quinta-feira, 24 de junho de 2010

A HORA AZUL


Desde que passei a admirar com mais freqüência os céus do Rio de Janeiro, constatei que o amanhecer daqui é de um azul especial, diria um azul de vitral; muito diferente do amanheceres mais claros da curvatura sul do norte do Paraná. Chutaria que esse azul do Rio é uma bênção do mar numa comunhão azulírica entre o ar e a água. Flagrando essa precária visão do alvorecer da janela do Hotel aqui no Flamengo (foto), amargando também uma leve ressaca, lembrei-me de que, no inicío do século passado, o grande jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa ("Tu pisavas os astros distraída") era parceiro de farra e bebida do jornalista Mário Rodrigues (pai de nosso genial dramaturgo Nelson Rodrigues). Curioso notar que Mário Rodrigues, sempre convocava Orestes para a boemia dizendo que iriam festar até a "hora azul". Creio que Mário também havia percebido essa singular coloração do céu matinal do Rio de Janeiro. Fico pensando em quantos e quantos sambas não foram compostos e cantados sob essa inspiração celeste, com esse sentimento "blue".

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