terça-feira, 29 de junho de 2010

ADIANTE NA COPA

Após a vitória contra o Chile ontem, avançamos. Agora é a hora da verdade pro time de Dom Dunga. Pegar a Holanda. Confesso que já estou enjoado de tanto ver o Brasil cruzar com os batavos, mas chave é chave. O time da Holanda será nosso primeiro adversário de responsa. Temos de jogar o futebol que ainda não jogamos se quisermos seguir em frente. Nessa seleção esquisita, agora meu voto pra melhor jogador da Copa vai pro super Lúcio, jogador que defende, arma, dribla e ataca - provavelmente cansado de ver a apatia dos companheiros. Entre pós e contras pelo menos Lucio tem coragem. Mas são as metamorfoses do futebol brasileiro que a cada dia se torna mais horroroso de assistir. A ideologia de Dunga é interessantíssima. Une um patriotismo de matiz militarista, com a coesão moral evangélica (não-tradicional) da maioria dos jogadores. No quesito futebolistico, como já disse, ele aposta no contra-ataque como arma letal. Com todo esse tedéu que Dunga e a mídia aprontaram, com promessas de que após a copa Dunga será escorraçado e seu nome calcado no pó do esquecimento, será cômico se acontecer uma final entre Argentina e Brasil e a seleção do gaúcho empedernido sagrar-se campeã mundial pela sexta vez. Mas ainda falta muita coisa, e muito futebol bem jogado (que nos falta) até a final. Mas brasileiro não desiste nunca...

domingo, 27 de junho de 2010

VOLTANDO PRO SUL

Estava no começo de noite no Belmonte em companhia de ZéCarlos Machado, Roza Grobman e Mallu Valle quando avistei a lua nascendo a leste, na praia do Flamengo. Quando desci do ônibus neste domingo quase na divisa com o Paraná dei de cara com a lua se pondo a oeste.


Da janela do ônibus vi a aurora, o sol nascendo no leste, embelezando mais uma manhã de inverno.

LUZ DO SÁBADO

Luz na Fundição Progresso

Após concluir uma cena, saio no sábado de volta à Lapa para um puro no Espaço Armazém dar tchau pros amigos.
Foram dias de trabalho intenso e que deixaram energizado. É bom estar no próprio elemento, criando. Fiquei admirando a luminosidade do inverno no Rio, registrando como posso as suas peculiaridades


Convento de Santa Teresa

Rua Mem de Sá ao sol das quatro horas

LOUÇAS SANITÁRIAS

Damos início neste blog à sessão Louças Sanitárias. Essa excêntrica sessão é fruto de minhas observações sobre a disposição, arranjo e ornamentação de banheiros de bares, restaurantes e similares. Devido ao transe alcóolico a que estamos submetidos, um prosaico mictório pode nos causar impressões súbitas, propiciar divagações, intuições e, até mesmo, premonições. A tempos coleciono alguns casos como o do antigo Bar Madalena em Londrina. Várias pessoas me relataram a mesma experiência. A de que o banheiro do Madalena transportava as pessoas imediatamente para São Paulo. Aquele acanhado banheiro, com teto baixo de madeira, situado no boteco especializado em Sashimi da Rua Belo Horizonte, era - confirmam - um Portal do Tempo.
Sendo menos fantasioso, começo a série com o banheiro do Bar do Peixe que fica na Rua André Cavalcanti na Lapa/Centro, a antiga Rua do Silva Manuel, dos tempos do Rio de Machado de Assis. Este estabelecimento serve um peixe delicioso. Conta-se que foi um dos primeiros bares a vender almoços e petiscos de peixe no Rio de Janeiro. Uma delícia a sardinha, pirão e a cerveja que sempre vem perfeitamente gelada. Depois de copos e mais copos, a inevitável ida ao banheiro.


É naquele aprazível bar é que encontramos essa curiosa disposição de louças sanitárias trazendo duas pias conjugadas (foto). Uma pia de aço inoxidável adaptada como mictório. Abrindo-se a torneira o sifão da pia superior despeja água na cuba da pia inferior por um cano direcionado para o ralo dessa mesma pia. A pia que serve de lavatório realiza a dupla função de torneira de lavar mão e "descarga". Realmente muito engenhosa adaptação de pias que resulta em economia de água. Confesso que a primeira vez que adentrei àquele banheiro retrocedi pensando que estava em lugar errado. Tive a impressão de que ia urinar  numa cozinha. Voltei e conferi na portinhola tipo saloon: "Cavalheiros".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

DE VOLTA À LAPA

E eis que saio do Flamengo e volto à Lapa e à Rua André Cavalcanti pra visitar a amiga Flávia e irmos ao Bar do Peixe. E lá fomos nós passar momentos agrádaveis discutindo a nova peça do Armazém com Verônica, Lelo, Ana Paula e Flora. Um delícia de noite. Quase matei a saudades daquelas ruas por onde passei esses tempos e que hoje fazem parte de mim. Tanta beleza, tanta história. A foto é dos enfeites de rua cariocas pela Copa 2010. O Prédio é o da Escola Municipal Orlando Vilas Boas. Aquela, lá em cima, é madame Lua.

LUZ DA MANHÃ

Luz da manhã do inverno carioca. O pavilhão nacional estendido na janela. Antes do jogo Brasil X Portugal, buzinas, cantorias, clima de expectativa. Aquele excitação pré-jogo da seleção que, a cada dia, se arrefece diante desse futebol apresentado pelo time de Dom Dunga. Tenho conversado com muita gente por aí. De difernetes lugares até porque estou em hotel. Ningém curte o selecionado, e deixa em segundo plano o humor e a briga dele com a Globo. A bronca mesmo é pela carência de criatividade. Temos aí um grupo fechado de jogadores e seu técnico, mas nada de brilhantismo, de esquema ofensivo inteligente, apenas "contra-ataques" que era justamente a grande arma dos times europeus do século passado e seus jogadores de "cintura dura", como se costuma dizer. Hoje não existe mais isso. Todo mundo joga bola. Dizem que com esse esquema podemos até "chegar lá". É a opinião de quem lembra da lição de 1994, uma seleção que tinha de jogar daquele jeito por causa do trauma inesquecível de 1982 (a última seleção que praticava o futebol arte). Mas, por outro lado, não há motivos para compararmos com 1994 com 2010, pois lá o Parreira tinha Bebeto, Branco e o sublime Romário, que fez golaços antológicos como aquele gol contra a Holanda, em que praticamente voou, parou no ar, após deixar um atlético neederlandês no chinelo. Pelo que vi hoje contra Portugal, não creio que iremos abiscoitar o caneco. Se pelo menos a gente jogasse um futebol bonito, talvez eu sentisse algum prazer de ver a selção. Mas está difícil...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

D'ALVA NO CÉU DO RIO


A Estrela D'Alva desponta na porção oeste do céu do Rio de Janeiro nesse súbito anoitecer de inverno. E, mais corretamente, por se tratar do surgimento do planeta Vênus no final de tarde, o nome correto da estrela não é "D'alva" - assim chamada quando vista ao amanhecer - mas sim, "boieira", pois aparece na hora em que se vai guardar os bois. 

A HORA AZUL


Desde que passei a admirar com mais freqüência os céus do Rio de Janeiro, constatei que o amanhecer daqui é de um azul especial, diria um azul de vitral; muito diferente do amanheceres mais claros da curvatura sul do norte do Paraná. Chutaria que esse azul do Rio é uma bênção do mar numa comunhão azulírica entre o ar e a água. Flagrando essa precária visão do alvorecer da janela do Hotel aqui no Flamengo (foto), amargando também uma leve ressaca, lembrei-me de que, no inicío do século passado, o grande jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa ("Tu pisavas os astros distraída") era parceiro de farra e bebida do jornalista Mário Rodrigues (pai de nosso genial dramaturgo Nelson Rodrigues). Curioso notar que Mário Rodrigues, sempre convocava Orestes para a boemia dizendo que iriam festar até a "hora azul". Creio que Mário também havia percebido essa singular coloração do céu matinal do Rio de Janeiro. Fico pensando em quantos e quantos sambas não foram compostos e cantados sob essa inspiração celeste, com esse sentimento "blue".

quarta-feira, 23 de junho de 2010

MEU VIOLONISTA PREDILETO

Nesse fim de noite no Rio, depois de um dia de labuta dramatúrgica, um momento de relax pra lembrar de um dos maiores violistas brasileiros, e que é o que mais fala ao meu coração: o grande André Geraissati. Não quero falar aqui de técnica, já que não tenho paciência pra debater sobre os geniais "velocistas" do violão. Falo de sentimento, pegada, feeling, de exploração de melodias e sons do violão que dialogam com os elementos, que têm clima, e levam a certos estados de alma. Geraissati é da estirpe de um Ralph Towner, de um Alex de Grassi. É o controponto criativo à tradição do violão de aço de Dilermando Reis. Fiquem e paz, fiquem bem ao som de "Fazenda 83" e "Três Marias" executadas durante o Festival Dilermando Reis. Ah, aviso às crianças: tentem fazer isso em casa. Geraissati usa DGDGBD.

RELEMBRANDO HAIKAIS DO PENTA


Abaixo alguns haikais que eu escrevi durante a Copa 2002, que nos deu o penta com Felipão no comando. Esses haikais foram publicados originalmente num projeto do Caderno Especial da Copa da Folha de São Paulo. O mote para escrever esses poemas japoneses foi o fato da copa ter sido realizada parcialmente no Japão.

Sonhando com o penta
Sem pegar no sono
A lua no Oriente

28 de maio


O esquema vacila
A defesa arrepia
E o pênalti contra a Turquia?

4 de junho


Injustiça divina
O pé de Deus
Lágrima Argentina

11 de junho

A seleção perdida
O miolo sem Ricardinho
Agarrem Felipão pelo Scolarinho!

18 de junho

Em teu formoso gol
risonho e límpido
a raça brasileira resplandece

25 de junho

Estrela que brilha no peito
da alma lavada de glória
Sorrir - fenômeno da vitória

2 de julho



terça-feira, 22 de junho de 2010

LADEIRA DE SANTA TERESA


Na dimensão do Lamento


Desse degredo nasceu o segredo
comunhão e lamento
de quem sobe as ladeiras da vida
com o sangue convulso nas veias
arcando com pesos levíssimos
de quem lesa a tristeza e arde alegria.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

DIREITOS AUTORAIS EM DEBATE


Amigos, reproduzo aqui duas postagens do grande amigo e poeta Ademir Assunção (foto) em seu blogue Espelunca (link ao lado). Ele, antenado e combativo como é, está chamando a atenção de nós, escritores, para a mudança na lei que é nosso modesto ganha-pão.

ATENÇÃO: A LEI DE DIREITO AUTORAL VAI MUDAR

O Ministério da Cultura colocou hoje (14/06) em consulta pública o texto do novo projeto de lei que regulamenta os direitos autorais no Brasil. É assunto da maior importância para todos os autores: escritores, poetas, compositores, músicos. REPITO: DA MAIOR IMPORTÂNCIA. A proposta do Ministério da Cultura é de que, em alguns casos, os autores recebam até 50% de direitos autorais. Atualmente, o padrão no mercado editorial é de 10%. Algumas editoras chegam a pagar 3%. Mas não é só isso. Há muitas outras mudanças fundamentais.
Autores não têm plano de saúde, não têm direito a aposentadoria, não têm renda (fixa). Não estou me referindo a leis trabalhistas para criadores, mas a remuneração mais justa para seu próprio trabalho criativo. Alguém em sã consciência pode dizer que é isso aí, artista não precisa de nada disso, deve entregar o resultado do seu trabalho quase de graça e se sentir um gênio? Eu não acho (não estou preocupado exatamente com aposentadoria, mas quando ficar velhinho, se ficar, quero ouvir meu rock´n´roll em paz, sem nenhum cobrador batendo na minha porta). Acho que está na hora de reanimar o Movimento Literatura Urgente, cobrar da União Brasileira dos Escritores uma posição sobre o assunto, se manifestar onde for possível. Aliás, essas mudanças não se referem apenas aos escritores. Que tal se cada um começasse a querer saber mais sobre o assunto e conversar sobre ele uns com os outros? Bom, vou voltar a ele, com mais tempo. O texto para consulta pública via internet está aqui:
http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/?pid=744


OLHO VIVO E FARO FINO

A reforma da Lei de Direito Autoral já está em discussão. Abaixo artigo do advogado e escritor Antônio Campos, publicado no Jornal do Brasil de ontem, 14 de junho de 2010. (Ademir Assunção)

DIREITOS AUTORAIS & ECONOMIA CRIATIVA
Antônio Campos

O século 21 é marcado por uma transição para a era da economia do conhecimento. A riqueza revolucionária da 3ª Onda, defendida por Alvin Toffer, é cada vez mais baseada no conhecimento e está muito associada à tecnologia. O Brasil pode ser o melhor dos Brics, através do fortalecimento da economia criativa. Transformar inventividade em competitividade. A tendência é aumentar a riqueza gerada pela economia baseada no desenvolvimento das indústrias culturais e de criatividade. A revisão da legislação que envolve o direito autoral é um importante instrumento para o desenvolvimento dessa economia criativa no País.Em 1998, quando a Lei dos Direitos Autorais foi promulgada, o Brasil vivia um cenário completamente diferente do que temos agora. As novas formas de mídias sociais, sites de compartilhamento de arquivos e todas as novidades tecnológicas fizeram dos dias de hoje diferentes dos que vimos há cerca de dez anos. Ferramentas como a internet, pen drives, mp3, iPods, leitores digitais, CDs e DVDs modificam as maneiras mais tradicionais de disseminar conteúdos e produções artísticas.Nesse descompasso entre a atual lei autoral brasileira e a nova realidade do mundo digital, é que esta é considerada a quarta pior lei do mundo pela ONG Consumers International IP Watch List. Ela limita excessivamente o acesso do consumidor para o uso privado e não comercial, conhecido nos Estados Unidos como uso justo. Na lei atual, não há permissão, por exemplo, para cópias de livros didáticos cujas edições já se esgotaram.Atento a essa nova realidade, o Ministério da Cultura discute, desde 2005, a possibilidade de revisar a Lei de nº 9.610/98 que regulamenta o direito autoral, devendo o anteprojeto de reforma entrar em breve em consulta pública no site do MinC.A busca por mais estabilidade entre o direito do autor e os direitos do cidadão comum para acessar a educação, cultura, informação e conhecimento; o aperfeiçoamento do trato legal entre o autor e editoras/gravadoras e a regulação/fiscalização eficaz do direito autoral são apontadas pelo diretor de Direitos Intelectuais do MinC, Marcos Souza, como as principais razões para a reforma.O desequilíbrio nos contratos entre gravadoras e compositores, que privilegia demasiadamente a livre negociação contratual merece mais atenção. É necessária uma regulação e supervisão mais eficazes das sociedades de gestão coletiva a fim de criar critérios mais justos e transparentes na distribuição de direitos autorais.É fato que a lei dos direitos autorais precisa se moldar às novas tendências e formato do mundo globalizado. Afinal, essas mudanças não têm volta. A grande questão do processo de mudança na legislação é garantir um maior debate com os compositores, escritores e produtores culturais para um arcabouço jurídico que proteja os direitos do autor, mas que crie mecanismos que permitam uma maior democratização do acesso ao conhecimento do cidadão comum e o desenvolvimento da economia criativa.

Antonio Campos é advogado e escritor

domingo, 20 de junho de 2010

BLOGS FUTEBOLISTICOS


E já que nossos locutores e comentaristas de futebol oficiais são uns bolas-murchas, por que não procurar outras visões? Então vamos dar uma conferida na visão poética do fotógrafo Walter Ney no seu blog Futebol em Prosa http://www.futebolemprosa.blogspot.com/ Outra opção, para aqueles que comparam o futebol à Arte da Guerra é clicar no Esquemas Táticos http://esquemastaticos.blogspot.com/.


HOJE TEM BRASIL

Bem que eu queria ver essa cena de novo. Mas nessa copa com cara de pior copa da história, com o nosso time jogando um futebol retrancoso, com o Pastor Kaká arrebentado, futebol mesmo só com o time do genial e malandrérrimo Diego Maradona e Messi. Mas vamos lá. Vamos encarar a Costa do Marfim e torcer para que o Dunga tenha tido um sonho verdadeiramente inspirador com a Branca de Neve e peça pra rapaziada meter gol.

sábado, 19 de junho de 2010

RALANDO NA NOVA MONTAGEM

Este blogueiro, Paulo de Moraes e Patrícia Selonk num interlúdio etílico na Fundição Progresso na Rua dos Arcos. Depois de "Inveja dos Anjos", cá estamos nós novamente em mais um momento de trabalho criativo em que mergulhamos em nossos inconscientes para trazermos à cena mensagens para compartilhar com o público. Nada mais árduo e desafiador. Assim é o ofício teatral: caminhar na corda bamba o tempo todo.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

RIO ONTEM E HOJE


Dois flagrantes da Rua Riachuelo, na década de 50 e em 2010 (notar a diferença no desenho do Aqueduto da Carioca). A Riachuelo era antiga Rua Mata Cavalos, onde morava a bela e enigmática Capitu, segundo a ficção de Machado de Assis, o bruxo do Cosme Velho.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

HOJE É BLOOMSDAY

Só agora me toquei que hoje comemora-se o Bloomsday, o dia em que transcorre a trama de Ulysses de James Joyce, esse dandy aí da foto, A propósito neste dia quero fazer um tributo à memória de minha prima Fernanda Mendonça Sepa, prematuramente falecida, e que amava Joyce e toda a literatura irlandesa, tendo feito um belíssimo livro O teatro de William Butler Yates no qual traduziu a peça "O Poço do Falcão".

UM TRECHO DE JAMES JOYCE

"Então Nuvoletta refletiu pela última vez em sua leve e longa vida e minguou todas as suas miríades de pensaventos num só. Cancéulou todos os compromissos. Subiu pelos baluastros; gritou um núvilnominho infantil: Nuée! Nuée! Um tule onduleou. Ela passou. E dentro do rio que fora uma corrente (pois milhares de lágrimas tinham ido por ela e vindo por ela que era dada e doida pela dança e seu apelodo era Missisliffi) cai em lágrima, minúltima lágrima, a mais leve de todas as lágrimas (falo para os fãs de fábulas de radiamor, lunávidos pelo ar vulgar de estrelas de celenovela), pois esta era a milágrima. Mas o rio escorregou lago por ela, sorvendo-a de um trago, como se mágua fosse água : Ora, ora, ora! Quem quer chora, quem não quer que vá se embora!"

(James Joyce in Finnegans Wake. Tradução de Augusto de Campos.)

O FRIO QUE FAZ LÁ EM CIMA



Pela manhã um jato cruzava o céu do jardim num silêncio de catedral. Em altitude de cruzeiro, dava apenass pra ver sua minúscula fuselagem irradiando um brilho prateado. Mas o que impressionava era o tamanho do rastro deixado pelas turbinas cortando o céu inteiro. Sinal do puta frio que tava fazendo lá em cima.

OS IPÊS ROXOS ESTÃO FLORINDO

Foto: Jacqueline Sasano

As ruas da cidade estão enfeitadas com as flores do ipê roxo, considerada pelos indígenas como uma Árvore Sagrada. Dá sacar porque.


NOSSO TRIO HOJE NA VILA CEMITÉRIO

Nosso trio de volta, desta vez no palco da Vila Cultural Cemiterio de Automóveis


POESIA & MÚSICA

Em parceria com o Festival Literário de Londrina (Londrix) a Vila Cultural Cemitério de Automóveis apresenta o projeto POESIA & MÚSICA. O projeto reúne nesta noite Bernardo Pellegrini, Marco Scolari e Maurício Arruda Mendonça para tocar e dizer poesias. Desde a antiguidade, a poesia esteve próxima da música. Os poetas provençais da Idade Média viajavam como autênticos saltimbancos levando notícias de um lugar a outro através de seus poemas cantados. Na era do disco, do CD e da eletrônica, trovadores elétricos e eletrificados continuaram “metendo poesia onde devia e não devia”, como já versejou o poeta Waly Salomão.
Bernardo Pellegrini (voz e violão); Marco Scolari (piano, acordeom e voz) e Maurício Arruda Mendonça (voz e violão) apresentam um show dando ênfase em poemas musicados.
Ainda faz parte da programação a apresentação poética musical do Grupo AARPA e será servida gratuitamente a tradicional Vaca Atolada do Cemitério.

Ingressos: R$5,00
Local: Vila Cultural Cemitério de Automóveis. Rua João Pessoa, 103-A
Quando: Hoje (quarta), 16 de junho, 21 horas

terça-feira, 15 de junho de 2010

AÇUCENA

Um momento colhido na casa de Ademir Assunção em Sampa no ultimo dia 7 de junho. Enquanto esperávamos o Scolari voltar do mecânico, gravei Bernardo Pellegrini rememorando a canção "Açucena" que compôs justamente com o Ademir. O mote é que esse violão em que o Bernardo está tocando era do Leminki e, desse fato pintaram umas coincidencias nas imagens que eu não esperava. Registro singelo, caseiro, daquela fria manhã de segunda. Mal sabia eu que iria ficar resfriado...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

ALINHAMENTO VÊNUS LUA

Sim, sou um incansável observador do céu. Desde moleque passava horas e horas sentado na calçada de casa olhando as estrelas, observando o movimento delas em cada época do ano. Depois surgiu na minha vida um céu de papel em branco para que eu o recobrisse de letras, essas estrelas mentais. Mas acontece que o entardecer de hoje a Lua estava se pondo no oeste justo quando a Estrela d'Alva surgia, e as duas ficaram muito próximas. Uma coisa muito linda de se ver. Taí o registro.

domingo, 13 de junho de 2010

RESPONSO DE SANTO ANTONIO

Saiba quem busca milagres
que os enfermos sara Antonio
afugento o erro, a morte
calamidade e demônio

Prisões e mares lhe cedem
saúde e coisas perdidas
são aos mancebos e aos velhos
por ele restituídas

Necessidades, perigos
faz cessar entre os humanos
Diga-o quem o experimentou
E mormente aos paduanos

Prisões e mares lhe cedem
saúde e coisas perdidas
são aos mancebos e aos velhos
por ele restituídas

sábado, 12 de junho de 2010

OS CÉUS DE NOSSOS DIAS


Plenos sob o jardim os céus se alimentam do olhar

quarta-feira, 9 de junho de 2010

SAMPA FOI DEMAIS!

A gente no "Parcerias Voz da Poesia" no ultimo sábado

Foi bacana demais a estada em São Paulo na semana que passou. Nossa apresentação no evento "Parcerias A Voz da Poesia" foi muito prazerosa, especialmente pra mim por estar no palco ao lado de Bernardo Pellegrini e Marco Scolari, que além de grandes amigos são dois músicos que sempre admirei. E o motivo de estar lá foi justamente essa parceria com Bernardo, que é o cara que descobriu a música pros meus versos. Aliás, Bernardo literalmente seqüestrou meu primeiro livro de poemas quando era apenas umas folhas mal datilografadas. Isso foi por volta de mil novecentos e Araci de Almeida. A coisa era pra virar mesmo. Na apresentação do sábado (dia 5/6) na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, tivemos a honra de contar com a presença de vários amigos. Com a mediação de Ademir Assunção - o criador do evento - falamos sobre poesia e processo criativo, e também sobre Londrina, essa cidade marcada por sua instigante "paisagem humana", para usar a expressão da amiga e poeta Celia Musilli. E foi muito bom poder falar, tocar, cantar e ler poemas e principalmente reencontrar amigos como o Mario Bortolotto, generoso como sempre, e que me passou uma serenidade, uma força interior impressionante (o Fauzi já sabia disso); o Marcelo Montenegro, pai recente como eu, grande alma, grande poeta; o Danilo Verpa, nosso Dadá, um dos melhores jovens fotógrafos de Sampa (confiram o link ao lado); a Neusa Pinheiro, amiga e uma das cantoras mais geniais do país; a Lia Cordoni e o Jairo Cechin, cujo CD é de altissima qualidade; o Sidney Giovenazzi, compositor e músico brilhante agora se aventurando pela literatura; os irmãos Pellegrini (Dr. Clério e Marquinhos) com sua verve musical (aliás, que roda de violão aquela no domingo. Que tremendo violonista é o Clério!); e sobretudo o Ademir Assunção, que nos abrigou em sua casa e com que tive conversas que me deixaram pensando até agora sobre a vida, e a nossa batalha literária de cada dia. Enfim, nunca vi Pompéia mais bela em dias radiantes de outono. Fomos cercados de boas energias, projetos, sonhos e agradecimento por estar nesse barco com tanta gente legal. Salve o Bando do Cão sem Dono! Deixo aqui nosso agradecimento a todos da Biblioteca Alceu Amoroso Lima por sua gentileza e para a Emília Vicente, responsável por esse evento virar realidade. Aí embaixo algumas imagens captadas pelo Danilo Verpa, que gentilmente as cedeu para eu postar aqui. (É só clicar pra ver melhor).


quinta-feira, 3 de junho de 2010

BERNARDO, MAURICIO E SCOLARI EM SAMPA



Neste sábado, dia 5, às 19h30m na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em São Paulo, estaremos Bernardo Pellegrini, este blogueiro e o maestro Marco Antonio Scolari fazendo nossa participação no Parcerias Voz da Poesia. Esperamos contar com a presença dos amigos e amantes de música e poesia.

Bernardo Pellegrini

O blogueiro

Marco Antonio Scolari

MENTE-MENTIRA EM MANAUS

Malvino Salvador como Jake em cena de Mente Mentira de Sam Shepard
(Foto: Marcelo Faustini)

E os atores de Mente-Mentira metem o pé na estrada novamente. Dessa vez o espetáculo estará em Manaus, terra natal do ator Malvino Salvador, nos dias 4, 5 e 6 de junho.

"MENTE MENTIRA" de Sam Shepard

Título Original: "A Lie Of The Mind"
Tradução: Maurício Arruda Mendonça

Direção: Paulo de Moraes

Elenco


Malvino Salvador
Fernanda Machado
Thiago Fragoso
Zécarlos Machado
Malu Valle
Roza Grobman
Keli Freitas
Marcos Martins

Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: Rita Murtinho
Música original: Ricco VianaCenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri
Preparação Corporal: Patrícia Selonk
Preparação Vocal: Simone Mazzer
Dramaturgista: Maurício Arruda Mendonça
Direção de Produção: Fábio Glingani e Malvino Salvador
Produção Executiva: Taís Somaio
Assistente de Produção: Gustavo Borges
Realização: Mondo Caos Entretenimento

quarta-feira, 2 de junho de 2010

FOI BACANA EM PIRACICABA

Rio Piracicaba: meus tios Arruda costumavam atravessar nadando até a mina d'água.

O meu grande amigo, o ator Marcos Martins manda imagens da apresentação de Mente Mentira no Teatro Unimep de Piracicaba nos últimos dias 28 e 29 de maio. Pena eu não estar lá com o meus amigos do elenco e, também, rever a parentaia.



SANTA BÁRBARA


Os galhos secos e os frutos amarelos pendem da Santa Bárbara. Uma vez um sujeito disse, pra justificar a erradicação dessa árvore por não ser brasileira, que nenhum pássaro sequer se alimentava dos frutos dela. Papo furado. Cansei de ver sanhaço, bem-te-vi e sabiá-do-campo se fartando com as frutinhas.

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terça-feira, 1 de junho de 2010

BREVE RELAX SEGUNDONA



Ontem passei uma noite agradável na companhia dos amigos Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Não pudemos avançar madrugada adentro em virtude de nossos compromissos na terça de manhã, mas é sempre uma alegria revê-los e conversar sobre a vida. Conversamos também sobre nossos trabalhos recentes e sobre planos artisticos futuros. Valeu, amigos! A caminhada é árdua mas nós somos ossos duros.