sábado, 4 de abril de 2009

Poema de Mirian Paglia Costa II


O ser e o nada

quando o índio morre
conta o sertanista
sobe para o ivat
sua terceira alma
a incriada por homem e mulher
essência pura

mas no ivat, a aldeia do céu
onde corpos balançam sem cansaço
onde não se planta nem se caça
só fica a alma forte
a astuciosa
que vence na aldeia dos pássaros
última prova
a fúria das aves numerosas

sob olhos do falcão
senhora da terra e seu juiz
que devora a alma derrotada
a vitoriosa veste plumas
de toda a passarada que venceu
eterna glória

(De "Notícia do Lugar Comum" - 34 Editora)

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