pertinência. Também diretor, Paulo de Moraes assina o texto com Maurício Arruda Mendonça. Na história, o ambicioso cirurgião Benjamin (Otto Jr.) é, guardadas as proporções, um Ricardo III contemporâneo: tal como o personagem de Shakespeare, não apenas tem plena noção de sua vilania como se orgulha dela. Contra ele — e a podridão dos valores que personifica — insurge-se Samuel (Jopa Moraes), enfermeiro idealista ao ponto da ingenuidade, que invade o hospital armado. Zonas cinzentas da moralidade se vislumbram entre alguns dos reféns. É o caso da juíza Samantha (Patrícia Selonk), que reluta em aceitar a ajuda do médico Arthur (Ricardo Martins) para furar a fila do transplante de coração, e da garota de programa Sofia (Lisa Eiras), às voltas com o pai doente, Samir (Marcos Martins), vítima de Alzheimer. A intrigante estrutura do texto se baseia em uma sucessão de inícios, cada um deflagrando uma trama que enfoca Samuel, Samantha ou Samir — todos apelidados de Sam. O elenco valoriza a contundente reflexão sobre a moral, aqui mais calcada na realidade, ainda que preservando a marca poética habitual do trabalho da Armazém (95min). 14 anos. Estreou em 10/4/2014.</div>
</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Fundição Progresso — Espaço Armazém (120 lugares). Rua dos Arcos, 24, Lapa, ☎ 2210-2190. Quinta a domingo, 20h. R$ 40,00. Bilheteria: a partir das 18h (qui. a dom.). Até 29 de junho.</div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
* * *</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b>CRÍTICA: ARMAZÉM ENFIA O DEDO NA CRISE POLÍTICO-SOCIAL</b></div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b><br /></b></div>
</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Por MIGUEL ARCANJO PRADO</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
(Enviado especial do R7 ao Festival de Teatro de Curitiba)</div>
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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</div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
04/04/2014</div>
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<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Os protestos que começaram em junho de 2013 desencadearam poucas mudanças políticas efetivas – fora o não aumento da tarifa de ônibus –, mas ainda reverberam nos palcos brasileiros.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O Armazém, um dos mais prestigiados grupos do País, oriundo de Londrina (PR) e radicado no Rio, levou ao Festival de Teatro de Curitiba 2014 a estreia nacional da peça <i>O Dia em Que Sam Morreu</i> no Teatro Guairinha. Nela, coloca o dedo na ferida político-social brasileira. E o faz com a sensibilidade do olhar poético que é identidade da trupe, e que não deixa de ser contundente.</div>
</div>
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<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O espetáculo aborda os bastidores de um hospital, onde pacientes são salvos pelo dinheiro que têm, e onde reina um cirurgião inescrupuloso, dominando a todos com sua arrogância e capacidade de jogo.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Otto Jr. assume o papel cheio de potência e força bruta, uma espécie de macho alfa que paira no ar até ser contestado por um jovem enfermeiro idealista, personagem de Jopa Moraes, que começa titubeante no posto de protagonista, mas que ganha força com a evolução da encenação. Completam o elenco coeso Marcos Martins, Ricardo Martins, Lisa Fávero e Patrícia Selonk. Estas duas últimas, as mulheres do elenco, chamam tudo para si quando estão em cena. Sempre intensas. Ambas igualmente boas atrizes.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O texto de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, que dirige a montagem, consegue expor de forma crua o desprezo pela vida alheia quando a própria vida é posta em primeiro plano, jogando para debaixo do tapete todo discurso ético.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Detalhe para o simples e ao mesmo tempo complexo cenário de Paulo de Moraes e Carla Berri, bem como para a iluminação de Maneco Quinderé, que contribui para a evolução da dramaturgia. A música executada ao vivo, sob comando de Ricco Viana, também dá potência à obra, explicitando os sentimentos dos personagens.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O espetáculo do Armazém mostra que o problema político-social brasileiro vai bem mais além dos discursos eloquentes ou de cartazes improvisados para passeatas: ele mora no âmago da sociedade, nas relações interpessoais que estabelecemos no jogo do “jeitinho brasileiro”, no qual tudo é possível e permitido sem escrúpulos.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O modelo de civilização no Brasil é posto em xeque pela obra, que expõe suas amarras cruéis e a falta de utopia reinante na sociedade. Tal utopia é representada pelo jovem enfermeiro Samuel, que teima crer em um mundo melhor e mais justo mesmo que tudo ao seu redor diga a ele que isso jamais será possível.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Mergulhado no teatro pós-moderno, o personagem e seu drama representam o grito sonhado na geração pós-desilusão. Como num movimento cíclico, o jovem em cena representa a mesma coragem que levantou jovens 50 anos atrás contra o regime totalitário que deixou ares tenebrosos no País por 21 anos. Contudo, atitudes contestatórias estão cada vez mais em desuso nos tempos em que crianças são educadas para vencer na vida a qualquer custo.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Questionamentos como estes são levantados em <i>O Dia em que Sam Morreu</i>. A obra aponta que não há vencedores nem derrotados. Todos estão mortos. Sem dó, o Armazém joga na cara da plateia de classe média o quão sua sobrevivência na corda bamba da vida pode ser medíocre e desprovida de sonhos. E, por isso, vazia. Tal qual a imagem de um palhaço sem memória e de riso perdido.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
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<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Fonte: http://entretenimento.r7.com/blogs/teatro/2014/04/04/critica-armazem-enfia-o-dedo-na-crise-politico-social/</span></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
* * *</div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b>"O DIA EM QUE SAM MORREU"</b></div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<b>ACERTA EM DISCUSSÃO MATIZADA SOBRE O PODER</b></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<i>O espetáculo foi muito aplaudido pelo público e a boa recepção foi merecida.</i></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Por PAULO CAMARGO</div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Gazeta do Povo</div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Caderno G – Festival de Curitiba</div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
04/04/2014</div>
</div>
</div>
<div style="font-style: normal; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Os hospitais são, com frequência, cenários bastante propícios para a ficção. Passam pelos seus corredores todos os tipos pessoas, com suas dores, físicas e emocionais, tragédias e esperanças. Nos bastidores, povoados por médicos, enfermeiros e funcionários que exercem as mais diversas funções, também rola de tudo. Casos de amor não são raros, brigas de egos muito menos.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Faz sentido, portanto, que Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes tenham optado por construir o texto de <i>O Dia em Que Sam Morreu</i>, nova montagem da Cia Armazém de Teatro, a partir das relações de poder que se constroem no dia a dia de um estabelecimento como esses, que funciona como um microcosmo, onde muitas das tensões no mundo contemporâneo marcam presença, e por vezes eclodem com força potencializada.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O espetáculo, que fez sua estreia nacional na noite de quinta-feira no Guairinha, dentro da mostra contemporânea do Festival de Curitiba, foi muito aplaudido pelo público que se não chegou a lotar, encheu o teatro. A boa recepção foi merecida.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Seis personagens têm suas vidas cruzadas em um dia de fúria no hospital onde tudo se passa. No centro da trama está o médico Benjamin (Otto Jr.), um sujeito narcisista, sedento por poder, que não mede esforços para conseguir o cargo de cirurgião-chefe. Tem como amigo, mas não exatamente um aliado passivo, Arhur (Ricardo Martins), que também vive conforme padrões éticos duvidosos, flexíveis demais. Sua mulher, a juíza Samantha (Patrícia Selonk), é um contraponto a essa falta de escrúpulos. Mas seu coração pode parar a qualquer momento e ela precisa de um transplante.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Outra pedra no sapato de Benjamin é Samuel (Jopa Moraes), um jovem enfermeiro que, ao testemunhar as sucessivas demonstrações de falta de caráter e decoro do cirurgião, entra em surto. É tomado por tamanha indignação que resolve fazer justiça com as próprias mãos: invade o hospital e coloca o médico na mira, exigindo que ele faça tudo que o rapaz julga certo, a começar por tratar pacientes do SUS, pobres e desvalidos, com a mesma atenção dos ricos e poderosos. Completam o sexteto Sophia (Lisa E. Fávero), uma jovem prostituta que sustenta e vive com um pai que mal conheceu, o palhaço Samir (Marcos Martins), portador da doença de Alzheimer.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Tão relevante quanto a história que <i>O Dia em Que Sam Morreu</i>, conta, é a forma com que o texto é construído, a maneira como o tempo é manipulado. A mesma situação, em cujo centro está o confronto entre Benjamin e Samuel, é narrada de diferentes perspectivas, com desenlaces distintos.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
O que fica é uma discussão matizada, em que tanto o cinismo de Benjamin quanto o idealismo radical de Samuel, assim como a flexibilidade moral de Arthur, são expostos, questionados, sem que a peça assuma um tom maniqueísta.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
Percebia-se na apresentação de ontem uma certa hesitação nas interpretações dos atores, sobretudo nos primeiros dez, quinze minutos da peça. Possivelmente em decorrência da tensão natural de se tratar de uma estreia. No conjunto, entretanto, a direção ágil de Paulo de Moraes e a inventividade do texto, sobretudo na forma, se impuseram.</div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="line-height: 24px; margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/cadernog/festivaldecuritiba/conteudo.phtml?id=1459574</span></div>
</div>
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;">
<br /></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-26839676076794373292014-04-22T20:45:00.001-07:002014-04-22T20:45:08.808-07:00MARIÃO DETONA EM KEROUAC<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1IGhc3A_sySss_yMmarPtWhpyYSjci2EmM-veu6Kt1MqaRGw4gHlGjc0ne3hWorUQ8grJiOgdtshmd9rUMmngoE1GFwL6vs5zhq80rKQPunP8wTXUlWB9sbholqqh5FacfpXCX5bj9BY/s1600/Sem+Ti%CC%81tulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1IGhc3A_sySss_yMmarPtWhpyYSjci2EmM-veu6Kt1MqaRGw4gHlGjc0ne3hWorUQ8grJiOgdtshmd9rUMmngoE1GFwL6vs5zhq80rKQPunP8wTXUlWB9sbholqqh5FacfpXCX5bj9BY/s1600/Sem+Ti%CC%81tulo.jpg" height="400" width="266" /></a></div>
<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">"Zen e a Arte Beat</span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />Deve-se destacar o texto do Maurício Arruda Mendonça e a direção do Fauzi Arap.<br /><br />É difícil escapar do clichê e não chamar esse monólogo de tour de force do Mário Bortolotto. As opiniões foram unânimes ao descrever o trabalho com o adjetivo ‘impressionante’.<br /><br />Diante da surpresa dos espectadores, o Marcelo Mirisola ainda comentou para uma alma incauta: “é que você não viu quando ele estava mais gordo.”<br /><br />Ele, no caso, era o Jack Kerouac.<br /><br />Pois é, parece, mas não é questão de transfiguração. Não é uma peça espírita com atores incorporando personas alheias. É o universo do franco-canadense sendo descrito à nossa frente com os espíritos de todos os escritores e de todos os leitores.<br /><br />Nada mais justo do que a ovação final.<br /><br />Buda iluminou com apenas uma flor. Nós fomos iluminados pela atuação do Mário."<br /><br />(Douglas Kim)<br /><br />KEROUAC<br /><br />Texto: Mauricio Arruda Mendonça<br />Direção e Iluminação: Fauzi Arap<br />Interpretação e sonoplastia: Mário Bortolotto<br /><br />Operação Técnica: <a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100003936107124" href="https://www.facebook.com/marcelo.montenegro.986" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;">Marcelo Montenegro</a><br /><br />Direção Técnica: Regis Santos<br /><br />Assistência de Direção: Guilherme Sugar Junqueira<br /><br />Teatro Cit Ecum<br />Rua da Consolação, 1623<br /><br />Somente às terças-feiras às 21h<br /><br />Até 20/05/2014</span></span>Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-72382163087243896432014-03-24T12:04:00.001-07:002014-03-24T12:04:51.753-07:00O DIA EM QUE SAM MORREU - Festival de Curitiba<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcLyzguEjLyHZs8BwAeqxcKDWNmZU1GT7Gi7hCApu0UrCCn05te_TsODRRBKA8-IxPLT8mVJmEPcUI4822rJwMuBZSc3aYO_90J88XIZcHF_XZegDfYkU0f0uhaJITdqQUt4fwO0xTU2g/s1600/FOTO+MARCOS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcLyzguEjLyHZs8BwAeqxcKDWNmZU1GT7Gi7hCApu0UrCCn05te_TsODRRBKA8-IxPLT8mVJmEPcUI4822rJwMuBZSc3aYO_90J88XIZcHF_XZegDfYkU0f0uhaJITdqQUt4fwO0xTU2g/s1600/FOTO+MARCOS.jpg" height="266" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O ator Marcos Martins é o personagem Samir.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-weight: 200; line-height: 21px;"></span><br />
<h2 style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: center;">
Cia. Armazém estreia O Dia em Que Sam Morreu</h2>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Em tempos de banalização do mal, o que afinal importa para nós? É em torno de questão tão delicada que gira <strong style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O Dia em que Sam Morreu</em></strong>, espetáculo que a Armazém Cia de Teatro estreia no Festival de Curitiba 2014. A nova montagem do grupo paranaense, radicado no Rio de Janeiro, dramatiza as escolhas éticas que definem o destino de seis pessoas que se cruzam nos corredores de um hospital. Num ambiente onde a higienização dos corpos parece ser regra geral, talvez uma investigação mais aprofundada mostre que (como já nos alertaram as bruxas de Shakespeare) o Belo é Podre, e o Podre sabe ser Belo.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 15px; font-weight: 200; line-height: 21px;"></span></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
A estrutura do trabalho é calcada em uma sucessão de reinícios, alternando as vozes dos personagens que conduzem a trama. Qual a percepção deles todos sobre o mundo e o tempo em que vivem, sobre as pessoas que conhecem, o trabalho que fazem, as dúvidas que carregam? “Nossa dramaturgia se caracteriza pela investigação do tempo dramático. Gostamos de contar histórias em que o conteúdo esteja dialeticamente ligado à forma. Essa estrutura de “eterno retorno” cumpre a função de renovar sensações sobre os atos dos personagens. A cada retorno reatualizamos os acontecimentos e aprofundamos algumas das questões”, pondera o diretor Paulo de Moraes.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Como cenário para questões tão cruciais está um hospital. O cirurgião-chefe acredita ter poder sobre a vida dos outros e não mede esforços para chegar aonde quer, até o dia em que um jovem armado invade o hospital e a potência marginal e transgressora desse ato provoca um debate ético onde duas visões de mundo colidem.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Moraes, que divide a criação do texto com Maurício Arruda Mendonça, explica que desde que voltou do Festival de Edimburgo, ano passado, depois de receber por “A Marca da água” um dos prêmios mais importantes, a companhia estava interessada em trabalhar a questão do poder. “O que ele significa, quem o detém, como ele é capaz de interferir na vida das pessoas. Era um tipo de reflexão que levava a gente - claro - à observação do momento do Brasil, mas também abria a possibilidade de outras descobertas”, pondera.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Neste panorama, entram em cena questões de ética na política, na sociedade, nas relações, no amor. “Tem um pouco disso tudo”, diz o diretor, cuja companhia costuma criar espetáculos que buscam ampliar pontos de vista. “Queremos compartilhar preocupações sobre uma sociedade que achava que era paz, amor e solidariedade e, cada vez mais se mostra mesquinha, racista, homofóbica e elitista”, pontua Moraes.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Ele também dirige outro espetáculo em cartaz na Mostra 2014, “JIM”, que tem Eriberto leão como protagonista da trama inspirada na oba do poeta e compositor Jim Morrison, vocalista da banda The Doors e um ícone do rock mundial. Para Moraes, os personagens das duas peças encontram semelhanças. “Acho que os personagens tentam um jeito de se colocar poeticamente e politicamente no tempo em que vivem”, observa.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Companhia sempre presente no Festival de Curitiba, a Armazém faz pela primeira vez uma estreia na Mostra. “É um risco muito grande expor um trabalho de cara pro Brasil todo, já que tá todo mundo de olho em Curitiba. Mas é um desafio gostoso também. Resolvemos correr o risco”.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">
Depois daqui, “O Dia em que Sam Morreu” segue para o Rio de Janeiro em temporada na Fundição Progresso e segue para osFestivais de Avignon (França) e Edimburgo (Escócia).</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<strong style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Ficha técnica:</strong></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<strong style="box-sizing: border-box; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br /></strong></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Direção: Paulo de Moraes</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Autoria: Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Elenco:</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Jopa Moraes</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Lisa E. Fávero</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Marcos Martins</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Otto Jr.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Patrícia Selonk</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Ricardo Martins</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Iluminação: Maneco Quinderé</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Cenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Figurinos: Rita Murtinho</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Direção Musical: Ricco Viana</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Videografismo: Rico e Renato Vilarouca</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Assistente de Direção: José Luiz Jr.</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Produção Executiva: Flávia Menezes</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Produção: Armazém Companhia de Teatro</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
Patrocínio: PETROBRAS</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<br /></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
O DIA EM QUE SAM MORREU</div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Armazém Cia de Teatro (Rio de Janeiro/RJ).</em></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Dias 3 e 4 de abril. Guairinha.</em></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br /></em></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Fonte: http://festivaldecuritiba.com.br/noticias/ver/183</span></div>
<div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br /></em></div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-46817393085389106402014-02-22T06:18:00.000-08:002014-02-28T09:31:38.892-08:00NOVA PEÇA DO ARMAZÉM CIA DE TEATRO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaEoC06fGSAt5iphbWAalCVkbxcfUlzkOZpGITY_Fd_iNYNCZGADdwf_X-M-2oV7J4xlc1Qij9IHkKLDqECqgjqB0bkAvBC1ERm0uMCCLFGOsvDrR9I7doyRFMNFTwciJ874qt87vWM2s/s1600/IMAGEM+SAM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaEoC06fGSAt5iphbWAalCVkbxcfUlzkOZpGITY_Fd_iNYNCZGADdwf_X-M-2oV7J4xlc1Qij9IHkKLDqECqgjqB0bkAvBC1ERm0uMCCLFGOsvDrR9I7doyRFMNFTwciJ874qt87vWM2s/s1600/IMAGEM+SAM.jpg" height="288" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Depois de "A Marca da Água", a nova peça do Armazém Companhia de Teatro O DIA EM QUE SAM MORREU estréia em 10 de abril de 2014 e realiza temporada na Fundição Progresso, Lapa, Rio de Janeiro. Antes terá pré-estréia no Festival de Curitiba</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="color: #505050; font-family: Arial, Verdana, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 14px;"></span></span></div>
<div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Gênero:</strong> Drama</span></div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Classificação:</strong> 14 anos</span></div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Duração:</strong> 100 minutos</span></div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Roteiro:</strong> Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes</span></div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Direção:</strong> Paulo de Moraes</span></div>
<div class="agenda_detalhe" style="margin-top: 10px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>Elenco:</strong> Jopa Moraes , Lisa E. Fávero, Marcos Martins, Otto Jr. , Patrícia Selonk, Ricardo Martins</span></div>
<div class="margin_t_10 texto_normal" style="margin-top: 10px;">
<div style="font-size: 13px; line-height: 19px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>SINOPSE</b>: O cirurgião-chefe de um hospital, um médico que acredita deter poder sobre a vida dos outros e que não mede esforços para chegar aonde quer, vê-se diante de uma situação imprevisível. Um jovem armado invade seu ambiente de trabalho, e a potência marginal e transgressora desse ato irá encaminhar um debate ético em que duas visões de mundo colidem. A tomada do hospital é um ato terrorista? Ou as ações desses dois homens se equivalem? Em tempos de banalização do mal, o que afinal importa para nós?</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Confira a página da peça no Facebook - https://www.facebook.com/odiaemquesammorreu</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
</div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6905679031025107599" id="datas-e-horarios"></a></span><br />
<div class="agenda_programacao_box" style="margin-top: 15px;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6905679031025107599" id="datas-e-horarios"></a></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
</span>Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-46223797289958997462013-08-20T12:27:00.002-07:002013-08-23T06:13:09.304-07:00ARMAZÉM RECEBE PRÊMIO DO FESTIVAL DE EDIMBURGO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDUFEztwWSOi-ioFbXEbLiyI6yy5E0Jecd8VfXLUwozTYQBGkMXWcg9oueLPap47TPXfSZZyWtbt6aRcozIygk79ZVS7B1ATVVbnHE8OwNpo3F-MWs9JdqlimvXjYqGPCkXhfrMihBBW4/s1600/FRINGE+FIRST+AWARD+2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDUFEztwWSOi-ioFbXEbLiyI6yy5E0Jecd8VfXLUwozTYQBGkMXWcg9oueLPap47TPXfSZZyWtbt6aRcozIygk79ZVS7B1ATVVbnHE8OwNpo3F-MWs9JdqlimvXjYqGPCkXhfrMihBBW4/s400/FRINGE+FIRST+AWARD+2013.jpg" width="300" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">No último dia 16 de agosto, a peça "A Marca da Água" [Water Stain] do Armazém Companhia de Teatro recebeu o mais importante prêmio do Fringe do Festival Internacional de Teatro de Edimburgo (Escócia), o maior festival de artes cênicas do mundo. O The Scotsman Fringe First Award existe há exatos 40 anos. O prêmio foi concedido pelo maior jornal da Escócia, The Scotsman, pela "innovation and outstanding new writing at the Edinburgh festival fringe" de 2013. Estou feliz por esse prêmio para a minha dramaturgia e do meu amigo, mestre Paulo de Moraes. O texto de "A Marca da Água" foi considerado uma escrita ousada e inovadora. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muito feliz ainda pelo fato do Armazém Companhia de Teatro, nascido em Londrina, ter conquistado um prêmio importante para o teatro brasileiro.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">* * *</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
Premiada na Escócia, peça brasileira
foi encenada em português com legendas</div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">UOL, em São Paulo - 20/08/2013</span></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br />
</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A peça "A Marca
d'Água", da Armazém Cia. de Teatro, é o único espetáculo
encenado em português entre os vencedores anunciados até o momento
do prêmio Fringe First, dado anualmente pelo jornal "The
Scotsman" a roteiros premiados durante o festival Edinburgh
Fringe.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A encenação foi
apresentada com legendas em inglês durante a programação do
festival, algo que os organizadores tinham resistência em fazer,
segundo relatou ao UOL o diretor do espetáculo, Paulo Moraes. "Vendo
por esse ângulo, o prêmio é ainda mais importante pois quebra uma
tendência de muitos e muitos anos", disse ele em uma entrevista
por e-mail.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O Edinburgh Fringe é um
evento alternativo ao Festival Internacional de Edimburgo, dedicado
às artes performáticas. "A Marca d'Água" foi <a href="http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/19/peca-brasileira-ganha-premio-em-festival-de-edimburgo.htm">anunciada
na última sexta-feira (16) dentro da segunda relação de
vencedores</a>, com outras cinco peças. Oito outros espetáculos já
haviam sido anunciados vencedores na sexta-feira anterior e uma nova
seleção será feita no próximo dia 23 de agosto.</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Receber o Fringe
First foi especial, pois é o prêmio mais importante dado aqui em
Edimburgo. Num universo de quase 2 mil peças, foram escolhidas 14
peças de diferentes estilos. E nenhuma delas numa língua que não
fosse o inglês."</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Moraes conta também que
interpreta o prêmio como o reconhecimento de uma linguagem
construída durante anos. "Edimburgo é o festival de teatro
mais importante do mundo, o de maior visibilidade, o mais procurado
pelos curadores internacionais. Receber um prêmio aqui é importante
demais pra gente, pois é perceber que a linguagem que usamos
atravessa a barreira da língua e se comunica intensamente com um
público e uma crítica tão diversa, é bacana demais."</span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O diretor conta que a
reação dos espectadores na capital escocesa tem sido maravilhosa,
ainda que o espetáculo não tenha tido muito público até que a
crítica começasse a notá-lo. "O público aqui se guia muito
pela crítica de teatro. No início do festival, quando ainda ninguém
sabia quem a gente era, tivemos muito pouco público. Quando
começaram a sair as críticas, todas muito positivas, o público
começou a voltar os olhos para o nosso trabalho." A crítica do
jornal "The Scotsman", ele afirma, teve um grande papel
nesse processo. "A Marca d'Água" estreou no Rio
de Janeiro em agosto de 2012 e teve também uma temporada em São
Paulo, de fevereiro e março de 2013, e Montevidéu, no Uruguai, em
maio. No Brasil, recebeu o Prêmio Shell de Melhor Autor (para Paulo
de Moraes e Maurício Arruda Mendonça), além de indicações para
Melhor Atriz (Patrícia Selonk) e Melhor Cenário (Paulo de Moraes).</span></div>
<br />
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: x-small;">Fonte: http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/20/premiada-na-escocia-peca-brasileira-foi-encenada-em-portugues-com-legendas.htm</span></div>
<div style="font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="font-family: Verdana, sans-serif; font-weight: bold; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-70997817794679463262013-07-09T18:50:00.001-07:002013-07-09T18:51:55.148-07:00ALEXANDRE HORNER, POETA PARA SEMPRE<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip2DoIxtEPMf3QgmVtBXM6ZT0qHhYKoNF-hspvcijmfDG5dxUA_zGzvygMNf_u47zG7vLCr_Q_lzXw4SFBRRnPqqnUNQ6PuM3VSc_qrhn2h8xQsgKrT8Mu6trM1fZs-JySGhYbvMa1Mg0/s1600/ALEXANDRE+HORNER+FOTO+FOLHA.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEip2DoIxtEPMf3QgmVtBXM6ZT0qHhYKoNF-hspvcijmfDG5dxUA_zGzvygMNf_u47zG7vLCr_Q_lzXw4SFBRRnPqqnUNQ6PuM3VSc_qrhn2h8xQsgKrT8Mu6trM1fZs-JySGhYbvMa1Mg0/s400/ALEXANDRE+HORNER+FOTO+FOLHA.png" width="388" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O poeta Alexandre Horner em 2003.</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">Folha de Londrina</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;">09/07/2013
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">A BRISA DO DESEJO</span></b></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Marcos
Losnak</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Especial
para a Folha2</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com um jeito peculiar de
utilizar as palavras, Alexandre Horner via a poesia como "um
elixir fluído de palavras"</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Alexandre Horner em 2003,
quando lançou seu livro "Literacura", pela Atrito Art</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Segundo a lenda, quando
morre um poeta, a percepção do mundo fica um pouco limitada. As
pedras voltam a ser apenas substância mineral. O céu volta a ser
apenas um teto chuvoso. O inverno volta a ser apenas uma estação
fria. E os sentimentos voltam a se proteger no ancoradouro da razão.
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na semana passada Londrina
perdeu o poeta Alexandre Horner. O excesso de chuva, que geralmente
impulsiona o recolhimento, encobriu uma morte silenciosa. Um tipo de
discrição onde nem a possibilidade do adeus abriu as janelas de um
junho úmido e aguado.
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Alexandre Horner nasceu em
Londrina em 1966. Começou a sua produção poética quando entrou no
curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Londrina, em 1983. Em
1984 passou a propagar seus versos através de leituras orais.
Arquiteturas semânticas eram convertidas em eletricidade vocal e
corporal. Os músculos impulsionados pelo verbo davam origem a
performances hipnóticas, desconexas e originais. Dessa época,
poemas como "Macaco Boris", "Chorobanjos" e
"Quizumba Frenética", tornaram-se clássicos.
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Seu primeiro e único
livro, "Literacura", foi publicado em 2003 pela editora
Atrito Art. O dramaturgo Maurício Arruda Mendonça, que organizou o
volume, lembra que foi um longo processo de idas e vindas: "Ele
vinha em casa e ficávamos discutindo os poemas, o sentido de cada um
deles, a melhor forma de construir um caminho para o leitor chegar à
poesia. Lembro que ele estava bastante entusiasmado e um pouco
ansioso. Mas era muito meticuloso, germânico no encaminhamento do
trabalho. Posso dizer que ele estava vivendo um momento criativo
muito intenso. As conversas eram muito ricas, ele sabia muito de
poesia e da estética que ele havia desenvolvido."
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não é uma tarefa fácil
definir sua poesia. Seus versos possuem uma linguagem própria, um
jeito peculiar de utilizar as palavras. Na definição de Arruda
Mendonça, Horner é "um lírico erótico, um investigador da
linguagem, certamente um dos principais poetas da geração surgida
nas décadas de 80 e 90". A temática geralmente permeia as
questões do corpo, do prazer e do sexo. Os jogos de sedução são
poetizados segundo os impulsos da juventude. Alguns versos percorrem
o território do homoerotismo onde a experiência do contato com o
outro é apresentada como um sorriso perante a vida e suas agruras.
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Elementos místicos também
estão presentes em sua poética: mitos de deus gregos, divindades
nórdicas, druidas, animais totêmicos, runas e Tarot. Na avaliação
de Mendonça, esses elementos estariam ligados "a uma metafísica
do desejo, um certo animismo, um apetite pelos mistérios da vida".
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Publicado há exatamente
10 anos, "Literacura" traz a ideia da literatura como
instrumento de cura. A escrita como processo de eliminação de
enfermidades. Para Mendonça, Horner também pensava na ideia da
poesia como um elixir: "Um ‘elixir fluído de palavras’,
como ele próprio diz no poema ‘Pangéia’. Ele parece relacionar
essa cura à ingestão de um fármaco que traz a ‘eterna
juventude’, a ‘longa vida’, capaz de afastar o tédio. O poeta
curandeiro que oferece, no lugar do tédio e da melancolia, os
encontros dos amantes, as surpresas da descoberta do outro que se
deseja."
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;">Segundo a lenda, quando
morre um poeta, o desejo do mundo fica um pouco recolhido. As
enfermidades voltam a dilapidar os sorrisos do corpo. E o céu volta
a ser apenas um teto chuvoso.
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">LOBA
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"><br />
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">Teus lábios
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">lambi lóbulos
vermelhos
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">como lobo
lambi teus lábios de fêmea
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">como homem
mordi teus lábios de loba
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">O bote das
línguas bêbadas
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">é o boom das
noites cálidas
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">te quero
sempressim
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">amadadiamante
me
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">rebrilhamando
</span></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="CENTER" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: xx-small;">(Poema
de Alexandre Horner que integra o livro "Literacura")</span></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-11870811731894972162013-05-12T17:21:00.001-07:002013-05-12T17:22:20.524-07:00CÉU SOBRE O JARDIM III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDXvBkM_uT7HlQ_0dz3l8fmh1yljD8yJakMXKiFtAopEYwPuQEuNBduXoCyFtPC9TMCs4utgBG8FMoA0qV-WKmxo55J87In5Btknggo9Bj2yv9QFMrr1fuPrkooArEmJ7WeIj9Ju4kM98/s1600/DSC05994.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDXvBkM_uT7HlQ_0dz3l8fmh1yljD8yJakMXKiFtAopEYwPuQEuNBduXoCyFtPC9TMCs4utgBG8FMoA0qV-WKmxo55J87In5Btknggo9Bj2yv9QFMrr1fuPrkooArEmJ7WeIj9Ju4kM98/s400/DSC05994.JPG" width="300" /></a></div>
<br />
<br />
Noite de 10 de maio. Facho de luz no ar limpo. Alfa e Beta Centauro e o Cruzeiro do Sul.<br />
<br />
<br />Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-90574706776388359942013-05-12T17:16:00.001-07:002013-05-12T17:17:42.526-07:00PRIMEIRA FRENTE-FRIA DE OUTONO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu5vwFNIv5Mo-_yatRVVsTq250d4xYiXqh7w3EbuVNnMv-rIlp4O-y4ZZX8wciY1-nzqRXHZCaJRiNoCrzmouKpuGnElXoSb2Qa-aDo187Xm1r4TpdQnR6QXUjFuwRl6UDs4_7FTjKOwQ/s1600/DSC05947.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu5vwFNIv5Mo-_yatRVVsTq250d4xYiXqh7w3EbuVNnMv-rIlp4O-y4ZZX8wciY1-nzqRXHZCaJRiNoCrzmouKpuGnElXoSb2Qa-aDo187Xm1r4TpdQnR6QXUjFuwRl6UDs4_7FTjKOwQ/s400/DSC05947.JPG" width="300" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
Nuvens de frio cobriram o céu de Londrina no último dia 29 de abril de 2013.</div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-57830617897133839302013-04-17T06:50:00.000-07:002013-04-17T07:02:49.671-07:00MAURICIO ARRUDA MENDONÇA, BREVE PERFIL<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfYTOA2f0aGmIIUW-U_Cs1qrpvgIlxJUjIjRCpGtFXfKGRnlGaDh4NDXCab2lktzP_oYbdAyvauDDpDNXphZEfy0tCOBmjW-FEjxFIQ3LLK_ohMHbLnirZxGEDpM_-kosUPFeVo9xgoI/s1600/383--mauricio_arruda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZfYTOA2f0aGmIIUW-U_Cs1qrpvgIlxJUjIjRCpGtFXfKGRnlGaDh4NDXCab2lktzP_oYbdAyvauDDpDNXphZEfy0tCOBmjW-FEjxFIQ3LLK_ohMHbLnirZxGEDpM_-kosUPFeVo9xgoI/s400/383--mauricio_arruda.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><span style="font-size: xx-small;">Foto: Roberto Custódio</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>"FUI ESCOLHIDO PELO TEATRO"<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Jornal de Londrina - 17-04-2013</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>por Fabio Luporini<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Premiado novamente com
o Shell, Mauricio Arruda Mendonça fala do ofício de escrever para os palcos.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quase 20 anos depois de ter
largado o Direito para se dedicar ao teatro, o escritor e dramaturgo
londrinense Maurício Arruda Mendonça é novamente contemplado com o Prêmio Shell
de Teatro, pelo espetáculo <i>A Marca da Água</i>, da companhia Armazém, originalmente
londrinense e hoje radicada no Rio de Janeiro. Este é o terceiro prêmio em
parceria com o diretor Paulo de Moraes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Reconhecimento vindo de uma longa
estrada, mas nada que alce o escritor ao patamar de veterano: Mendonça quer
continuar um jovem autor, ligado a temas contemporâneos.<br />
“Daqui a pouco as pessoas vão achar que o nosso trabalho é de veterano. Mas,
nos sentimos, muito jovens e contemporâneos. Não estamos sabendo tudo nem
estamos acima dos demais”, avalia o dramaturgo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Humilde também é o reconhecimento
de um processo de trabalho sempre em grupo dentro do Armazém Companhia de
Teatro. Entre todos os integrantes. De modo especial com o amigo <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>, com
quem Mendonça divide ainda prêmios nos espetáculos <i>Inveja dos Anjos </i>(2008,
Shell), do Armazém, e <i>Pequenos Milagres</i> (2006), texto escrito para o <st1:personname w:st="on">Grupo Galpão</st1:personname> e premiado <st1:personname productid="em Minas Gerais." w:st="on">em Minas Gerais.</st1:personname></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“É um reconhecimento do que se
produz. Importante como eco e ressonância do que você faz”, avalia o
dramaturgo. Entretanto, o prêmio nunca é um objetivo. Antes, apenas uma
consequência. “A gente não trabalha para ganhar prêmio. Nosso objetivo é manter
o público, interessar o público jovem. Colocamos questões humanas importantes e
queremos fazer as pessoas sentirem, se emocionarem e pensarem criticamente”,
aponta Mendonça.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi o amigo <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>,
inclusive, quem levou Maurício Arruda Mendonça definitivamente para o universo
teatral. “Dizem que ou você escolhe o teatro ou o teatro te escolhe. E eu fui
escolhido pelo teatro.”</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1995 veio o convite de Moraes
para colaborar com o Armazém. “Aí a coisa se tornou mais assídua e
profissional.” Antes, Mendonça havia se formado em Direito e atuava como
advogado. Vez em quando escrevia alguma coisa. Já tinha publicado ao menos um
livro de poesias.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Junto com <st1:personname productid="Rodrigo Garcia Lopes" w:st="on">Rodrigo Garcia Lopes</st1:personname>
(escritor e compositor), Mendonça passou a publicar algumas traduções. “Tivemos
ajuda do Ademir Assunção, que publicou algumas de nossas traduções no jornal.
Foi tudo um canal de escoamento da produção.”<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na realidade, desde pequeno o
dramaturgo teve facilidade com as letras. “Meu pai era professor de português.
Junto com a música, sempre tive o hábito de ler. Minha mãe comprava os livros
do Monteiro Lobato”, lembra. Com nove anos, rabiscava algumas quadrinhas e
ganhava os primeiros concursos de redação onde estudava, no Colégio Estadual
Vicente Rijo.<br />
<span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="text-indent: 35.4pt;">Não fosse a
literatura, Mendonça seria músico. “Meu objetivo era me formar </span><st1:personname productid="em música. Sempre" style="text-indent: 35.4pt;" w:st="on">em música. Sempre</st1:personname><span style="text-indent: 35.4pt;">
toquei violão. Tive professor de violão clássico, fui aprendendo com amigos”,
diz. O teatro, que antes era uma atividade paralela, tornou-se profissão. “Foi
acontecendo.”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Parceria com Armazém
é antiga<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
Uma produção <st1:personname productid="em grupo. De" w:st="on">em
grupo. De</st1:personname> fato, uma companhia. É assim que Maurício Arruda
Mendonça define o trabalho do Armazém, grupo teatral nascido em Londrina –
completou 25 anos em 2012 – e radicado no Rio de Janeiro. “Nós, como
companheiros, partilhamos de um meio de trabalho de forma coletiva.” Assim é
com o diretor <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de
Moraes</st1:personname>, não somente nos três espetáculos premiados. “É tudo
muito orgânico. Conheço e admiro as pessoas e cada vez mais a gente se entende.
O Paulo me conhece e sabe como dirigir o meu texto”, exemplifica. Os amigos
fazem parte da vida do dramaturgo desde a época em que trabalhava <st1:personname productid="em Londrina. Entre" w:st="on">em Londrina. Entre</st1:personname>
eles, <st1:personname productid="Rodrigo Garcia Lopes" w:st="on">Rodrigo Garcia
Lopes</st1:personname>, Bernardo Pellegrini, Marcos Losnak, Adriano Garib e
Mario Bortolotto.</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-67941580079085926492013-04-05T20:22:00.003-07:002013-04-05T20:24:15.406-07:00O CÉU SOBRE O JARDIM - NOITE 05-04-2013<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaWj_6U6RcVtWcE4_vVcS_bFOcJRx4laEmtevTuL80ewoVWoShZNFw19tPprtP1ScCjNdcPGTIAFoPvGCmcLAeI_yXOLmM7d-_blXVG_KDKBhTa7YSmPeOoBSRGsjcUNMFfgWAjkkFi60/s1600/DSC05903.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaWj_6U6RcVtWcE4_vVcS_bFOcJRx4laEmtevTuL80ewoVWoShZNFw19tPprtP1ScCjNdcPGTIAFoPvGCmcLAeI_yXOLmM7d-_blXVG_KDKBhTa7YSmPeOoBSRGsjcUNMFfgWAjkkFi60/s400/DSC05903.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Reminiscências.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O céu desta noite.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A mais norte do sul. </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-13040408477159174032013-03-27T17:27:00.002-07:002013-03-27T17:29:30.900-07:00COMEMORANDO O PRÊMIO SHELL<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSWugqrtLvwH8fZwe2hi7VYYmVpt4uhN3RxPIMYeMSdTkDiahnzcAUx37FXRwfnO7WpgBDV5WgqDpR2cBsTj8Q_OQqU1aruNL3dHmyM3DEA63sKIJKzLcAOdWll9_HEVaQnb3TEYsemg/s1600/foto.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSWugqrtLvwH8fZwe2hi7VYYmVpt4uhN3RxPIMYeMSdTkDiahnzcAUx37FXRwfnO7WpgBDV5WgqDpR2cBsTj8Q_OQqU1aruNL3dHmyM3DEA63sKIJKzLcAOdWll9_HEVaQnb3TEYsemg/s400/foto.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Paulo de Moraes e eu captados por Ricco Viana, em meio à meditações etílicas no Lamas já na madrugada do dia 20 de março, após sermos agraciados com o 25o Prêmio Shell de Autor pelo texto de "A Marca da Água", correspondente à temporada teatral de 2012 no Rio de Janeiro. Muita felicidade pelo reconhecimento desse trabalho que apesar de não ter sido nada fácil, foi extremamente prazeroso. Agradecimento necessário a todos do Armazém: Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcelo Guerra, Marcos Martins, Lisa E. Favero, Ricco Viana, Flávia Menezes, Chapola e, sem dúvida, Jopa Moraes.</span></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-91626207828360192252013-03-27T11:32:00.001-07:002013-03-27T11:32:25.594-07:00VISÃO DO FLAMENGO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu9m6s9881D8DdELJn6pqKD0Au__nIXkEP9F3RG-yNHSeVllmWKcpN6-jRhwkSSwd4IlUIbFnxHZb2fbMnUw4GP21jWLD_BlmFkAyRB9bA0CWzgGb2tchFx2w77agE46s-9z9kk_0HPxM/s1600/DSC05836.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu9m6s9881D8DdELJn6pqKD0Au__nIXkEP9F3RG-yNHSeVllmWKcpN6-jRhwkSSwd4IlUIbFnxHZb2fbMnUw4GP21jWLD_BlmFkAyRB9bA0CWzgGb2tchFx2w77agE46s-9z9kk_0HPxM/s400/DSC05836.JPG" width="300" /></a></div>
<br />Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-13681119141244670772013-01-30T10:31:00.001-08:002013-01-30T11:49:44.825-08:00ADEUS A ARY VIDAL<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgthEoMldeav8aEu5DT7BnSrIYxT5nKz5wuaMJh_oP_s7YXaOj9QcqUuFu77dGYqDcufjezzr5XMszlz0KQWiMP26e4NkyFNFYKklR9y7djZJLnUvgRsYNO7qkfpbCM7wYA5A_XeKjvCdA/s1600/ary+vidal+1953-2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgthEoMldeav8aEu5DT7BnSrIYxT5nKz5wuaMJh_oP_s7YXaOj9QcqUuFu77dGYqDcufjezzr5XMszlz0KQWiMP26e4NkyFNFYKklR9y7djZJLnUvgRsYNO7qkfpbCM7wYA5A_XeKjvCdA/s400/ary+vidal+1953-2013.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O único esporte que pratiquei com afinco e amor foi o basquete. Comecei ali por 1975. Tive grandes mestres que me ensinaram a arte do arremesso, do gancho, dos passes, do maravilhoso jogo coletivo e suas estratégias ensaiadas. E naqueles anos 70 tínhamos pouco ou nenhum conhecimento dos jogos dos americanos. Víamos esses craques apenas em olimpíadas quando EUA X URSS era uma guerra muito mais do que esportiva, na realidade, uma guerra ideológica. Mas não deixávamos de admirar o grande técnico Alexandr Gomelski, o baixinho que mandava nos gigantes soviéticos e davam um suador danado nos blacks americanos que, quase sempre levavam a melhor - e não ainda não eram os craques da NBA. Nossos heróis do basquete eram mesmos os jogadores brasileiros. Tínhamos sido bicampeões mundiais, e nomes como Kanela, Amauri Passos, Rosa Branca, Edson Bispo dos Santos e muitos outros, nos enchiam de orgulho.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu não perdia jogos da seleção brasileira no final da década de 70, uma época em que a Rede Globo realmente prestigiava o esporte e então em qualquer final de noite lá estavam meus heróis: Ubiratã, Helio Rubens, Marquinhos, Fausto, Carioquinha, Gilson, Adilson, Marcel, Mauri, Oscar, depois Guerrinha, Gerson, Paulinho Vilas-Boas, Israel, Cadum, Pipoca e tantos outros craques. </div>
<div style="text-align: justify;">
Senti muito a morte desse grande nome do esporte brasileiro. Senti mesmo. Hoje acho o basquete brasileiro meio sem emoção. Mas no tempo de Ary Vidal a coisa era outra. A camisa amarela pesava, a garra era enorme de cada um dos jogadores titulares e reservas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Me lembro muito do campeonato mundial das Filipinas. Eu estava eletrizado por aquele time de astros. A NOSSA seleção de basquete. A transmissão por televisão não funcionava direito. As transmissões eram canceladas. Lembro-me de atravessar a rua de casa e ir ouvir os jogos no rádio (imaginem só!) na casa de madeira de meu amigo Helio Morimoto. Era tão emocionante que o radialista, acho que da Jovem Pan, gritava "Gol!" a cada cesta do Brasil. Na disputa da medalha de bronze contra Italia conseguimos assistir pela TV. Lá estava o Ary Vidal firme e forte, impassível comandando aqueles gênios da cesta: Carioquinha -nunca vi alguém controlar uma bola como ele, um jogar espertíssimo, veloz, que roubava a bola do adversario como um mágico e fazia aquelas surpreendentes pontes aéreas para Oscar enterrar - na época Oscar enterrava!; Marcel - desconjuntado, parecia sempre estar sem preparo físico, mas que arremessador, que inteligência; Oscar - sem dúvida um dos maiores jogadores da história do basquete; Gilson, forte e seguro nos rebotes; Marquinhos Abdalla, grande pivô, simplesmente um dos maiores jogadores do basquete brasileiro, pouco lembrado, um gênio, matador no garrafão. E revezando: Hélio Rubens, um mestre, uma seriedade e um arremesso à antiga com as duas mãos/pulsos; Fausto Gianecchini, armador seguro, inteligente, raçudo; e a lenda-viva Ubiratã, campeão em 1962, aquele que não marcava nenhum ponto, mas era o soberano da marcação e da defesa. E a frente desses gigantes, estava aquele careca de óculos, numa mistura de ar aristocrático com neurótico, um verdadeiro maestro, imperturbável, Ary Vidal. Um estrategista napoleônico, que acreditava que a melhor defesa é o ataque - e que como atacávamos! Erravamos muito, mas vencíamos muito. Não vou lembrar aqui a magnifica vitoria de Ary e do time no Panamericano de Indianapolis em 1987, quando acabamos com os norte-americanos dentro de casa. Quero lembrar meu encanto de garoto, o momento mágico que foi aquela cesta de Marcel no último segundo do jogo contra a itália no Mundial de 1978, em Manilla, acertando o arremesso quase do meio da quadra. Que alegria! Que magia! Sim, não quero lembrar do ouro, mas do bronze, humilde bronze, de que são feitas as estátuas. Ary Vidal certamente merece uma. Valeu, Ary. Aceite o agradecimento do torcedor menino por tantas jornadas inesquecíveis!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
* * *</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<h1 style="line-height: 16.0pt; margin-top: 0cm;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;">Ary Vidal morre aos 77 anos, no
Rio</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small; font-weight: normal;">EDGARD ALVES - FOLHA DE SÃO PAULO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">O técnico Ary Vidal morreu nesta
segunda-feira por volta das 13h, aos 77 anos, em sua residência no bairro de
Copacabana, zona sul do Rio, informou a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">O enterro será realizado nesta
terça-feira (29), no Cemitério do Caju, às 11h. O velório acontece de 8h às
11h, na capela "F".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Vidal nasceu no Rio de Janeiro,
em 28 de dezembro de 1935, dia de Santo Inocêncio, muito venerado no Peru,
coincidentemente, onde ele também teve êxito com as seleções peruanas masculina
e feminina, na década de 70. O reconhecimento do seu trabalho naquele país era
motivo para dizer que se sentia brasileiro e peruano.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Jogou basquete de 1948 a 1961,
quando iniciou a carreira de técnico, na qual teve como guru Togo Renan Soares,
o Kanela. Era formado em educação física. Ministrou cursos, palestras e
clínicas no Brasil e no exterior.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">O TREINADOR</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Ary Ventura Vidal foi um dos mais
destacados técnicos da história do basquete brasileiro. Dirigiu a seleção
nacional masculina na campanha da medalha de bronze no Mundial de Manila, em
1978, e na conquista do título dos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em
1987. Nesta última, o time do Brasil superou o dos EUA na decisão, uma das vitórias
mais festejadas do esporte brasileiro, pois os adversários contavam com
jogadores que logo ingressariam na NBA, a liga profissional norte-americana.
Além disso, o rival desfrutava da fama de imbatível em casa e o Pan, na época,
era uma competição com maior relevância do que na atualidade. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal; line-height: 16pt;">Com Vidal, a seleção arremessava
cerca de 20% a mais de bolas do que os adversários. Portanto, podia desperdiçar
mais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Antes de assumir a profissão de
técnico de basquete, ele trabalhou como estatístico do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Certamente, esse conhecimento o ajudou
no esporte. Como já escrevi nesta Folha, até meados dos anos 80, a bola
certeira de quadra valia dois pontos. Aí ocorreu a introdução da cesta de três
pontos, com arremessos de uma marca mais distante. Uma decisão atrevida de
Vidal, e adequada à nova etapa, impulsionou a mentalidade já ofensiva da
seleção, com enfoque na velocidade e arremesso. É bom lembrar que o Brasil
tinha Oscar e Marcel, exímios arremessadores. Até nos contra-ataques previa
chutes de três pontos, que, se falhassem, contavam com jogadores altos postados
para o rebote ofensivo e a cesta de dois pontos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Aos poucos, os rivais absorveram
a nova realidade e perderam o receio do uso dos lances de três pontos. Coincidentemente,
a seleção começou a colher fracassos --Vidal já estava fora do time-- e a
mentalidade ofensiva passou a sofrer pesadas criticas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Com a seleção, ele enfrentou uma
forte crise no Pan-79, <st1:personname productid="em Porto Rico" w:st="on">em
Porto Rico</st1:personname>, quando o time terminou com o bronze. Ao prestigiar
novatos como titulares --Marcel e Oscar, entre outros--, os veteranos
discordaram e se rebelaram. Houve troca de acusações via mídia, um vexame.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">O site da Confederação Brasileira
de Basquete registra ter Vidal dirigido a seleção nacional masculina em 16
competições, com destaques para as Olimpíadas (5º em Seul-88 e 6º em
Atlanta-96); Torneios Pré-Olímpicos das Américas (campeão no Uruguai-88 e 3º
nos EUA-92 e Argentina-95) e Mundiais (3º nas Filipinas-78 e 4º na Espanha-86).
Em Pans, além do ouro em Indianápolis-87, foi bronze <st1:personname productid="em San Juan-79" w:st="on">em San Juan-79</st1:personname> e Mar del
Plata-95. Ele dirigiu também a seleção feminina em 11 jogos (8 vitórias e 3
derrotas), tendo chegado ao 8º lugar no Mundial-67 na antiga Tchecoslováquia e
ao título de campeão no Sul-Americano de 1965 no Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Em clubes, seu resultado mais
expressivo foi a conquista do título nacional com o Corinthians, de Santa
Cruz-RS. Dirigiu ainda Tijuca, Flamengo, Fluminense, Vasco, Remo, Minas, Al
Ahli/Arábia Saudita, Angra dos Reis-Verolme, Sírio, Juver/Espanha, Uberlândia e
Sport.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Embora não fosse religioso
praticante, Vidal se considerava um homem de fé e tinha algumas crenças, entre
elas <st1:personname productid="em S ̄o Judas Tadeu." w:st="on">em São Judas
Tadeu.</st1:personname> Está tudo no seu livro "Basquete para
vencedores", escrito para explicar a campanha vitoriosa no Pan de
Indianápolis. Sempre que podia ia sozinho à igreja do Cosme Velho, no bairro
das Laranjeiras, no Rio. Lá, em suas orações, costumava pedir a proteção de São
Judas para sua família, sua equipe e para ele próprio, sentindo-se mais
confortado e muito mais confiante em tudo o que fazia, especialmente em seu
trabalho.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Outro ponto de fé era o que
chamava de "Desígnios Superiores". Acreditava que trabalhando no
limite máximo de suas forças, e levando sua equipe a seguir esse mesmo ritmo,
que esforçava-se para que fosse mais intenso do que o de seus adversários,
poderia o time contar com a ajuda dos "Desígnios Superiores".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Escreveu sobre os pontos que
julgava essenciais para um treinamento: duração (tem de ser necessariamente de
oito a dez vezes maior do que o tempo de esforço exigido do atleta num jogo),
intensidade (o ritmo do treino deve ser mais intenso do que o exigido no jogo),
continuidade (a rotina não pode sofrer interrupção, ou seja, o atleta deve ter
o mínimo de folga), repetição (jogador não gosta de repetir porque tem a
pretensão de julgar que já sabe) e motivação.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Neste último item, uma mostra do
trabalho de Vidal, com Oscar Schmidt, um cestinha fenomenal, que chegou a ser
apelidado de Mão Santa, tal a sua precisão nos tiros, mas que apresentava deficiência
na defesa. Oscar concordada com a crítica do técnico, se esforçava, mas não
conseguia corrigir a falha nos preparativos para o Mundial-78. Vidal buscou a
solução fora da quadra. Observou que o jogador era apaixonado por chocolate.
Comprou o estoque do produto na bombonière da concentração da seleção. E propôs
uma brincadeira: cada boa ação defensiva valia um chocolate. Oscar topou o
desafio e passou a defender com mais empenho para garantir seu chocolate, sem
prejudicar sua vocação de cestinha. E como visto, o Brasil subiu no pódio.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small; font-weight: normal;">Assim foi Ary Ventura Vidal,
técnico de basquete, que dizia ser, antes e acima de tudo, um homem otimista,
feliz com sua profissão e alegre por exercê-la todos os dias.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</h1>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-63144933212212604492013-01-14T18:58:00.002-08:002013-01-14T18:58:59.549-08:00JUPITER E ALDEBARAN NO CÉU DE LONDRINA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE72ckO_029I-q_uvuebxcVMpcug0kUxNvS6wxcNzHM5PYR_FErH7DAkZxC2dlwVjbZoQdr9wtAx9U8UUca_fU9r_meXfIT3vBJy9jLsv8KsBCjCvIA7V7_f5O4w12KH35FD6CGpgbX_o/s1600/J%C3%9APITER+E+ALDEBARAN+NO+C%C3%89U+DE+LONDRINA+14-01-2013+-+Foto+de+MAURICIO+ARRUDA+MENDON%C3%87A.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE72ckO_029I-q_uvuebxcVMpcug0kUxNvS6wxcNzHM5PYR_FErH7DAkZxC2dlwVjbZoQdr9wtAx9U8UUca_fU9r_meXfIT3vBJy9jLsv8KsBCjCvIA7V7_f5O4w12KH35FD6CGpgbX_o/s400/J%C3%9APITER+E+ALDEBARAN+NO+C%C3%89U+DE+LONDRINA+14-01-2013+-+Foto+de+MAURICIO+ARRUDA+MENDON%C3%87A.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Contemplando o céu de Londrina sob o jardim, na madrugada desse dia 15 de janeiro de 2013, registrei a passagem do planeta Júpiter próximo a estrela Aldebaran, da constelação do Touro. Júpiter aparece maior do que Aldebaran, embora essa estrela seja a 13a mais brilhante do céu.</span></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-84940893111589821222013-01-03T09:18:00.000-08:002013-01-14T12:42:27.924-08:00FELIZ 2012, FELIZ 2013<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgayqjwPKMT7mOQVSByLw4GJJ5l8Wd0RuIZLUp8Yi5h6ntz_lGrJODZ-rrz2NIz9ClnrhpJWYLlfw9ejJgLwPBCp_lGsW4A1CI409_mOaCcJd0gVo4JNm4NcFZN2PRE9XFSGPcK6-gsE40/s1600/a%CC%81gua.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgayqjwPKMT7mOQVSByLw4GJJ5l8Wd0RuIZLUp8Yi5h6ntz_lGrJODZ-rrz2NIz9ClnrhpJWYLlfw9ejJgLwPBCp_lGsW4A1CI409_mOaCcJd0gVo4JNm4NcFZN2PRE9XFSGPcK6-gsE40/s400/a%CC%81gua.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Marcos Martins e Patrícia Selonk em "A Marca da Água"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">O balanço do ano de 2012, ano do Dragão, foi excelente. Trabalhei em três dramaturgias que me entusiasmaram muito: "O Outro Van Gogh"; "A Marca da Água" em parceria com Paulo de Moraes; e "Plath, um mar se move em meus ouvidos" que foi encenada na sala Henrique Roxo no IPUB. Foi pedreira mas as coisas andaram bem demais. Para nossa alegria, a Armazém Companhia de Teatro obteve três indicações à 25a. edição do Prêmio Shell-RJ, temporada 2012, nas categorias Atriz (Patrícia SelonK), Cenografia (Paulo de Moraes) e Autor (Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes). Essa peça - que já havia sido uma das escolhidas para representar o teatro brasileiro nos festivais de Edimburgo e Avignon - sensibilizou público e crítica na temporada oficial. </span><span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Ficamos ainda contentes pela inclusáo das peças "O outro van Gogh" e "A Marca da Água" entre as 10 melhores da temporada na avaliação do jornal O Globo. Sem dúvida um ano que, apesar dos contratempos, das perdas, foi muito produtivo artisticamente. Que 2013, ano da Serpente, seja igualmente produtivo e que traga paz, lucidez e afeto para todos nós. </span><br />
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">* * *</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;">Para nossa satisfação, no último dia 11/01/2013, o texto de "A Marca da Água" foi também indicado ao Prêmio APTR (Associação dos produtores de teatro do Rio de Janeiro). Belo ano, belas promessas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Helvetica Neue', Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-86959842837786457102012-10-23T18:22:00.001-07:002012-11-05T15:34:04.327-08:00PLATH, UM MAR SE MOVE EM MEUS OUVIDOS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimgqh_22UvfIWLfIKaj5BcgdwvakzC9tPfBJ1FADEw53dAr8Ok3XdG06JCvDmK-CjTYF0KkKlXC24ZMQ3kUz-7k1oqs741vLqKEueL0LQ61XJDm5lp-6ofstq2HlFN7vn1I3KXM67i2vI/s1600/PLATH,+um+mar+se+move+em+meus+ouvidos+Eflyer.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="372" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimgqh_22UvfIWLfIKaj5BcgdwvakzC9tPfBJ1FADEw53dAr8Ok3XdG06JCvDmK-CjTYF0KkKlXC24ZMQ3kUz-7k1oqs741vLqKEueL0LQ61XJDm5lp-6ofstq2HlFN7vn1I3KXM67i2vI/s400/PLATH,+um+mar+se+move+em+meus+ouvidos+Eflyer.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">No próximo sábado, dia 27 de outubro estréia uma nova peça escrita por mim, a convite da amiga atriz e produtora Natasha Corbelino. Um acontecimento verdadeiramente emocionante porque neste mesmo dia 27, a genial poeta <b>Sylvia Plath</b> estaria completando 80 anos. Para mim é uma honra porque a peça conta com a grande atriz <b>Ana Lucia Torre</b> em sua primeira direção teatral, e conta com <b>Susanna Kruger</b> e <b>Natasha Corbelino</b> atuando lindamente. Outra emoção grande é saber que a peça será apresentada na sala Henrique Roxo no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, onde as pesquisas e discussões sobre a obra de Sylvia Plath tiveram início com </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Silvia Jardim</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">, </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Marci Doria</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">, </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Gabriela Dottori</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">, </span><b style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ramon Mello</b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> entre outros, pessoas que deram </span><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">o impulso fundamental para que "Plath, um mar se move em meus ouvidos" se tornasse uma realidade.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">* * *</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Teatro/CRÍTICA<br />
<br />
"Plath, um mar se move em meus ouvidos"</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">..............................<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A dor de existir<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">por<br />
<br />
Lionel Fischer<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br />
Poeta, contista e romancista, a norte-americana Sylvia Plath (1932-1963) é
reconhecida pricipalmente por sua obra poética, com destaque para
"Ariel" (obra póstuma), e "Poemas", que me parece que
serviram de suporte para o presente espetáculo. A autora também escreveu
o romance "A redoma de vidro", de cunho autobiográfico, com o
pseudônimo de Victoria Lucas, no qual aborda, dentre outros temas, sua luta
contra a depressão. Plath suicidou-se em Londres - tomou uma grande
quantidade de narcóticos e enfiou a cabeça dentro do forno. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em cartaz na Sala Henrique Roxo
(IPUB/UFRJ), "Plath, um mar se move em meus ouvidos" tem dramaturgia
assinada por Maurício Arruda de Mendonça e marca a estreia como diretora da
atriz Ana Lucia Torre. No elenco, Natasha Corbelino (idealizadora do projeto) e
Susanna Kruger. Também participaram da pesquisa a psiquiatra e
psicanalista Silvia Jardim, a psicanalista Marci Dória Passos, o
poeta Ramon Mello e a estudante Gabriela Dottori.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mesmo não sendo psiquiatra ou
psicanalista, pelo que li da obra de Plath e conheço de sua história pessoal,
ouso arriscar um diagnóstico, que provavelmente fará rir os
especialistas: a dor de existir. Eu modestamente a defino como um estado imune
a todos os tratamentos, posto que nada tem a ver com angústias
definidas ou mazelas advindas dos clássicos conflitos que todos temos que
enfrentar. É algo ligado a um permanente desconforto, a uma sensação de
que nada pode ser suficiente, que coisa alguma é capaz de preencher o
vazio que o tempo só faz esgarçar. Na peça "Caligula", de Albert
Camus, o imperador enlouquece porque não pode ter a lua, ou seja, o impossível.
Não sei que luas Sylvia Plath desejaria possuir, mas certamente não
lhe foram acessíveis.<br />
Maurício Arruda de Mendonça escreveu um belo texto, que basicamente gira em
torno de múltiplas dualidades da artista. Como ser mãe e esposa dedicada, e ao
mesmo tempo criar uma obra potente e universal? Como equacionar impulsos
tão contraditórios que a habitavam? Poderia a melancolia ser transcendida através
da poesia? Enfim...essas e muitas outras questões estão presentes no texto, que
utiliza como fio narrativo a própria obra de Plath, gerando um resultado de
grande impacto existencial e poético.<br />
Com relação ao espetáculo, Ana Lúcia Torre impõe à cena uma dinâmica em total
sintonia com o material dramatúrgico. Na pequena sala-anfiteatro em que se dá a
ação, as brancas paredes estão preenchidas por palavras, frases
e fragmentos de poemas, sendo que ao longo da montagem palavras são
apagadas (às vezes literalmente arrancadas) e outras escritas - sem dúvida uma
bela metáfora do permanente processo de negação e afirmação que imagino
que assolava a escritora.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E sendo Ana Lúcia Torre uma
excelente atriz, em nada me surpreende que tenha extraído ótimas atuações de Natasha
Corbelino e Susanna Kruger. Ambas evidenciam não apenas grandes recursos
expressivos, mas sobretudo notável capacidade de entrega a um universo
impregnado de dor, perplexidade e desamparo. E também exibem aquele tipo de
contracena que só existe quando os intérpretes acreditam inteiramente na
validade do texto e do espetáculo, e confiam plenamente um no outro. Como
sustenta Peter Brook, o teatro é a arte do encontro. E é sem dúvida belo e
poderoso o encontro entre Natasha Corbelino e Susanna Kruger.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na equipe técnica, já mencionei a
bela e expressiva ambientação, a cargo de Nena Balthar e Lucia Vignolli. Mas
cabe também ressaltar a ótima direção de movimento de Fabianna Mello e Souza, a
expressiva iluminação de Ana Kutner, a instigante trilha sonora de Rafael Rocha
e o charmoso programa criado por Luciana de Oliveira.<br />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">PLATH,
UM MAR SE MOVE <st1:personname productid="EM MEUS OUVIDOS" w:st="on">EM MEUS
OUVIDOS</st1:personname> - Texto de Maurício Arruda de Mendonça. Direção de
Ana Lucia Torre. Com Natasha Corbelino e Susanna Krugger. Sala Henrique Roxo
(IPUB/UFRJ). Sábado às 21h, domingo às 19h.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">05-11-2012
– Extraído do Blog do Lionel Fischer - <a href="http://lionel-fischer.blogspot.com.br/">http://lionel-fischer.blogspot.com.br/</a></span><span style="font-size: x-small;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-69844727880221315302012-08-27T06:37:00.002-07:002013-03-16T16:02:53.623-07:00A MARCA DA ÁGUA ESTRÉIA E CRÍTICA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIljBrk2UuAWdl-XsfZWouEx1RVu8gSGCTwU1begni3Fa6qawp7XWDQUcgPCtR4JLE2_C-pskvrJbLDeikhZ6LzzD0Smtt29Or_gAb3bMvDFgFGbRu9taY-_U90pq_5NCd86_nMsvsHyY/s1600/a-marca-dagua2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIljBrk2UuAWdl-XsfZWouEx1RVu8gSGCTwU1begni3Fa6qawp7XWDQUcgPCtR4JLE2_C-pskvrJbLDeikhZ6LzzD0Smtt29Or_gAb3bMvDFgFGbRu9taY-_U90pq_5NCd86_nMsvsHyY/s400/a-marca-dagua2.jpg" width="400" /></a></div>
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b>
<br />
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
Folha de São Paulo</div>
<div class="MsoNormal">
Ilustrada</div>
<div class="MsoNormal">
14/03/2013</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>CENÁRIO TEM PAPEL DECISIVO NA NARRATIVA DA PEÇA "A
MARCA DA ÁGUA" </b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Luiz Fernando Ramos</b>
crítico da folha</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O poder do teatro. "A Marca
da Água", última criação da Armazém, coroa os 25 anos de uma companhia que
vem mantendo um nível de excelência raro. Ao enfrentar o complexo tema da
relação mente-cérebro, o grupo apresenta um espetáculo primoroso, que com um
misto de simplicidade e sofisticação engrandece a arte cênica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A história contada é a de uma
mulher que fez três cirurgias no cérebro entre a infância e a adolescência e,
na meia idade, percebe os sintomas daquela doença retornarem. Desta vez, ela
decide evitar os cuidados médicos e lidar solitariamente com seus lapsos, sons
internos, alucinações e armadilhas que a memória lhe prepara.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na encenação de <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname> desta
narrativa pesa muito mais o como tudo é contado do que qualquer viés
melodramático ou psicológico. Ao lado de Maurício Arruda de Mendonça, fiel
parceiro de outras boas dramaturgias, o diretor consegue evitar os riscos do
didatismo e narra principalmente com a materialidade da cena.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O seu cenário é decisivo nessa
operação. Com um fundo recortado em nichos, que ora recebe imagens projetadas,
ora aceita a vibração dos reflexos de uma piscina cavada no palco, sugere
concretamente o espaço de um cérebro cujo regime de águas está colapsando.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Imprescindível para a eficácia da
curva dramática é o desempenho visceral dos intérpretes, sobretudo da
protagonista, Patrícia Selonk, que excede seu habitual talento e fulgura.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como o enredo permite, as
situações transbordam de qualquer realismo e se sustentam menos nos diálogos do
que nas ações realizadas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os três atores e duas atrizes
molham-se e secam-se seguidas vezes, saem e entram das situações mais
improváveis, sempre atravessados por um fluxo de energia física que desfaz
qualquer psicologia, como metáforas vivas da fluidez sem fronteiras do elemento
água.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse arrojo de corpos e
materiais soltos, a complexidade da relação entre neurônios e pensamentos se
deslinda em um discurso poético e concreto, matéria bruta falando mais alto, ou
alcançando mais longe que as explicações científicas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O melhor exemplo da força dessa
retórica sem palavras ou sentidos óbvios se dá quando todos tocam juntos seus
acordeões.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É um momento de grande beleza,
até porque nele a cena se torna pura música e restaura potências esquecidas da
teatralidade. É uma experiência imperdível.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: left;">
A MARCA DA ÁGUA</div>
<div style="text-align: left;">
QUANDO sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h; até 24/3</div>
<div style="text-align: left;">
ONDE Sesc Santana (av. Luiz Dumont Villartes, 579, Jardim São Paulo, tel.
0/xx/11/2971-8700)</div>
<div style="text-align: left;">
QUANTO de R$ 6 a R$ 24</div>
<div style="text-align: left;">
CLASSIFICAÇÃO 12 anos</div>
<div style="text-align: left;">
AVALIAÇÃO ótimo</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<o:p><br /></o:p></div>
<span style="color: #333333; font-family: Arial;"><b>*************************************************</b></span><br />
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial;"><b><br /></b></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial;"><b>ARMAZEM CIA. DE TEATRO </b></span><span style="color: #333333; font-family: Arial;"><b>MERGULHA NO INCONSCIENTE </b></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<b style="color: #333333; font-family: Arial;">COM O DRAMA “A MARCA
DA ÁGUA”</b></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">Veja SP <o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">Blog do Dirceu/Na platéia<o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">01-03-2013<o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">Por <b>Dirceu Alves Jr.</b><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">Em 25 anos de estrada,
os paranaenses radicados no Rio de Janeiro da Armazém Cia. de Teatro conseguem
um feito incomum entre os tantos coletivos brasileiros. Em grande parte de seus
espetáculos, o grupo consegue estabelecer uma unidade de dramaturgia e encenação.
A plasticidade impecável e capaz de encher os olhos do espectador vem aliada a
uma história bem contada, que mesmo recheada de semiologia e de poucas
concessões, não soa hermética ou pedante. Cartaz do Teatro do Sesc Santana, o
drama “A Marca da Água”<span class="apple-converted-space"> </span>é mais um
acerto nesse sentido. A parceria entre os autores Maurício Arruda Mendonça e <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>, também
diretor, reafirma que para satisfazer o público basta um elenco afinado e uma
boa trama – nesse caso, levar a pesquisa a saltar da teoria para a prática,
digo para o palco.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">O ponto de
partida veio de estudos do neurologista inglês Oliver Sacks sobre os distúrbios
do cérebro. Se a ideia pode meter medo, a cena inicial soa tão inusitada que
beira o surreal. Enigmática e introspectiva, a quarentona Laura (personagem de
Patrícia Selonk) vê sua rotina transformada com o aparecimento de um peixe
enorme em seu jardim. Enquanto o ser estranho fica instalado perto da piscina,
a mulher inicia uma surpreendente viagem ao inconsciente e revela pontos
impenetráveis inclusive para seu marido (o ator Marcos Martins) e seu irmão
(Marcelo Guerra). A esquisitice inicial se desfaz aos poucos, diante da
reconstituição do passado e da apresentação do histórico familiar da personagem
e seus desdobramentos na vida dos outros, principalmente na da mãe (papel de
Lisa E. Fávero). Como tentativa de enterrar traumas, Laura ignorou a própria
história e, agora, o preço começa a ser debitado em sua conta.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 15pt; outline: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial; font-size: 10.5pt;">Nessa
trilha entre a memória da personagem e a negação do passado, o espectador
desvenda as intenções da montagem. Um equilíbrio nas interpretações se faz
presente, fazendo com que todos não passem de uma peça de encaixe nesse
quebra-cabeça, inclusive Patrícia Selonk. E como a Armazém Cia. de Teatro
facilita a vida do público ao apresentar uma história decifrável, aos poucos,
prepara o terreno para cobrar a fatura e novamente desafiar a plateia. A
belíssima cena final é um exemplo disso. Laura encontra um escafandrista
(representado por Ricardo Martins) e ali termina o acerto com sua própria
história. Talvez para começar outro. O público deve entender a mensagem. Mas
caso isso não aconteça pelo menos se encantará e tentará encontrar alguma
explicação bem no fundo da mente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #3bc1ed; font-family: Helvetica; font-size: 12px;"><br /></span></div>
<br />
<span style="color: #666666; font-family: Helvetica; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="border: 1pt none windowtext; color: #3bc1ed; outline: none; padding: 0cm;"><br /></span></span>
<span style="color: #666666; font-family: Helvetica; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="border: 1pt none windowtext; color: #3bc1ed; outline: none; padding: 0cm;">*******************************************************************************************************************************</span></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">LAURA QUER VIDA ETERNA OU A TRAGÉDIA RESIDE EM NÓS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Crítica do espetáculo
A marca da água, do Armazém Companhia de Teatro<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por <b>Mariana Barcelos<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
Blog Questão de Crítica<b> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O Armazém completou 25 anos em
2012. A marca da água, o último espetáculo estreado em agosto, apresentou
ao público cativo da Cia. as particularidades da linguagem cênica criada e
consolidada ao longo de tantos anos de história. Quem acompanha o trabalho
desses artistas, sabe que suas encenações se ocupam de explorar as relações
humanas por meio de uma perspectiva singular, na qual o lirismo e a narrativa
são abundantes e fluentes como se fossem próprios ao gênero dramático. E as
vidas de suas personagens, geralmente, carregam muito passado, e, por isso, muita
memória e muito afeto. Não foi diferente desta vez, porém, com 25 anos, a
redescoberta de si parece ser o caminho para a renovação, e nas palavras do
diretor <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>:
“Não podemos ter medo de morrer afogados”.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A marca da água conta a
história de Laura, que aos 40 anos começa a sentir os sintomas de uma doença
neurológica que teve, pela primeira vez, na infância. Uma água está a inundar o
seu cérebro, e as consequências disso é uma música interna interrupta e uma
morte iminente. Laura precisa fazer uma cirurgia para tentar sobreviver, mas
não quer. Enquanto o marido tenta convencê-la do contrário, cenas da infância
de Laura entrecortam a história tornando-a um universo descontínuo que confunde
sonho e loucura (frutos da cabeça alagada de Laura).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A dramaturgia de Maurício Arruda
de Mendonça e <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de
Moraes</st1:personname> contém uma instância trágica. Laura está num beco sem
saída. A música que ela escuta e tenta materializar tornou-se sua razão de
viver, sua euforia, sua fuga da apatia cotidiana. Mas a música mesma é também
sua sentença de morte. Ao escolher a música Laura traça o seu destino trágico.
O que há, neste caso, de diferente às antigas tragédias clássicas? Esta
comparação me parece pertinente, pois, pode revelar a natureza de uma condição
contemporânea da tragédia. Nas tragédias antigas, o Destino, à revelia de suas
presas, era previamente anunciado e inevitável. Encarando seus anátemas
(maldição; penitência a pagar pelo pecado cometido por um consanguíneo
antecessor) com coragem, ou ignorantes de sua própria sina, os protagonistas
destes mitos nunca foram salvos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais de dois milênios depois da
época dos grandes festivais de tragédias, que se começaram nos cultos em
homenagem a Dionísio, e, ainda, mais de um século depois do chamamos de
Modernidade, a tragédia não pode mais se justificar na maldição que atravessa
gerações de uma mesma família. Por quê? Porque na Modernidade nos tornamos
indivíduos, e desde então somos os únicos responsáveis pelos nossos atos. E ao
contrário do que ocorria antes, quando o Destino era exterior ao corpo, e até
mesmo à vontade do sujeito, hoje, quando há tragédia, “se” houver tragédia,
esse fado se inicia e termina para um, e “dentro” de um só indivíduo. A
tragédia sofre um processo de interiorização. Laura, por exemplo, tem o seu
Destino acusado em seu próprio cérebro. Antes perdíamos para os outros, agora
perdemos para nós mesmos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A tragédia ainda surge, pois,
mesmo que se tenha pensado, um dia, que a Razão seria soberana em todas as
categorias de relações interpessoais possíveis (não é), o corpo, nossa
biologia, continua sendo um deus não muito dominável. Nem a ciência, discípula
primeira dos métodos racionais, pode negar isto. O corpo é o nosso inimigo, o
cume do Destino trágico. Laura aceitou seu prognóstico. Entregou-se ao seu fim
sem resistência, mas não por covardia, e sim por um sonho de liberdade
possível. A música, a tragédia anunciada, é a vida potencializada.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“A alegria metafísica com o trágico é uma transposição da sabedoria
dionisíaca instintivamente inconsciente para a linguagem das imagens: o herói,
a mais elevada aparição da vontade, é, para o nosso prazer, negado, porque é
apenas aparência, e a vida eterna da vontade não é tocada de modo nenhum pelo
seu aniquilamento. “Nós acreditamos na vida eterna”, assim exclama a tragédia;
enquanto a música é a ideia imediata dessa vida.” (NIETZSCHE, 1992, p. 99).<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nietzsche, em O nascimento
da tragédia, centra seu discurso na dicotomia e na complementariedade das
noções de apolíneo e dionisíaco. O apolínio, referente ao deus Apolo,
representa a forma, a regra, o sonho, e o princípio individual. O dionisíaco,
seu oposto complementar, refere-se a Dionísio, e representa a liberdade, o
caos, a embriaguez, e o princípio universal. A escultura seria um exemplo de
arte apolínea, a música de arte dionisíaca. O apolínio é o único recurso viável
para que o instinto dionisíaco desça a terra. Quando o caótico universo
dionisíaco se faz presente (por meio de Apolo), é possível sentir alegria
diante da vida. A isto, Nietzsche caracteriza como sendo a essência do mito
trágico. Este breve resumo me ajuda a dizer que, Laura só pode ser alegre e
vivenciar uma forma elevada de existência se ouvir a música dionisíaca.
Instintiva, inconsciente, oriunda da embriaguez de seu cérebro, e que só vem à
tona pelo processo apolínio de tentar materializá-la.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E a decisão de “escolher” a
música, que parece ser uma atitude racionalizada, não é. Laura a escolhe porque
tem vontade. E a Vontade (Nietzsche usa a conceituação de Schopenhauer) é uma
excitação do corpo, não uma forma consciente de afirmação. É um instinto
animalesco que não demanda conhecimento. Quando Laura se submete ao seu corpo,
que é a objetivação da Vontade, Apolo e Dionísio se unem. E Laura pode
permitir-se o encontro com a liberdade, enquanto a vida eterna, no mundo de
Dionísio, não chega. A determinação da Vontade, aqui, é importante porque
elimina a possibilidade de Laura ser um personagem dramático, uma vez que estes
realmente racionalizam sobre suas decisões. Depois que tem contato com Dionísio,
o mesmo deus que deu origem aos festivais das tragédias, Laura só pode seguir,
como um bicho, os demandos do corpo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Suponho que tenha ficado claro
que esta crítica propôs um pensamento mais aproximado da dramaturgia,
entretanto, sem me alongar muito, gostaria de mencionar o cenário, também do
Paulo de Moraes. Uma parede de fundo, retangular, um chão na mesma proporção,
retangular. Na parede, vídeos de Rico Vilarouca e Renato Vilarouca exibem as
imagens subaquáticas surgidas no cérebro de Laura. No chão, a piscina que o
casal tem no quintal. Muitas cenas acontecem dentro da piscina, e por conta
disso, o cenário, como o cérebro, é alagado durante a encenação. O que há de
sólido e geométrico, claro, é apolínio. A água (da piscina e dos vídeos) é
dionisíaca. Dionísio vence.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No início deste texto, citei uma
frase do <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>,
que está no programa do espetáculo, dizendo que o “Armazém” não pode ter medo
de morrer afogado. Concordo. Mas em todo caso, se um dia vier a se afogar, isto
não é exatamente um problema. Pode ser uma tragédia, mas não é um problema.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acabei de lembrar que não falei
do escafandrista, tem um escafandrista na cabeça de Laura… É a lembrança/imagem
do seu pai já morto (em um acidente no mar). Esta memória surge junto com a
música, e a incentiva a se permitir seguir o som. O escafandrista é como uma
voz que legitima o inconsciente, e o que leva Laura a considerá-la é a sensação
de que seu pai foi libertado depois que morreu. Ele é o guia para o mundo
dionisíaco.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<b>Referências
bibliográficas:<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
NIETZSCHE, F. A visão dionisíaca do mundo. Trad. M. S.
Pereira Fernandes e M. C. dos Santos de Souza. São Paulo: Martins Fontes, 2005.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
______. O nascimento da Tragédia. Trad. J. Guinsburg.
São Paulo: Companhia das Letras, 1992.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mariana Barcelos é atriz, estudante de Artes Cênicas –
bacharelado com habilitação em Teoria do Teatro pela UNIRIO e graduanda <st1:personname productid="em Ciências Sociais" w:st="on">em Ciências Sociais</st1:personname>
da UFRJ.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><b>****************************************************</b></span></div>
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">MAR DE EMOÇÕES</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">por </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><b>Bárbara Heliodora </b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Em "A Marca da Água", a Armazém Cia. de Teatro festeja 25 anos com espetáculo contido e comovedor, coerente com sua trajetória de dedicação à arte.</i></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um contido mas tocante texto de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, “A marca da água”, encenada na Fundição Progresso, festeja os 25 anos da Armazém Cia de Teatro. O título é expressivo para a história de Laura, uma mulher de 40 anos que, ameaçada desde a infância de ter o cérebro internamente inundado, nunca falou ao marido do problema, nem das cirurgias por que passou para evitar o pior. Agora, com vários episódios na vida envolvendo a água — como o afogamento do pai — ela volta a ter o problema da infância. O que é diferente, característico de Laura, é o fato de agora não querer se curar mas, sim, dar forma a seu sofrimento, uma fugidia mas implacável melodia dentro de sua cabeça. Entre a memória de episódios da infância, cenas reais e toda uma riqueza de visões, o caminho de Laura se afasta do de sua família na rotina cotidiana, mas a envolve sempre com pai, mãe, irmão e marido; no presente como no passado, ela é levada pela água, que a lembra de que a qualquer momento pode se dar, no cérebro, a inundação fatal.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um belo e austero cenário de Paulo de Moraes é formado por uma parede onde nascem passagem e espelho, e um pequeno lago com a água essencial à ação, tudo enriquecido pelo videografismo de Rico e Renato Vilarouca e luz de Maneco Quinderé. Os figurinos de Rita Murtinho, à prova d’água, são exatos, e Rico Viana dá o apoio necessário da música que persegue Laura e acompanha o clima da ação.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Respeito ao texto</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas “A marca da água” pede algo mais para expressar o universo de Laura, real e imaginário: é muito bom o vasto peixe em cena, criado pelo Giramundo Teatro de Bonecos, como são também bons os barcos feitos por Eduardo Félix e a cabeça de escafandro, por Eduardo Andrade. A direção é de Paulo de Moraes, que como sempre conduz a ação com grande comedimento, emprestando ao texto todo o respeito que merece, sem sacrifício das linguagens cênicas; andamentos e marcas, como tons e gestos, são cuidada expressão do que o texto diz, assim como do que ele quer dizer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Integrado como está ao espaço na Fundição Progresso que ocupa há alguns anos, o elenco do Armazém já tem estilo próprio, contido, despojado, mas sempre muito bem trabalhado e construído. Lisa E. Fávero está modestamente bem na Mãe enfrentando a doença da filha. Ricardo Martins, Marcos Martins e Marcelo Guerra estão todos satisfatórios nos vários papéis masculinos. Mas cabe a Patricia Selonk a responsabilidade de levar a ação adiante no papel de Laura. A tentativa de aparência normal e o progressivo agravamento da doença, isto é, a ameaça da inundação total do cérebro, são cuidadosamente elaborados, em uma atuação contida em que raros momentos de humor afloram em meio em meio à angústia da busca da música interior. “A marca da água” é um espetáculo contido mas comovedor, obra da dedicação permanente do Armazém à sua arte.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif; font-size: x-small; text-align: center;">O Globo 26-09-2012</span></i></div>
<br class="Apple-interchange-newline" />
<div style="background-color: #fbfbf8; color: #4d4242; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif, Arial, Helvetica; font-size: 12px; line-height: 14px; outline: none; padding: 6px 12px 0px; text-align: left; width: auto;">
<span property="v:description" style="outline: none;"><br /></span></div>
<br />
<b>*******************************************************************************</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<h2 style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">MERGULHO NA TORTUOSA MECÂNICA DO CÉREBRO</span></b></h2>
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">por</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b> Maksen Luiz</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">O texto conjunto de Maurício Arruda Mendonça e Paulo Moraes, que também assina a direção de <i>A Marca da Água</i>, em cena na Fundição Progresso, transita por áreas tão sutis como a memória, a solidão compartilhada, o cérebro invadido pela doença, a procura da música interior e pelo “espetáculo do nada” do cotidiano. Mergulhados em tantos e tão delicados labirintos da existência, os autores constroem personagem, uma mulher que traz desde a infância problema neurológico, que reconstitui seu percurso de volta à origem, perseguindo a sonoridade aquosa que a acompanha desde sempre. O aparecimento de surrealista peixe no fluxo da vida do casal é somente a eclosão da viagem da mulher em torno de sentimentos, aparentemente delirantes, mas que determinam os rumos daquilo que sente e da apropriação<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">das peças soltas do <i>puzzle </i>do seu passado. A inevitabilidade da morte, que é comum a todo humano, na personagem é iminência. Sofrendo de crescente acúmulo de água no cérebro, não se submete a qualquer tratamento, substituindo-o pela imersão e fidelidade à musicalidade que enche a sua cabeça de sons vitais. O presente lhe parece vazio. O futuro é semelhante ao mundo, sem perspectivas. Resta o passado como tempo de resgate. A personagem recusa ajuda médica, já que não está à procura de cura, mas de reconstruir a <i>doença </i>como metáfora da própria vida. Os autores, aparentemente, se basearam em narrativa corrida, com linha sequencial que levasse o percurso até a um fim (o ressurgimento do pai náufrago). Esse <i>tributo </i>à coerência e ao acabamento, talvez tivesse restringido o adensamento poético que na montagem se traduz tão delicadamente com o elenco tocando acordeões, compondo o caminho da partitura da música interior. Apenas um detalhe secundário em texto que se corporifica pelo percurso, pelo mergulho no desequilíbrio para realizar o encontro, aproximar-se de algum sentido de plenitude. Paulo de Moraes regula a cena na mesma dimensão da escrita: poética, imagética e inconsciente. O diretor cria imagens que estão desenhadas como abstrações do real, fortes o bastante para impregná-las de significações evocativas, lançadas ao espectador como quadros em movimento. O ritmo que imprime a esses quadros é que estabelece a nervosidade da cena e o lirismo da ambientação. Como cenógrafo, Paulo de Moraes traça com geometrismo a área da representação - painel de quadriláteros e tanque retangular -, equilibrando a fisicalidade da água e a volatividade das projeções de Rico Vilarouca e Renato Vilarouca. Esse ambientação acondiciona com suas linhas retas a tortuosa mecânica do cérebro. O elenco acompanha com retilínea composição a racionalidade emocional do entrecho. Ricardo Martins, Marcos Martins, Marcelo Guerra e Lisa E. Fávero atuam como um coro harmônico de muitas vozes afinadas para que Patrícia Selonk detalhe o seu instigante <i>solo. </i>A atriz, sem dramatismos e exterioridades, mergulha no túnel de águas revoltas da personagem com rigor racional e fina emocionalidade. Demonstração da maturidade e inteligência da intérprete. <span style="font-size: 13px;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span lang="PT-BR">Fonte: B</span><span style="text-align: center;">log de Maksen Luiz</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Helvetica;"> </span></div>
<b>*********************************************************************************</b><br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Teatro/Crítica - Do Blog de Lionel Fischer</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<h2>
<b><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">"A
MARCA DA ÁGUA"</span></b></h2>
</div>
<span style="font-family: "Franklin Gothic Book";"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Franklin Gothic Book";">....................................................................................</span></div>
<span style="font-family: "Franklin Gothic Book";">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--></span>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Franklin Gothic Book";">Fascinantes compassos de uma nova
música</span></b></div>
<br />
<div style="font-family: 'Franklin Gothic Book'; text-align: center;">
<b>por</b></div>
<div style="font-family: 'Franklin Gothic Book'; text-align: center;">
<b>Lionel Fischer</b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';"><br /></span></div>
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';"><span style="font-size: large;"><b>N</b></span>ada entendo de numerologia, mas não deixa de ser curioso que a Armazém
Companhia de Teatro esteja completando 25 anos e agora leve à cena seu 25º
espetáculo, "A marca da água", em cartaz na sede do grupo, na
Fundição Progresso. Por tratar-se de um dos mais conhecidos e importantes
grupos teatrais do país, não julgo necessário mencionar seus muitos
sucessos e numerosos prêmios. Mas gostaria, sim, de registrar que me considero
um privilegiado por ter assistido a todos os espetáculos da companhia desde sua
estreia, no Rio de Janeiro, com "A ratoeira é o gato". </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Sendo o teatro, como afirma Peter Brook, "a arte do encontro", e após
tantos e tão memomáreis encontros com a Armazém Companhia de Teatro, o público
carioca tem agora mais uma imperdível oportunidade de usufruir o talento deste
grupo de exceção. Com dramaturgia assinada por Maurício Arruda de Mendonça e </span><st1:personname productid="Paulo de Moraes" style="font-family: 'Franklin Gothic Book';" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname><span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">, e
direção deste último, "A marca da água" traz no elenco Patrícia
Selonk (Laura), Ricardo Martins (Pedro, o pai/médico), Marcos Martins (Jonas, o
marido), Marcelo Guerra (Domênico, o irmão) e Lisa E. Fávero (Eugênia, a mãe),
que compartilham a cena com o músico Ricco Viana.</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
"Laura tem 40 anos. Vive numa aparente placidez, uma espécie de tristeza
cotidiana. Até que um peixe enorme aparece misteriosamente em seu jardim. A
presença estranha do peixe, a discussão com o marido, as picuinhas da vida da
família, são uma pista falsa sobre o rumo das coisas. Laura está diante do
inevitável. Numa narrativa feita de descontinuidades - com um filtro surrealista
e algo trágico (pois há aqui uma espécie de autodestruição) - A Marca da
Água inicia o processo de reconstrução da pequena Laura, que sofreu um
acidente neurológico na infância e começa a sentir novamente os sintomas da
doença em seu cérebro".</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Extraído do programa distribuído ao público, o trecho acima sintetiza o enredo
do espetáculo. Mas o que me parece fundamental ressaltar, como afirma o
autor/diretor </span><st1:personname productid="Paulo de Moraes" style="font-family: 'Franklin Gothic Book';" w:st="on">Paulo de
Moraes</st1:personname><span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">, é que a personagem "escolhe o sintoma em lugar
da cura". Ou seja: poderia optar por realizar uma operação que drenasse a
água que lhe toma o cérebro, assim evitando sua possível morte. </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
No entanto, essa água lhe permite ouvir uma misteriosa e bela música, que
confere inesperado e poderoso sentido à sua vida. E nisto reside, em minha
opinião, a principal mensagem da peça - se é que uma peça deva necessariamente
oferecer uma mensagem: não desistir nunca. E isto implica em
não desprezar sinais que surgem inesperadamente, não valorizar apenas
o cotidiano em detrimento do onírico, ter a sagacidade de perceber
que o eventual descompasso de nossos neurônios pode criar fascinantes compassos
de uma nova melodia. E esta, como ocorre aqui, espanta a monotonia e estimula a
memória, o que permite a Laura uma comovente reconstrução de seus afetos.</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Bem escrita, contendo ótimos personagens e impregnada de fantasia e lirismo,
"A marca da água" recebeu excelente versão cênica de </span><st1:personname productid="Paulo de Moraes" style="font-family: 'Franklin Gothic Book';" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname><span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">, um
encenador que cada vez mais também se afirma como um poeta. De fato, suas
marcações parecem ser a resultante não apenas de uma decisão racional, mas
também de impulsos oriundos do inconsciente de uma mente aberta, que
sabiamente percebeu, como Hamlet, que somos feitos da matéria dos sonhos.
Aqueles que negam esta premissa são as pessoas comuns, mesmo que possuidoras de
muitos méritos. Aqueles que a afirmam, são os artistas. E nisto reside
toda a diferença...</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Com relação ao elenco, todos os profisisonais que estão em cena exibem
performances seguras e convincentes. E por tratar-se do aniversário de um grupo,
tinha em mente não particularizar nenhuma atuação. Mas Patrícia Selonk me
obriga ao contrário. Todos sabemos que Patrícia possui vastíssimos
recursos técnicos, mas o que mais me encanta na atriz é algo que não consigo
definir com precisão. Falar de seu carisma é pouco, mencionar sua
inteligência cênica não basta. Mas então, o que seria? </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Posso estar enganado, mas arrisco uma hipótese: talvez meu fascínio advenha do
fato de que, ao ver Patrícia Selonk em cena, tenho sempre a sensação de que se
entrega às suas personagens como se cada gesto fosse o último; cada
palavra proferida, a derradeira; cada respiração, o último fôlego. Enfim...é
como se Patrícia, a cada momento, nos lembrasse de que cada momento pode e deve
conter toda a eternidade. </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
Na equipe técnica, destaco com o mesmo entusiasmo os trabalhos de todos os
profissionais envolvidos nesta belíssima produção - Maneco Quinderé
(iluminação), Rita Murtinho (figurinos), Ricco Viana (direção musical), </span><st1:personname productid="Paulo de Moraes" style="font-family: 'Franklin Gothic Book';" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname><span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
(cenografia), Rico Vilarouca e Renato Vilarouca (videografismo), Alexandre
de Castro e Jopa Moraes (projeto gráfico) e Mauro Kury (fotografias).</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Franklin Gothic Book';">
A MARCA DA ÁGUA - Texto de Maurício Arruda de Mendonça e Paulo de Moraes.
Direção de Paulo de Moraes. Com a Armazém Companhia de Teatro. Fundição
Progresso/Espaço ARMAZÉM. Quinta a sábado, 20h. Domingo, 19h. <o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
* * * * * *</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>PEÇA "A MARCA DA ÁGUA" TRANSBORDA MEMÓRIAS E POESIA</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>por</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>Wilson Spiller</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><b><br /></b></span></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Três mil litros de água preenchem a piscina de 7m x 2,5m bem no centro do palco. É a ponte para, a poucos passos dali, o público acompanhar, gota a gota, a cabeça de Laura transbordando memórias e poesia na peça <span style="color: maroon; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;">A Marca da Água</strong></span>, de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes. A montagem, inédita, consolida a agenda de comemorações dos 25 anos do Armazém Companhia de Teatro, inaugurada no início de 2012 com a remontagem da antológica <strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Alice Através do Espelho </strong>e depois com a premiada <span style="color: red;"><a href="http://blahcultural.com/critica-de-teatro-toda-nudez-sera-castigada/" style="margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none;" target="_blank"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Toda Nudez Será Castigada</strong></a>.</span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
A estreia de <strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><span style="color: maroon; margin: 0px; padding: 0px;">A Marca da Água</span> </strong>será nesta quinta-feira (30), às 20h, no Espaço Armazém, na Fundição Progresso, para temporada até 18 de novembro. Sob a direção de Paulo de Moraes, o elenco é formado por Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcos Martins, Marcelo Guerra e Lisa E. Fávero. A direção musical tem Ricco Viana e a assinatura do videografismo é dos irmãos Rico e Renato Vilarouca, com figurinos de Rita Murtinho e luz de Maneco Quinderé.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Este é o 25º espetáculo no repertório da companhia, fundada em 1987 em Londrina, Paraná, e radicada desde 1998 no Rio de Janeiro. Esta estreia, porém, é diferente, pois já vem premiada. No rol de eleitas pelo Cena Brasil Internacional, festival realizado pelo CCBB, a peça leva o Armazém Companhia de Teatro pela primeira vez a uma temporada internacional nos festivais de teatro de Avignon, na França, e Edimburgo, na Inglaterra, em 2013.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Corremos contra o tempo para estar no Cena Brasil e, em dois meses, finalizamos o texto e montamos tudo. Valeu a pena”, avalia o diretor Paulo de Moraes.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Marcas de uma parceria</strong></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"></strong>Viga-mestra do Armazém, Paulo de Moraes desenvolveu a dramaturgia de <strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><span style="color: maroon; margin: 0px; padding: 0px;">A Marca da Água</span> </strong>com o poeta paranaense Maurício Arruda Mendonça, renovando votos teatrais neste que é o décimo texto da dupla. No eixo da história está a questão espaço-temporal, característica da pesquisa de linguagem do Armazém. Maurício Arruda Mendonça recupera o contexto em que a parceria se desenhou.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“O acontecimento da relação entre a Armazém e a minha pessoa tem um contexto de cidade. A gente se encontrou em Londrina, cidade que sempre privilegiou a cultura. Londrina é cidade de Arrigo Barnabé e também a de Itamar Assunção, e possui o mais antigo festival internacional de teatro do país, onde pudemos ver coisas inspiradoras. Ao mesmo tempo, tivemos um diretor de teatro brilhante, José Antonio Teodoro, à frente do Grupo Delta, e que foi o mentor do Paulo de Moraes, por exemplo. A universidade e os bares também eram locais onde acontecia e se discutia cultura. E nos anos 80 e 90, Londrina viveu realmente um momento de aparecimento de artistas que investigavam a linguagem nos mais diferentes campos: música, pintura, poesia, teatro. É nesse ambiente inquieto que eu, vindo da literatura (já com dois livros de tradução de poesia publicados), e o Paulo (já à frente do Armazém e com 7 anos de estrada), nos encontramos”, destaca Maurício.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Os atores e os autores têm uma rotina de pesquisa intensa, teórica, corporal – a cargo de Patrícia Selonk – e prática. Para <strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><span style="color: maroon; margin: 0px; padding: 0px;">A Marca da Água</span></strong>, por exemplo, beberam na fonte do Impressionismo, do Surrealismo, da obra de Oliver Sacks, flertaram com Alfred Hitchcock e por aí afora.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
“Até chegarmos ao ponto final de um texto, muita coisa acontece, o processo é dinâmico, entre eu e o Maurício, depois devolvendo isso para os atores, elaborando as cenas. Há quem ache que só lemos a obra do John Cheever para inspiração, o que é um engano, pois apenas nos balizamos numa atmosfera do conto <strong style="margin: 0px; padding: 0px;">O Nadador</strong>. A partir daí, verdadeiramente, quem nos mobilizou foi Oliver Sacks e finalizamos com o Surrealismo. É assim que mostramos a trajetória de Laura, uma mulher que tem um cotidiano de poucas emoções e muitas frustrações que vêm à tona através das de um acidente da infância, quando ela precisa operar o cérebro. Durante os estudos para a preparação deste trabalho, esbarramos com a constatação de que para os gregos o destino era o controlador da existência do indivíduo, hoje é tudo centralizado nos neurônios. Para a Laura, o cérebro afetado e imperfeito é a energia vital necessária para sua vida. A ela interessa o sintoma, não a cura”, explica Paulo.<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><br style="margin: 0px; padding: 0px;" /></strong></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Breve histórico</strong></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Entre Mambembe, Shell, Cultura Inglesa, só para citar alguns, mais de 20 prêmios nacionais foram conquistados pelo Armazém Companhia de Teatro ao longo de sua trajetória. Sediado num galpão na Fundição Progresso, o Armazém ampliou seu território de linguagem com cenários surpreendentes em constante diálogo com a dramaturgia (na maior parte do tempo original) dando ênfase à arte do ator, na pesquisa do espaço cênico, na dramaturgia, na teatralidade pura e produziu espetáculos marcantes como<em style="margin: 0px; padding: 0px;">A Ratoeira é o Gato, Alice Através do Espelho, Pessoas Invisíveis, A Caminho de Casa, Toda Nudez Será Castigada, Inveja dos Anjos </em>e <em style="margin: 0px; padding: 0px;">Antes da Coisa Toda Começar,</em><em style="margin: 0px; padding: 0px;"> </em>entre outros.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Em 25 anos de muito trabalho, o Projeto Memória surgiu, pensado pela companhia como uma pequena contribuição à preservação da memória teatral do país; e que já lançou a versão em DVD de quatro espetáculos do Armazém (<em style="margin: 0px; padding: 0px;">Da Arte de Subir em Telhados</em>, <em style="margin: 0px; padding: 0px;">Pessoas Invisíveis, Alice</em> <em style="margin: 0px; padding: 0px;">Através do Espelho, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar</em>), além dos livros <em style="margin: 0px; padding: 0px;">Para Ver com Olhos Livres, Espirais, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar.</em></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: navy; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: underline;">Serviço</span>:</strong></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: maroon; margin: 0px; padding: 0px;"><strong style="margin: 0px; padding: 0px;">A Marca da Água</strong></span> – Armazém Companhia de Teatro. Direção: Paulo de Moraes.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Estreia:</strong> dia 30 de agosto, às 20h. Temporada até 18 de novembro.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Sessões:</strong> quinta a sábado, 20h; Domingo, 19h.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Duração:</strong> 75 minutos.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Local:</strong> Fundição Progresso / Espaço ARMAZÉM – Rua dos Arcos, 24. Lapa – RJ</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Ingressos:</strong> quinta e sexta-feira: R$ 30 / sábado e domingo: R$ 40</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Lotação:</strong> 110 espectadores</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Classificação etária:</strong> 18 anos.</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: start;">
Reservas pelo telefone: (21) 2210.2190</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;"><span style="color: navy; margin: 0px; padding: 0px;"><span style="margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: underline;">Ficha técnica</span>:</span></strong></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Elenco:</strong></div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcos Martins, Marcelo Guerra e Lisa E. Fávero</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Direção</strong>: Paulo de Moraes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Dramaturgia</strong>: Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Iluminação</strong>: Maneco Quinderé</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Figurinos</strong>: Rita Murtinho</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Direção Musical</strong>: Ricco Viana</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Cenografia</strong>: Paulo de Moraes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Vídeografismo</strong>: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Cartaz</strong>: Jopa Moraes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Projeto Gráfico</strong>: Alexandre de Castro e Jopa Moraes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Fotografias</strong>: Mauro Kury</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Produção Executiva</strong>: Flávia Menezes</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Assistente de Produção</strong>: Fernanda Camargo</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Assistente de Direção</strong>: Kátia Jorgensen</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Assistente de Cenografia</strong>: Ricardo Martins</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Assessoria de imprensa</strong>: Mônica Riani</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<strong style="margin: 0px; padding: 0px;">Produção</strong>: Armazém Com</div>
<div style="background-color: white; font-family: Arial; font-size: 13px; line-height: 21px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-align: justify;">
<b>Patrocínio:</b> Petrobrás</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Fonte: </span><a href="http://blahcultural.com/peca-a-marca-da-agua-transborda-memorias-e-poesia/">http://blahcultural.com/peca-a-marca-da-agua-transborda-memorias-e-poesia/</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-84370323873998624182012-07-04T12:17:00.000-07:002012-07-30T14:17:54.931-07:00CRÍTICA DE "O OUTRO VAN GOGH"<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgelz_tYjC3vJVrrQSABujnQEJBTkwxyEwg-LiiWASxf0R4Qdohzp5JQ3AYLde_-hxQ4Qu8EnmRuYP5N8IK6b-ztkwhJRHGdTbGxWZ3kbb5iv8HPMUcJo1tasnqHe_q-4OYCsxiDY_vcw/s1600/O+OUTRO+VAN+GOGH.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgelz_tYjC3vJVrrQSABujnQEJBTkwxyEwg-LiiWASxf0R4Qdohzp5JQ3AYLde_-hxQ4Qu8EnmRuYP5N8IK6b-ztkwhJRHGdTbGxWZ3kbb5iv8HPMUcJo1tasnqHe_q-4OYCsxiDY_vcw/s400/O+OUTRO+VAN+GOGH.jpg" width="277" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fernando Eiras em cena em "O Outro Van Gogh"</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>VEJA RIO RECOMENDA</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><b>1 de agosto de 2012</b></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><strong><span style="border: 1pt none windowtext; padding: 0cm;">O Outro Van Gogh</span></strong>. Um dos
maiores pintores de todos os tempos, Vincent van Gogh (1853-1890) não vendeu um
único quadro <st1:personname productid="em vida. Durante" w:st="on">em vida.
Durante</st1:personname> anos, foi sustentado pelo irmão mais novo, Theo,
marchand respeitado em Paris e defensor ardoroso do então incompreendido gênio
da família. Testemunho dessa amorosa relação, a correspondência dos dois
inspira o primoroso texto do monólogo escrito por Maurício Arruda Mendonça. No
Teatro Poeira, Paulo Moraes, seu parceiro frequente na Armazém Companhia de
Teatro, dirige a peça com precisão e também cuida da cenografia despojada piso claro, uma cadeira e um abajur valorizados pela iluminação
de Maneco Quinderé. Ator tarimbado, Fernando Eiras passeia com desenvoltura por
variados estados de espírito ao viver Theo no fim da vida, internado em um sanatório.
Entre realidade e delírio, o personagem relembra a sua trajetória e, por
tabela, a do irmão, em montagem comovente.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<o:p>********************************************************************* </o:p></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Tahoma; font-size: 13pt;">Teatro/CRÍTICA</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">21 de julho de 2012</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Tahoma;"><b><span style="font-size: large;">"O OUTRO VAN GOGH"</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Tahoma; font-size: 13pt;">.........................................................</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"><b>Montagem imperdível no
Poeira<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"><span style="background-color: white; font-size: 13pt;">Lionel Fischer</span></span></div>
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 17px;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Tahoma; font-size: 13pt;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Tahoma;"> </span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"> <span style="background-color: white;">"O
espetáculo localiza-se nos últimos dias de vida de Theo Van Gogh (1857-1891),
irmão, confidente e mantenedor do grande pintor holandês Vincent Van Gogh
(1853-1890). Internado numa casa de saúde, abalado pelo repentino suicídio de
seu irmão mais velho, pelos p</span></span></span><span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;">esados encargos
de sustento de sua mulher, filho e de seus pais, e já sofrendo os mesmos
sintomas radicais da doença mental dos Van Gogh, Theo repassa acontecimentos
afetivamente importantes na sua relação com Vincent em sua luta por tornar-se
um pintor. Como num réquiem, o texto fala, sobretudo, do amor visceral que uniu
e levou à morte esses dois irmãos".</span></span></div>
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;"> Extraído do ótimo release que me foi
enviado pela assessora de imprensa Daniella Cavalcanti, o trecho assina
sintetiza o enredo do monólogo "O outro Van Gogh", em cartaz no
Teatro Poeira. Com texto assinado por Maurício Arruda Mendonça, a montagem
chega à cena com direção de <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo
de Moraes</st1:personname> e interpretação a cargo de Fernando Eiras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: 13pt;">"Se Deus não existe, então tudo é permitido",
afirmou Dostoiévski.</span><span style="background-color: white; font-size: 13pt;"><br />
</span><span style="font-size: 13pt;">Mas caso exista, certamente nos deve ao menos duas
explicações: por que permitiu que Mozart morrese na mais absoluta miséria e
fosse enterrado numa vala comum? E por que não intercedeu junto à humanidade
para que Van Gogh vendesse ao menos dois quadros, ao invés de apenas um? Tal
qual um Hamlet destituído de providencial caveira, ponho-me a cismar...<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;">Mas aqui, cismar ou não cismar, é questão irrelevante. O
fundamental é afirmar que Maurício Arruda Mendonça escreveu um texto
belíssimo, impregnado de profunda dor e intensa poesia, facultando ao público um
retrato emocionante e emocionado da visceral relação de amor e cumplicidade
entre os irmãos Theo e Vincent. E isto sem excluir outras reflexões mais do que
pertinentes, tais como a aterradora capacidade das classes dominantes de
massacrar aqueles que não se enquadram aos padrões impostos por seus
interesses, seja em que campo fôr.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;">Com relação ao espetáculo, <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname> impõe à
cena uma dinâmica em total sintonia com os conteúdos <st1:personname productid="em jogo. Valendo-se" w:st="on">em jogo. Valendo-se</st1:personname>
de marcações refinadas e expressivas, todas de altíssima expressividade, o
diretor consegue materializar tanto as angústias do personagem quanto seu
intenso lirismo e seu incomensurável afeto. Sob todos os pontos de vista, uma
das melhores direções assinadas por este encenador brilhante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif; font-size: 13pt;">Quanto a Fernando Eiras, todos sabemos que se trata de um
intérprete de vastíssimos recursos expressivos, tanto no tocante ao texto
articulado como no que concerne ao universo gestual - afora sua notável
habilidade para o canto. Mas há algo <st1:personname productid="em Fernando Eiras" w:st="on">em Fernando Eiras</st1:personname> que
transcende a técnica: sua maravilhosa capacidade de entregar-se por completo
aos personagens que encarna. Tenho sempre a sensação, quando o vejo em cena,
que ele se apropria de tal forma de seus personagens que é quase como se os
tivesse criado, como se tivessem nascido não da imaginação de um autor, mas de
suas entranhas. E nisto reside, em minha opinião, o que difere um grande ator
de um ator de exceção. Fernando Eiras pertence a este último e seletíssimo
grupo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><span style="font-size: 13pt;">Na equipe técnica, <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname> responde por uma cenografia simples
e despojada, constituída basicamente por uma cadeira e uma luminária, mas
certamente muito expressiva. Igualmente irretocáveis os figurinos de Rita
Murtinho, os vídeos de Ricco e Renato Vilarouca e a trilha sonora de Ricco
Viana. No tocante à luz, é realmente admirável a contribuição de Maneco
Quinderé para o fortalecimento de estados emocionais tão intensos e
diversificados. Creio mesmo que seu trabalho luminístico mereça ser encarado
como a tradução visível dos sentimentos do atormentado e emotivo protagonista.
Sem a menor dúvida, a melhor iluminação da atual temporada. Finalmente, um
destaque todo especial para a deslumbrante preparação corporal feita por
Patrícia Selonk.</span><span style="background-color: white; font-size: 13pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-size: 13pt;">O OUTRO VAN GOH - Texto de Maurício Arruda Mendonça.
Direção de Paulo de Moraes. Com Fernando Eiras. Teatro Poeira. Quinta a sábado,
21h30. Domingo, 19h.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
------------------------------------------------------------------------------------------------------------</div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: large;">UM RARO MONÓLOGO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>Bárbara Heliodora<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
O Globo – 4 de julho de 2012.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Está em cartaz
no Teatro Poeira o delicado texto de Maurício Arruda Mendonça “O outro Van
Gogh”, isto é, sobre Theo, irmão do pintor. A dedicação desse irmão, marchand
que com extraordinária dedicação sustentou Vincent, acreditando profundamente
nesse talento adiante de seu tempo — as cores fortes que usava, como explicava
Theo, não vendiam porque não combinavam com a mobília pesada e escura dos
salões burgueses. O texto, que encontra Theo no hospital, com o raciocínio
corrompido pela doença, desliza com leveza e poesia entre a sanidade e a
loucura, que por vezes é de Theo e por vezes de Vincent, rememora a família, a
infância, os descaminhos pisados pelo talento até se encontrar na pintura, a
luta insana para sustentar a mulher e os filhos sem deixar desamparado o gênio
incompreendido. É um texto de grande qualidade, comovente e revelador, um dos
raros monólogos que deixam o público desejando que fosse mais longo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"> A
encenação é o veículo exato para a história desse outro Van Gogh e de sua total
integração na vida do irmão: a música de Rico Viana e Renato Vilarouca marca
com exatidão os climas do monólogo, assim como a luz de Maneco Quinderé
estabelece cada detalhe. Com o despojado figurino de Rita Murtinho, Theo se
movimenta bem sobre um piso claro, vazio, uma única cadeira, uma lâmpada de pé,
que formam o cenário, criado pelo diretor, <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>,
compondo com perfeita harmonia o universo para esse apaixonado devaneio de quem
não tem mais norte, uma vez morto Vincent. A direção é exata, cuidada em
preservar o delicado equilíbrio entre a lembrança e a angústia, entre a
responsabilidade e a dor, medindo cada movimento segundo a memória que vai e
vem, que pode ser de Theo ou de Vincent, de tal modo o outro viveu a vida do
irmão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A atuação de
Fernando Eiras como esse Theo que já começa a se irmanar com Vincent também na
morte é exemplar. Com a ótima preparação corporal de Patricia Selonk, Eiras
paira entre a sanidade e o devaneio, lembra a alegria de algum momento da
infância ou a tristeza que tanto dominou a vida de adulto dos dois irmãos, por
vezes quase coreografando o pensamento, mas sem qualquer exagero, sem qualquer
gesto inútil. Assim também a modulação da voz, que varia com a emoção e com o
personagem, nessa mescla que povoa a solidão desse outro Van Gogh em seu fim de
vida. É um espetáculo comovente, penetrante, bom de texto e de encenação, que
confirma o Teatro Poeira como uma casa que vela pelo bom teatro. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-61984200097985152822012-06-19T11:06:00.000-07:002012-07-25T11:29:59.817-07:00"O OUTRO VAN GOGH" ESTREIA ESTE MÊS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP1IWlfSdCSDk0jqVFy5jiF8B5w5TQsPm84rYZh644Ap0TLasf17il411QdL1ZNyzaRr5f1x_VYO-396mXPKpyNEOF68ykaWo_eqJc2dbGvoe28oiuKt9j8F4VHaUzjDmVt8Fq2ClabkM/s1600/O+Outro+Van+Gogh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP1IWlfSdCSDk0jqVFy5jiF8B5w5TQsPm84rYZh644Ap0TLasf17il411QdL1ZNyzaRr5f1x_VYO-396mXPKpyNEOF68ykaWo_eqJc2dbGvoe28oiuKt9j8F4VHaUzjDmVt8Fq2ClabkM/s400/O+Outro+Van+Gogh.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<span style="background-color: white;"><b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O OUTRO VAN GOGH</span></b></span><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><b>de 29 de junho a 19 de agosto</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Teatro Poeira, Rio de Janeiro.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Um monólogo com Fernando Eiras e direção de <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname>, com texto inédito de Maurício Arruda Mendonça, inspirado nas biografias, bem como nas cartas trocadas entre Vincent Van Gogh e o seu irmão, Theo Van
Gogh, no período entre 1872 e 1890. A peça se passa logo após a morte do famoso
pintor, em uma narrativa repleta de emoções, onde Theo busca amenizar seu
sofrimento pela morte e o insucesso do irmão com um texto que fala, sobretudo,
do amor e cumplicidade entre eles.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Dramaturgia: Mauricio Arruda Mendonça<br />
Direção: Paulo de Moraes<br />
Elenco: Fernando Eiras<br />
Idealização: <st1:personname w:st="on">Maria Amélia</st1:personname> Mello e
Maria Lucia Lima<br />
Cenografia: Paulo de Moraes<br />
Figurinos: Rita Murtinho<br />
Iluminação: Maneco Quinderé<br />
Assessoria de Imprensa: Daniella Cavalcanti<br />
Vídeos: Rico e Renato Vilarouca<br />
Trilha Sonora: Ricco Viana<br />
Direção de Produção: Andréa Alves e Claudia Marques<br />
Co-produção e Realização: Fábrica de Eventos e Sarau Agência de Cultura Brasileira</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6905679031025107599.post-23079705806242084542012-06-19T10:26:00.002-07:002012-06-19T10:46:01.706-07:00ARMAZÉM REPRESENTARÁ O BRASIL NO EXTERIOR<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCHnlJAWbtV8wbMmjD9xdWp_1e2ZUMLtwRfOjdBY7ki8B-3pV3EAbivQimiMOrddSfVE5UkWqJYk1OOpBEj-r2H-r4K7PVMlhESMoz7tpL4aJukvW9OOpif3eqVFw5Bq5aYC2NMsIDdjk/s1600/a+marca+da+agua+23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCHnlJAWbtV8wbMmjD9xdWp_1e2ZUMLtwRfOjdBY7ki8B-3pV3EAbivQimiMOrddSfVE5UkWqJYk1OOpBEj-r2H-r4K7PVMlhESMoz7tpL4aJukvW9OOpif3eqVFw5Bq5aYC2NMsIDdjk/s320/a+marca+da+agua+23.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Atrás: Lisa E. Fávero e Ricardo Martins.<br />Frente: Marcelo Guerra, Patrícia Selonk e Marcos Martins</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E </span><b style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A Marca da Água</b><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">, nova peça do Armazém Companhia de Teatro, fez sua pré-estréia no Festival Cena Brasil Internacional no Rio de Janeiro nos últimos dias 10 e 11 de junho. Como presente neste ano em que a companhia comemora 25 anos de estrada, A Marca da Água foi escolhida como um dos espetáculos que irão representar o teatro brasileiro nos festivais de Edimburgo e Avignon em 2013. Não foi fácil levantar a peça em apenas dois meses, mas essa rapaziada aí da foto mandou bem. Em setembro a peça entrará em cartaz na Fundição Progresso. </span><br />
<b style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></b><br />
<b style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sinopse</b></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A Marca da Água reafirma certas
questões presentes no trabalho do Armazém Companhia de Teatro: a dramaturgia do
tempo, a questão da memória e o olhar poético sobre a existência. Numa
narrativa feita de descontinuidades, acompanhamos o mergulho de Laura, uma
mulher que sofre um acidente na infância, mas suas sequelas só se radicalizam
na idade madura. Com tons e movimentos que mantém o universo de A Marca da Água
entre o real e o sonhado, a busca e o delírio da personagem flagram estados
sutis quando a fragilidade física pode transformar-se em afirmação de vida. Não
há tempo a perder.</span></div>
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<b style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ficha técnica</b></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Dramaturgia: Maurício Arruda Mendonça e <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname></span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Direção: <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname></span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Elenco: Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcos
Martins, Marcelo Guerra, Lisa E. Fávero</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Iluminação: Maneco Quinderé</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Figurinos: Rita Murtinho</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Cenografia: <st1:personname productid="Paulo de Moraes" w:st="on">Paulo de Moraes</st1:personname></span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Música: Ricco Viana</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Vídeo: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Arte do cartaz: Jopa Moraes</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Projeto gráfico: Alexandre de Castro</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Fotografias: Mauro Kury</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assistente de Cenografia: Ricardo Martins</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assistente de Direção: Kátia Jorgensen</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assistente de Produção: Fernanda Camargo</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Produção Executiva: Flávia Menezes</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Patrocínio: Petrobras</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Produção: Armazém Companhia de Teatro</span></div>
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<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
</div>Maurício Arruda Mendonçahttp://www.blogger.com/profile/09981454558092446889noreply@blogger.com0