terça-feira, 14 de abril de 2009

Lembrando Benício


Hoje faz seis anos que o Dr. Benício se foi. Tudo bem, saudades etc. Apesar de ser uma pessoa séria e muitas vezes severa, era igualmente dotado de um senso de humor sensacional. Aliás, era um imitador fino e executava incontáveis "gags" de palhaço. Além de grande advogado foi um intelectual de poderes mentais respeitáveis, sendo também poeta e contista (estou para publicar o livro dele) e conhecia várias línguas. Mas sua maior capacidade era o raciocínio rápido, segundo ele puro fruto do exercício da atenção. Aí embaixo vai uma das traduções que o Dr. Benício fez quando tinha 23 anos. Esse foi o primeiro poema que aprendi decor e ainda trago presente na memória.


ALADIM

James Russell Lowell

Quando eu era um rapaz sem dinheiro
E vivia em adega molhada,
Nada tinha, nenhum companheiro,
Salvo a luz de Aladim, desejada;
Não dormindo se a noite era fria,
A cachola se punha a inflamar,
E com telhas de ouro fazia
Meus bonitos castelos no ar!

Desde então trabalhei noite e dia,
Já sou rico de ouro e poder,
Mas candeeiros de prata daria
Por aquele que nunca hei-de ter;
Eis, fortuna, – escolhe o que queres;
Nada dói-me perder, com haveres
Não construo castelos no ar!


(Tradução de Benício de Almeida Mendonça em 25-11-1954.)

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