Poema de Mirian Paglia Costa III
Colar de Maravilhas
I
contra sarampo é
pijama vermelho de bolinhas
chá colhido no quintal
meninas enjoadas saram
num zás-trás
mamando leite com hortelã
mas no colo
nos óculos do avô
reflexos distraem o medo
de retratos, mortos e fantasmas
bichos noturnos não resistem
a história bem contada
a mão roda a colher
roda, roda
evita derrames de fervura
três vezes na panela
e verte a massa enfumaçada
no prato sem desenho
mingau de aveia esquenta o bucho
mão de ferro não esquenta
ainda
os traseiros dos levados
nervos nem fervem nem derramam de manhã
olhos amorosos são remédio
e rezar o santo anjo anoitecendo’
luz amarelenta
vela febres contra escuro
um jeito no lençol, dobra no cobertor
tudo consola
tudo são certezas
I
contra sarampo é
pijama vermelho de bolinhas
chá colhido no quintal
meninas enjoadas saram
num zás-trás
mamando leite com hortelã
mas no colo
nos óculos do avô
reflexos distraem o medo
de retratos, mortos e fantasmas
bichos noturnos não resistem
a história bem contada
a mão roda a colher
roda, roda
evita derrames de fervura
três vezes na panela
e verte a massa enfumaçada
no prato sem desenho
mingau de aveia esquenta o bucho
mão de ferro não esquenta
ainda
os traseiros dos levados
nervos nem fervem nem derramam de manhã
olhos amorosos são remédio
e rezar o santo anjo anoitecendo’
luz amarelenta
vela febres contra escuro
um jeito no lençol, dobra no cobertor
tudo consola
tudo são certezas
(Do livro “Colar de Maravilhas” Edição da Autora/Distribuição 34 Editora. Ilustração de Darcy Penteado)
1 Comentários:
Mirian, parabéns por estes poemas, pouquíssimas pessoas entendem (ou subentendem) a essência revelada do cotidiano de modo cândido, esta pureza dos fatos dependem de uma sutileza aguçada uma mente límpida e a vontade de expressar para os seus semelhantes a beleza que nos rodeia, independente do que é observado, o que fica gravado é um saudosismo de coisas que não voltam mais,pois se cristalizaram diante do seu olhar.
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