quinta-feira, 15 de julho de 2010

ARMAZEM ESTREIA "ANTES" HOJE À NOITE

Cenário do espetáculo "Antes" do Armazém (foto: Ferdinando Ramos)

ARMAZÉM ENCENA PARA 5 MIL PESSOAS

DIÁRIO DA REGIÃO
São José do Rio Preto 15 de junho de 2010
Vivian Lima

As primeiras sensações, criação e a potência primordial do ser humano, capaz de dar aos sonhos aspecto real. Todos esses elementos estarão reunidos no espetáculo “Antes”, que será apresentado durante a abertura do Festival Internacional de Teatro (FIT), hoje, às 20 horas.

A montagem é da Armazém Companhia de Teatro, do Rio de Janeiro. Foi feita especialmente para o festival. O diretor do grupo, Paulo de Moraes, recebeu convite da curadoria do FIT há dois meses e meio e aceitou o desafio de criar, pela primeira vez na história da companhia, um espetáculo em tão curto espaço de tempo para um local já determinado, justamente no momento em que estava envolvido com a direção de outro grupo na capital fluminense.


Paulo de Moraes: "Estamos perguntando que teatro é esse?" (Foto: Ferdinando Ramos)

“Foi um desafio delicioso, algo a céu aberto, para cinco mil pessoas. Fazer a abertura tem uma conotação diferente. É para muita gente. A comunicação é com diferentes faixas de público”, diz Moraes. Para conceber “Antes” dentro do prazo, a Armazém foi buscar em uma temática que já vinha pesquisando - as primeiras sensações, a potência individual - as referências para a peça.

O texto é de Moraes e Maurício Arruda Mendonça, parceiro em quase todos os trabalhos consagrados do grupo. “A gente criou a história do espectro de um velho ator que habita as ruínas de um teatro abandonado. Sentindo-se solitário lá dentro, ele invoca uma grande tempestade e com ela algumas pessoas entram nesse teatro, que começa a ter vida de novo.”

O cenário montado no palco do anfiteatro “Nelson Castro”, na Represa, retrata bem um teatro abandonado: piano quebrado, refletores, figurinos espalhados, espelhos e areia. “É como se o teatro estivesse invadido pela destruição, pela areia, mas lá dentro ainda repousasse a ideia de uma pequena ilha.

Moraes explica que a peça fala sobre criação, representação, e que acaba revisitando várias fases da Armazém. Como influência para a montagem de “Antes”, Moraes cita o documentário “O Equilibrista”, de James Marsh, sobre um jovem que atravessou em uma corda bamba o espaço entre as Torres Gêmeas, em Nova York.

“Esse filme foi muito importante porque ele resgata essa ideia de potência primordial, aquele momento da vida em que tudo parece absolutamente possível. Todos os sonhos têm um aspecto muito real, em que a possibilidade parece muito maior que a impossibilidade. Isso faz parte do que a gente tenta discutir no espetáculo, essa potência inicial que a gente tem enquanto indivíduo.”

A atriz Simone Mazzer afirma que fazer “Antes” foi diferente de tudo que a companhia já havia realizado. “Estamos acostumados a processos que duram seis, nove meses. Foi um risco desde o começo, mas a gente é meio atrevido. Isso trouxe um outro tipo de frescor, nos chacoalhou.” Simone fala também sobre como a peça contribui para o conceito do festival, que este ano é a conquista da singularidade. “A singularidade aparece na questão da narrativa. Que teatro é esse que a gente faz? Como a gente habita esse lugar?” Moraes complementa: “Não damos a resposta. Estamos perguntando que teatro é esse?”

1 Comentários:

Às 15 de julho de 2010 às 12:55 , Blogger Sérgio Ortencio disse...

Olá Mauricio. Estava pesquisando umas histórias de Londrina para adaptar para a tv e cheguei aqui no seu blog. Gostaria de falar contigo sobre umas histórias que eu li aqui, se puder entrar em contato meu e-mail é sérgio_ortencio@hotmail.com.
Obrigado.

 

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